quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

FELIZ ANO NOVO


Atente para esse texto que minha amiga Heloísa me enviou em um cartão de Boas Festas:
“Que Deus o abençoe com o desconforto diante das respostas fáceis, meias-verdades e relacionamentos superficiais, para que você possa viver intensamente, no fundo do seu coração. Que Deus o abençoe com a raiva diante das injustiças, da opressão e da exploração de pessoas, para que você possa trabalhar pela justiça, pela liberdade e pela paz. Que Deus o abençoe com lágrimas derramadas pelos que sofrem dor, rejeição, fome e guerra, para que você possa estender a mão para confortá-los. E que Deus o abençoe com suficiente loucura, para você acreditar que pode fazer diferença no mundo.”
Quanto a sermos abençoados nesse Ano Novo, é uma questão de obediência, e obediência é escolha:
“E Moisés disse ao povo: —Hoje vou deixar que vocês escolham se querem bênção ou maldição. Vocês receberão a bênção se obedecerem às leis do SENHOR, nosso Deus, que estou dando a vocês hoje; ou receberão a maldição, se não obedecerem às suas leis, mas rejeitarem os mandamentos que eu lhes estou dando hoje e adorarem outros deuses que vocês não conheciam.” (Deuteronômio 11:26-28 NTLH)

COLETÂNEA DE “PENSE NISSO”


Ou do jeito de Deus, ou do jeito de Deus.
É fácil saber qual é a vontade de Deus. Difícil é cumprí-la.
O que é a Graça? É a maneira como Deus, através da cruz de Cristo, nos vê e nos trata apesar de nós mesmos.
Amar é se colocar no lugar do outro.
O perdão é ficar, sem reclamar, com o prejuízo da ofensa. E é para ser, também, uma iniciativa do ofendido, não do ofensor.
A oração NÃO é um instrumento para obtermos o que queremos. É mais uma forma excelente para sabermos a vontade de Deus. É comunhão com Deus.
Às vezes nós invertemos as prioridades: buscamos em primeiro lugar todas as coisas e ficamos esperando que o Reino de Deus e a Sua justiça nos sejam acrescentados.
Nem tudo que se ora ou se diz "em nome de Jesus" tem a aprovação ou concordância do Senhor.
Milagres não são para os que não crêem. São parâmetros para os que já acreditam.
Uma das principais chaves para o sucesso do casamento é a CONCESSÃO. Uma pessoa disposta a fazer concessões tem mais chances de ser feliz.

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

VOCÊ PENSA NO FUTURO?


Um pedreiro que era amigo meu, e que morreu há algum tempo na minha frente ali no HC-UNICAMP, me contou um caso acontecido com ele. Durante a construção de uma casa esse meu amigo sugeriu ao patrão, o dono da tal casa, que colocasse uma tomada em em determinado canto da sala. O patrão perguntou se no projeto do engenheiro havia uma tomada ali. Meu amigo respondeu que não, mas que quando eles se mudassem, a patroa iria querer que tivesse. “Se ela quiser você volta aqui, instala a tomada e eu ainda lhe pago o dia em dobro e mais uma caixa de cerveja”, foi a resposta do patrão.
O Antônio, esse era o nome do meu amigo, sem o patrão ver, puxou a canaleta, a fiação, isolou com fita, tampou o buraco certinho com um papelão, passou massa corrida e pintou a parede.
Depois de um tempo o patrão o procurou, reconheceu que estava errado, disse que a mulher o estava perturbando porque queria a tal da tomada naquele canto e que ele pagaria o prometido para meu amigo fazer o serviço. E terminou dizendo: “Duro é que agora vai ter que quebrar a parede e pintar tudo de novo”.
O Antônio foi até aquele canto, localizou a instalação já pronta, abriu-a com um canivete e mostrou que o serviço estava pronto. Recebeu em dobro seu pagamento e mais uma caixa de cerveja.
O que aprendi com isso? Amanhã vou viver do que preparei hoje.
“Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia para a sua própria carne da carne colherá corrupção; mas o que semeia para o Espírito do Espírito colherá vida eterna. E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos. Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé.” (Gálatas 6:7-10)
Em tempo, considere isso:
“Atendei, agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã, iremos para a cidade tal, e lá passaremos um ano, e negociaremos, e teremos lucros. Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa. Em vez disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo. Agora, entretanto, vos jactais das vossas arrogantes pretensões. Toda jactância semelhante a essa é maligna. Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz nisso está pecando.” (Tiago 4:13-17)

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

UMA DECLARAÇÃO DE AMOR


Outro dia um rapaz me contou que foi falar para a mãe que ela o entristece muito, mas que a ama. O entristece muito porque ela é alcoólatra. Meu pai também já foi uma presa desse vício, mas parou de beber. Então eu sei quais são, ou seriam, as tristezas que esse rapaz sofre.
A resposta daquela mãe foi que se é assim que ele se sente, ela não pode fazer nada. Em outras palavras, ela estava dizendo que não quer parar de beber. Ele retrucou dizendo que poderia sim, pois havia 3 semanas que ele pediu um favor e ela nada de fazer. Nesse ponto eu não entendi se a tristeza que ela causava ao rapaz era pelo fato de beber ou não fazer o que ele queria!
Diante disso eu comentei que o verdadeiro amor independe da reação da pessoa a ser amada. Ama-se apesar de tudo.
Quando falei isso, o rapaz disse que esse é um estágio espiritual que ele não alcançou ainda. Retruquei veementemente que isso é básico no cristianismo.
“Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.” (1 João 4:20)
Acrescente-se a isso o seguinte versículo:
“Amar a Deus de todo o coração e de todo o entendimento e de toda a força, e amar ao próximo como a si mesmo excede a todos os holocaustos e sacrifícios.” (Marcos 12:33)
E como o amor não é só sentimento, e é essencialmente atitude e ação, podemos afirmar que o amor é fruto de uma decisão.

sábado, 27 de dezembro de 2008

EU JÁ VI

A esperança inquieta,
o amor de máscara,
o ódio tremendo,
a alegria algemada,
a tristeza rindo,
a vergonha debaixo de uma mesa,
o orgulho de cabeça baixa na frente de todos,
a amizade por um binóculo,
o medo olhando para todos os lados,
a humildade desfilando numa passarela,
a fé se agarrando a uma linha;
a esperança sentada e tranquila,
o amor olhando nos olhos,
o ódio algemado,
a alegria cavalgando,
a tristeza cheia de saúde,
a vergonha ficando vermelha,
o orgulho ajoelhado,
a amizade com os ombros largos,
o medo fugindo,
a humildade pensando,
e a fé em cima de uma rocha.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

PENSE NISSO 61

IMITADORES
Pense em uma pessoa que você conhece e uma qualidade da mesma, a qual você precisa imitar.
Pense em alguma personagem bíblica e uma qualidade da mesma a qual você precisa imitar.
1 Coríntios 4:16 Admoesto-vos, portanto, a que sejais meus imitadores.
1 Coríntios 11:1 Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo.
Efésios 5:1 Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados;
Filipenses 3:17 Irmãos, sede imitadores meus e observai os que andam segundo o modelo que tendes em nós.
1 Ts 1:6 Com efeito, vos tornastes imitadores nossos e do Senhor, tendo recebido a palavra, posto que em meio de muita tribulação, com alegria do Espírito Santo,
1 Ts 2:14 Tanto é assim, irmãos, que vos tornastes imitadores das igrejas de Deus existentes na Judéia em Cristo Jesus; porque também padecestes, da parte dos vossos patrícios, as mesmas coisas que eles, por sua vez, sofreram dos judeus,
Hebreus 6:12 para que não vos torneis indolentes, mas imitadores daqueles que, pela fé e pela longanimidade, herdam as promessas.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

 A BONECA BRUNA


Já por diversas vezes a Antilha, uma irmã muito querida lá da minha Igreja, organizou alguns eventos especiais para as mães e crianças internadas lá no HC-UNICAMP. Há alguns anos, pela época do Natal, ela organizou a vinda de um coral infantil, a distribuição de brinquedos e panetones. Os presentes ela arrecadou entre as amigas de algumas igrejas. Nós não podemos avaliar as conseqüências desses empreendimentos, pois os beneficiados são tantos e na maior parte das vezes o contato com eles é tão rápido que nos deixa apenas na esperança do bem feito. Mas naquela ocasião houve um acontecimento que Deus permitiu soubéssemos que Ele estava nos usando.
Um certo dia a minha mulher me entregou uma boneca novinha, ainda na caixa, e disse que a Denise, uma das amigas da Antilha, tinha deixado para a programação citada acima. Levei a boneca para o escritório da Capelania lá no hospital, coloquei em cima de uma mesa para entregar para a Antilha. A Antilha veio, fez a programação e eu me esqueci de entregar a boneca. No dia seguinte me determinei a entregá-la para uma das crianças que porventura tivesse ficado sem brinquedo. E alguns dias se passaram e a boneca continuou lá, como que esperando.
Uns poucos dias antes do Natal, ao entrar na enfermaria de ortopedia, eu vejo uma menininha de 7 anos que havia sofrido uma cirurgia. Um pouco deprimida, a menina a princípio se mostrou hesitante, mas após algumas brincadeiras ela se soltou. Lembrando-me da boneca eu perguntei:
- Você quer um presente?
- Sim, ela respondeu.
Fui até o escritório, peguei a boneca, coloquei-a dentro de um saco plástico e voltei para a enfermaria. Ao tirar a caixa de dentro do saco plástico, a menininha arregalou os olhos e ficou estática olhando para o brinquedo, e na mesma hora a mãe começou a chorar! Diante dessa inesperada reação das duas eu perguntei:
- Algum problema, senhora?
- O senhor não vai acreditar, pastor, mas essa é justamente a boneca que ela pediu para o Papai Noel e eu não tinha dinheiro para comprar!!!
Nesse ponto quem começou a chorar fui eu, discretamente, pois como vocês sabem, homem não chora. Assim que eu me refiz, falei:
- Precisamos arrumar um nome para essa boneca.
- Ela já tem nome, Pastor, antes mesmo de ganhar eu já tinha escolhido o nome. Ela vai se chamar Bruna.
Depois dessa cena, a oportunidade de falar de Jesus surgiu naturalmente. E presenteei a mãe com alguns livretes e folhetos evangelísticos. No dia seguinte, é claro, corri lá para visitá-las. A mãe já foi logo contando:
- Pastor, ela dormiu a noite inteira abraçada com a boneca. Ela nunca dormiu com boneca nenhuma, mas com a Bruna ela fez questão.
A menina teve alta, e na primeira oportunidade eu quis contar tudo isso para a Denise, a pessoa que deu a boneca. Foi por telefone, e tive a impressão que do outro lado da linha ela chorou. Bem, pelo menos bem emocionada ela ficou. Mas, tinha mais um detalhe muito importante. A Denise começou a me contar:
- Chico, essa boneca já tinha uma história. Eu a comprei para dar de presente de aniversário para alguém, mas por qualquer motivo que eu não me lembro, eu não fui ao tal aniversário, então guardei a boneca para dar em outra ocasião para alguém. Uns dias antes de a Antilha me pedir a doação de um brinquedo, fiz uma arrumação em casa e achei a boneca esquecida lá há um tempão, e separei-a para dar. Quando a Antilha me pediu um carrinho, eu perguntei se podia ser uma boneca que eu já tinha e assim não precisaria sair para comprar o brinquedo. Ela disse que sim, e eu falei que levaria a boneca. Só que eu fui esquecendo de levar até que eu não tive outra alternativa a não ser entregar para a sua mulher para que ela entregasse para você, para você entregar para a Antilha.
Se a Denise tivesse entregue a boneca para a Antilha no dia certo, seria apenas mais um brinquedo entregue! Se eu o tivesse feito, seria o mesmo!! A Bruna estava reservada para uma ação evangelística. Elifaz, o "amigo" de Jó, disse que Deus faz coisas grandes e inescrutáveis e maravilhas que não se podem contar, e é verdade, embora essa é possível contarmos.
Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! (Romanos 11:33)

LAURA


É bom ver fotos, ativa a lembrança,
como esse dia em que queriam que ela risse como nas brincadeiras.
Mas ninguém atentou para o fato de que essa pobre criança,
estava com o dedinho preso entre duas cadeiras.
Tem uma coisa que até hoje eu não atino,
algo que pela minha cabeça não passa,
Ela disse que não come nada que seja “submarino”,
mas ponha na frente dela um prato de massa.
É fácil perceber que ela é muito criativa,
com tiradas e palavras que estão sempre nos surpreendendo.
Como naquele dia, olhe como sua cabeça é muito viva,
em que ela mandou guardar o sorvete porque ele estava “escorretendo”.
É gostoso ver, dia a dia,
essa menina se convertendo.
Cresce com Deus de forma sadia,
e continua crescendo, crescendo ...
Ela é loirinha e cheia de charme,
às vezes começa a piada pelo fim.
Mas não tem ninguém que diante dela não se desarme,
essa é a Laura, enfim.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

 VALORES SEROLAV


As coisas que reconhecemos como valorosas aqui na terra também o são lá no céu?
Você não acha que há uma discrepância entre os valores do céu e os da terra?
E as coisas que Deus valoriza em nós, são valorizadas igualmente por nós?
Note os seguintes versículos:
“Porém muitos primeiros serão últimos; e os últimos, primeiros”. (Mateus 19:30)
“Mas o maior dentre vós será vosso servo. 12 Quem a si mesmo se exaltar será humilhado; e quem a si mesmo se humilhar será exaltado”. (Mateus 23:11-12)
“Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte”, (1 Pedro 5:6)
Se você soubesse que iria morrer em breve ...
Você continuaria a ver TV como tem visto?
Usaria o computador e a Internet como tem usado?
Acabaria de ler o livro que está lendo?
Continuaria a comer e a beber como tem feito?
Iria nos mesmos lugares onde costuma ir?
Com quem gostaria de passar mais tempo?
Continuaria a pensar da mesma forma? No que sua opinião mudaria?
Teria que se preparar espiritualmente?
Quem garante que você ainda vai viver muito tempo?

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

SEM NENHUM RETORNO


Henry Nowen escreveu dizendo, em outras palavras, que aprendeu a amar com o verdadeiro amor quando foi designado para cuidar de um rapaz com paralisia cerebral. Ele não podia e nem esperava nada em troca do cuidado que ele dispensava àquele rapaz.
Já a minha experiência, junto com o Oscar e a Ana Paula, voluntários comigo lá no Hospital das Clínicas e com quem compartilhei essas emoções, é bem diferente, pois temos tido que amar pessoas extremamente difíceis de se relacionar. São pessoas quem não possuem educação, são irritadiças e irritantes, ingratas, egocêntricas e egoístas. Às vezes são grossas conosco.
E Deus as colocou em nosso caminho para que nós as amemos.
“Amai, porém, os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem esperar nenhuma paga; será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo. Pois ele é benigno até para com os ingratos e maus.” (Lucas 6:35)
Sabedor de que tudo o que fazemos, ou deixamos de fazer, aqui na terra tem repercussão lá no céu, tenho encarado isso como uma lição que está me ensinando algo que me vai ser útil lá na Eternidade, ou seja, entender mais profundamente o amor de Deus.
E isso já tem me ajudado a entender versículos como esses:
“Se amais os que vos amam, qual é a vossa recompensa? Porque até os pecadores amam aos que os amam.” (Lucas 6:32)
“Em todo tempo ama o amigo, e na angústia se faz o irmão.” (Provérbios 17:17)
E mais esse trecho, que é para mim o mais forte dos que me ocorreram:
“Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.” (Romanos 5:8)
Quero encerrar com as palavras de um poeta que não sei o nome, mas que escreveu isso que eu gostaria de ter escrito:
“Amem. Amém”.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

FELIZ NATAL, LIXEIROS!


Quando eu era jovem, na época do Natal, costumava me juntar a um grupo de moças e rapazes cristãos para ensaiar algumas músicas natalinas. Cada um participava da ceia de Natal do dia 24 de dezembro com seus familiares, e depois saíamos para cantar nas casas de amigos e parentes. Como “cachê”, eles nos ofereciam algo para comer e beber. Sentíamos grande prazer em fazer isso, não só pela companhia da turma, mas também pelo carinho com que éramos recebidos por todos. Além disso, sempre havia a possibilidade de conhecer alguém interessante. Mas nossa maior motivação era realmente o clima natalino.
Numa dessas ocasiões, estávamos indo de carro de uma casa para outra, quando cruzamos com o caminhão de coleta de lixo. Assim que avistamos os lixeiros trabalhando, na noite de Natal, nós ingenuamente acenamos para eles e dissemos bem alto: “Feliz Natal a todos!”. Mas eles entenderam aquilo como uma provocação e começaram a nos ofender. Não os culpo por isso, pois a impressão que demos é que realmente estávamos nos divertindo às custas deles. Quando percebemos o mal-entendido, nos calamos imediatamente. Naqueles momentos de silêncio, fiquei meditando... Percebi então que muitas pessoas, por mais que queiram, não podem desfrutar de um “Feliz Natal”. Era o caso dos lixeiros: suas obrigações de trabalho os impediam de passar a noite de Natal ao lado de seus familiares e amigos.
Há situações em que as pessoas são obrigadas a passar as festas de Natal e Ano-Novo em um leito de hospital, ou em um asilo, ou até mesmo na prisão, e muitas vezes nem percebem a chegada do Natal. Em meu trabalho no Hospital das Clínicas da UNICAMP, sempre que se aproxima a época do Natal acontece a mesma coisa: diversas (digo “diversas” porque são realmente muitas) pessoas se caracterizam de Papai (ou Mamãe) Noel e vão andando pelos corredores distribuindo presentes às crianças internadas. Atitudes assim são muito importantes! Antes isso do que nada, já que a maioria das pessoas não faz esse tipo de coisa nem nessa época do ano! Mas, minha pergunta é: por que só no Natal? Obviamente não estou sugerindo que as pessoas vistam uma roupa vermelha, coloquem travesseiros na barriga, barba postiça, chapéu vermelho, botas pretas e saiam andando pelos corredores do hospital em pleno mês de junho.
O que gostaria de propor é uma atitude de amor bem mais abrangente. Não tenho certeza, mas acho que foi Millôr Fernandes quem fez o seguinte comentário: “Visitar uma favela uma vez por semana é chique, morar nela não”. O verdadeiro amor requer mais do que investimento de tempo, energia e dinheiro. Precisamos nos envolver com as pessoas e assumir um compromisso com elas. Foi essa a atitude de Cristo para conosco. Você é capaz de imaginar um amor maior do que este? Um envolvimento e comprometimento maior do que o próprio Deus ter se tornado homem para morrer por nós na cruz e levar nossos pecados?
Natal é isso: Deus se fazendo homem para pagar os nossos pecados.
No próximo Natal e ano novo, em vez de dar presentes às pessoas, dê um pouco de si mesmo a elas.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

VALORES QUE NÃO ESQUECEREMOS


Foi o meu próprio pai quem me contou isso que lhe aconteceu quando ele tinha uns 40 e poucos anos, sendo já casado e com filhos. Ele estava na cozinha com a minha avó, a qual estava sentada descascando batatas em uma bacia que estava em seu colo. Ela era uma espanhola que, apesar de seus quase 70 anos, ainda era rija. Meu pai conversava com ela falando alto e de uma forma irreverente. Ela depositou a faca dentro da bacia, colocou a bacia na mesa, enxugou as mãos no avental, levantou-se, foi até o meu pai, deu-lhe um tapa no rosto e disse, com seu sotaque e jeito de falar: “Isso é para te lembrares que sou tua mãe”. Voltou a sentar-se, pegou novamente a bacia e recomeçou a descascar as batatas, perguntando: “O que falavas mesmo?”. “Nada não” foi a resposta comportada dele.
É bem capaz que a Cíntia, minha filha, não se lembre do que vou contar agora. Ela me questionava sobre uma ordem que eu lhe dera, a qual não lembro agora, perguntando por que teria que me obedecer. “Porque eu sou seu pai e enquanto você morar nessa casa vai me obedecer”. Ela já ia saindo da minha presença quando a chamei de volta e disse: “Pensando bem, mesmo que você saia de casa, vai ter que continuar a me obedecer”. Eu a fiz voltar quando ela saia de novo e afirmei: “Pensando melhor ainda, mesmo que eu esteja morto você vai ter que me obedecer, isso enquanto eu estiver lhe prescrevendo que siga os princípios cristãos”.
“Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele.” (Provérbios 22:6 RA)
Mas note que, para essa expressão traduzida por “não se desviará dele”, a melhor tradução seria “não se esquecerá dele”.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

A ÁRVORE CAÍDA


Nós rimos muito naquele dia. De mim. Na reunião do cafezinho ali na Capelania do HC-UNICAMP eu contei o “fora” que dei uns dias antes. Fui visitar um paciente de uns 40 e poucos anos, que havia amputado metade da sua perna esquerda naqueles dias; ele estava flito porque tinha que voltar para o Centro Cirúrgico para um procedimento, estava em jejum e a coisa estava demorando. Eu fui lá para acalmá-lo. Na hora de ir embora, dei ré na minha cadeira de rodas motorizada e, sem querer tirei o chinelo dele do lugar. Coloquei-o de novo onde estava e perguntei: “- Ué, cadê o outro?”. Aquele homem reagiu com bom humor, contando que também a enfermeira tinha procurado no armário o outro pé do calçado.
Até eu ri de mim mesmo.
Devemos aceitar (e dominar) nossas fraquezas e limitações que são imutáveis.
Quando não aceitamos a nós mesmos, alguns sintomas podem aparecer. Podemos ter a tendência de sermos controladores, ou prepotentes, talvez nos fazermos de vítimas, ou quem sabe ter auto-comiseração, ou sermos egocêntricos, ou ainda “terceirizarmos” a culpa que é nossa (jogarmos sempre as nossas falhas como erros dos outros), podemos também fazer chantagem emocional, pois pensamos que merecemos uma compensação, ou então nos tornarmos irritadiços, sisudos, mau-humorados, possessivos e até mesmo ingratos.
Eu gosto muito do seguinte versículo:
“Estando as nuvens cheias, derramam aguaceiro sobre a terra; caindo a árvore para o sul ou para o norte, no lugar em que cair, aí ficará.” (Eclesiastes 11:3)
Aquilo que nos assusta e incomoda traz em seu bojo uma benção, é o que nos ensina a primeira parte do verso, e a segunda nos alerta para a realidade muitas vezes, consciente ou inconscientemente, ignorada de que há fatos na vida que não poderemos mudar.
Agora uma coisa para você pensar: a sua fraqueza, com Deus, pode ser seu ponto forte.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

SOBRAS DE NATAL


Uma das recordações mais vívidas que guardo dos meus tempos de juventude está relacionada ao Natal. Lembro-me que numa linda manhã de sol do dia 25 de dezembro (não posso precisar o ano, só me recordo que eu era bem jovem), meu irmão e eu saímos um pouco antes do almoço para dar uma volta pelas ruas do nosso bairro. Ao passar em frente a uma casa, notei que havia restos de lixo espalhados pela calçada. Algum cachorro provavelmente havia passado por ali, pensei. Eram caixas de brinquedos vazias, papéis amassados e jogados pelo chão, uma rolha de champanhe, restos de um cacho de uvas, sobras de alimentos... Ao olhar para aquelas sobras da festa do dia anterior, fiquei pensando: será que isso é o que restou do Natal?
Mas o tempo foi passando, e em um determinado ano, posso dizer que tive uma das melhores celebrações de Natal da minha vida. Justamente pelo que restou. As comemorações foram iguais às dos anos anteriores: a correria das compras, confraternizações, amigos secretos, comida e bebida, presentes, encontros com amigos, conversas com gente chata e com gente legal, fotos, notícias de parentes e amigos distantes; enfim, tudo que acontece em todos os natais.
A diferença estava dentro de mim... Naquele ano, tomei a decisão de vivenciar o verdadeiro espírito do Natal, apesar de tudo e de todos. E isso me fez muito feliz!!
Depois de estudar profundamente a Palavra de Deus, o verdadeiro sentido do Natal estava bem solidificado em meu coração. Senti-me grato por ter um lugar para passar o Natal. Ali pude encontrar várias pessoas com quem gosto de conversar e estar junto. Encontrei também alguns “chatos”, mas procurei ser paciente com todos e amá-los, demonstrando isso através de atitudes e ações, e colocando-me no lugar deles, o que não foi difícil, pois sou tão chato quanto eles.
Procurei também transformar o consumismo típico dessa época do ano numa excelente oportunidade para levar um pouco de alegria àqueles a quem presenteei. Não distribuí nenhum folheto evangelístico, mas pude aprofundar alguns relacionamentos. Talvez isso tenha levado algumas pessoas a se interessarem por uma vida com Deus.
O que restou desse Natal? A alegria de saber que não me envolvi com o aspecto comercial do Natal, de ter experimentado a verdade ensinada pelo próprio Senhor Jesus, de que mais feliz é quem dá do que quem recebe. A satisfação de saber que, mesmo sendo impossível comemorar o Natal em meados de abril (a época provável do nascimento de Jesus), é possível comemorá-lo em dezembro mesmo. E a alegria de amar e ser amado festivamente. Coisas assim, além das caixas vazias, dos papéis rasgados e das sobras, é que fazem o Natal.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

UM MENDIGO QUE RECEBEU UMA ESMOLA


Outro dia, dentro das comemorações de Natal, foi até o HC-UNICAMP um pequeno grupo de religiosos do Toca de Assis. Pelo que me disseram, essa organização serve a indigentes que moram na rua, levando os necessitados para suas casas (que só em Campinas hoje são 11), onde os jovens da Toca comem com os mendigos, dormem no mesmo alojamento que eles, tomam banho no mesmo chuveiro, enfim, vivem com eles.
Esse grupo, que eram uns 7 ou 8, foi lá para estar, cantar e brincar com as crianças. Quatro meninas do meu grupo de voluntárias e eu ficamos com eles. Foi um tempo muito gostoso.
Uma das brincadeiras que eles fizeram consistia em formar um trenzinho com as pessoas enquanto todos cantavam uma música com esse tema. Que gostoso ver as crianças, os voluntários e os religiosos em fila, andando, dançando, cantando e rindo. Um garoto de uns 3 anos, com Síndrome de Down e problemas respiratórios, que não pode andar, ia em um carrinho de bebê empurrado por uma moça da Toca, batendo palmas e movimentando a cabeça no ritmo; uma menina de 2 anos, que tem problemas e mais problemas no coração e que também não pode andar, ia rindo no colo de uma voluntária; um outro menino, que é deficiente visual, ficava dançando ao lado.
Eu não conseguia distinguir quem era paciente, religioso, voluntário ou simples espectador. Todos estavam envolvidos na mesma alegria. E na mesma dor. Ali no hospital geralmente as diferenças individuais são minimizadas.
É assim que Deus nos vê. Ele nos aceita apesar das nossas deficiências e suficiências.
Todos somos mendigos, o cristão é o que recebeu uma esmola.
Isso é GRAÇA.
“Deus nos salvou e nos chamou para sermos o seu povo. Não foi por causa do que temos feito, mas porque este era o seu plano e por causa da sua graça. Ele nos deu essa graça por meio de Cristo Jesus, antes da criação do mundo.” (2 Timóteo 1:9 NTLH)

PENSE NISSO 60


Você é a manifestação visível do cristianismo.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

NATAL, NATAL DAS CRIANÇAS ...


Há algum tempo, numa tarde de dezembro, um coral de crianças foi se apresentar no pátio da enfermaria de pediatria lá do HC-UNICAMP. Muito bonitinho e interessante. Eles cantaram diversas músicas, inclusive algumas referentes ao Natal. Eram pré-adolescentes de uma escola pública de um bairro de classe média.
E lá estava eu no meio das crianças internadas no HC-UNICAMP, assistindo junto com elas a apresentação do coral. Olhava para as crianças que cantavam, depois para as que são pacientes ali, olhava para umas e depois para as outras sucessivamente, até que o meu pensamento voou para longe e parece que me levou junto.
As crianças do coral eram saudáveis, bonitas, firmes no andar, dançar, cantar e até no olhar. Elas tinham cor!
Já as crianças do hospital obviamente estavam abatidas pela doença, trôpegas ao andar (isso quando podiam andar), meio vacilantes, fracas e dependentes. Elas até que são bonitas, mas temos que atentar bem para vermos os traços da sua beleza cobertos pelos vestígios do sofrimento.
Elas não têm cor!!
Umas dessas crianças que assistiam à apresentação, um dia antes eu acompanhei a sua internação. Enquanto era arrumada toda a papelada necessária, ela falou que não queria passar o Natal no hospital. A mãe não teve outra alternativa a não ser dizer que não havia outro jeito.
Muitas crianças passam o Natal internadas no hospital. Ah, se não fossem as minhas prioridades (a família, por exemplo), eu passaria a noite de Natal com elas.
Nesse ponto meu pensamento voltou para o pátio da pediatria, e pareceu-me que eu também. Com um leve chacoalhar de cabeça pude perceber que as crianças ainda cantavam:
"Natal, Natal das crianças ...”.
De repente me dei conta de que eu passo quase que o ano todo, quase que todos os dias junto com os pacientes, tentando "colorir" as horas difíceis que eles passam ali dentro. O coral cumpriu a sua excelente parte e foi embora. Eu, e muitos outros continuamos ali levando amizade, conforto, tranqüilidade, palavras de consolo e amor. Não a nossa amizade, nem nossas palavras e muito menos a nossa paz, mas sim tudo isso que vem de Deus, tudo sobrenatural e perfeito.
Sem querer eu percebi que estou tentando satisfazer as necessidades das pessoas, necessidades essas que podem ser exemplificadas pelas palavras de um jornalista:
" Queria que os cristãos me falassem um pouco menos de sua fé e mostrassem um pouco mais. Sobretudo, queria vê-los com um rosto sorridente e com olhos limpos de gente segura e pacífica. Em um tempo nervoso, no qual todos têm pressa de ir e vir, queria que me dessem alguns instantes para uma conversa a sós; se viessem a mim sem discursos, com uma atitude feliz e confiante, como eu os receberia com alegria! A serenidade de espírito é um estado maravilhoso, porque é contagioso."
Pense nisso.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

PARA MIM, O MELHOR PRESENTE É UM LIVRO


“Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, bem como os livros, especialmente os pergaminhos.” (2 Timóteo 4:13)
Eu estava em uma festa de aniversário, comendo um pedaço de bolo em uma rodinha de amigos. E o assunto era “livros”. Em um dado momento alguém virou para mim e perguntou quantos livros eu já tinha lido. “Uns 5 ou 6” respondi. Uma pessoa falou que não havia lido nenhum. Uma outra pessoa comentou que lera 2 e estava lendo o terceiro, e me perguntou como eu consegui ler tanto. Minha resposta: “Não é tanto, pois já estamos no fim de fevereiro”.
- Você leu isso tudo ESSE ANO?!
O garfinho com um pedaço de bolo que eu ia colocar na boca parou no meio do caminho. Eles estavam se referindo a livros lidos durante a vida toda!
Eu conheço o seguinte ditado desde criança: “Pior que o analfabeto é quem sabe ler mas não lê”.
Sou obrigado a confessar que sou um viciado em ler. Gosto de ler tudo o que passa pela frente dos meus olhos: livros, jornais, revistas, manuais de instrução, rótulos de vidros de pimenta, tudo. Tenho para mim que é gostoso voltar para casa quando se sabe que lá há pelo menos um bom livro me esperando. A leitura faz com que tenhamos uma excelente cosmovisão da vida.
Esse bom hábito herdei de meus pais.
Agora, atente para a frase seguinte: “Se quiser que os seus filhos sejam brilhantes, leia contos de fadas para eles. Se quiser que sejam ainda mais brilhantes, leia ainda mais contos de fadas”. (Albert Einstein) Isso faz com que as crianças tenham a mente aberta para fantasiar. Por essa razão é que agora estou querendo ler mais sobre “mitologia”. Não é uma boa idéia?
Agora, por favor, não venha me dizer que você é um desses falsos leitores que compram muitos livros só para dizer que os possui, mas não lê nenhum, ou dizem que já leram muito no passado, por isso não precisam ler agora.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

A PEQUENA VIOLINISTA E A PEQUENA PACIENTE


Seu nome é Ana Letícia e ela tem 8 anos de idade. Quando eu cheguei ao Pátio da Pediatria eu a vi entre outras crianças, sentadinha, esperando. Nós aguardávamos a apresentação da Orquestra Infanto-juvenil do Projeto Unicordas (um trabalho do meu amigo e irmão Alexandre) e, embora eu não soubesse, ela ia tocar.
Quando ela pegou o seu pequeno violino e sentou-se na cadeira que era o seu lugar de apresentação, eu não acreditei. Gente, é sério, a Ana Letícia não alcançava o chão com os pés! Isso é para vocês terem idéia do “tamainho” dela.
Depois eles começaram a tocar. Primeiro os menores. A Ana Letícia estava entre eles. Depois os maiores, e a Ana Letícia de novo entre eles. Tanto uns quanto os outros, tocaram como gente grande. Foi muito, mas muito bonito mesmo! Confesso que fiquei impressionado, principalmente com aquela menina que, por ser pequena não alcançava o chão.
Enquanto eles tocavam, num determinado momento, eu estava observando a Aninha tocar; sem querer fiz com a minha vista como na televisão as câmeras fazem, desfoquei a imagem que estava em primeiro plano e foquei lá no fundo, uma paciente com mais ou menos a mesma idade da Ana Letícia. Aquela paciente, com uma sonda no narizinho, estava no colo da mãe, pois tem Paralisia Cerebral.
Eu olhava, alternadamente, para uma e para a outra. O contraste me incomodou profundamente. Uma tocava para a outra, e ambas me tocaram no coração. Só não afirmo que pude ver, naquele instante passageiro e sublime, um pedaço do céu, porque lá na Eternidade vai ser diferente.
“E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram.” (Apocalipse 21:4)

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

EU A VI QUASE MORRENDO E DEPOIS A VI RINDO


Solicitaram que eu acompanhasse o caso porque a paciente, uma menina de 6 anos, estava na UTI já desenganada pelos médicos. Era para dar o conforto e orientação para os pais. O que tinham me informado é que a menina poderia morrer a qualquer hora. Fiquei então conversando uma tarde inteira com o pai. Aguardávamos. Era só isso que podíamos fazer. Quando chegou a hora de ir embora, orei com ele, me despedi e fui.
No dia seguinte, uma surpresa: lá estava aquele pai sentado quase que no mesmo lugar em que eu o deixara. Era um lugar estratégico, um banco bem em frente à porta da UTI pediátrica. Qualquer notícia, boa, má ou inócua, viria por aquela porta. A menina estava na mesma. Seu quadro estava inalterado, segundo os médicos. Mas estava viva.
Depois, bem mais tarde é que fiquei sabendo o que estava acontecendo dentro da Unidade de Terapia Intensiva. Ali se travava uma batalha hercúlea para salvar a criança, recursos caríssimos foram usados, coisa que nenhum hospital particular poderia fazer.
O tempo foi passando. Só um detalhe: um minuto “hospitalar” é muito, mas muito maior do que um minuto comum; é mais angustiante, sofrido e horrivelmente lento!
A menina foi melhorando, melhorando cada vez mais, teve alta da UTI e foi para a enfermaria, onde continuou melhorando, até que teve alta.
Enquanto estava na enfermaria, um dos voluntários da Capelania fez amizade com a mãe e com a menina. Ele conseguiu fazer uma coisa que eu não pude realizar: fazer a menina rir! E que riso gostoso! E olhe que até um brinquedo lhe dei de presente. Mas o riso estava reservado para aquele meu companheiro de trabalho. Mas não importa, ela riu e isso basta.
“De modo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento. Ora, o que planta e o que rega são um; e cada um receberá o seu galardão, segundo o seu próprio trabalho.” (1 Coríntios 3:7-8)
Confesso que eu invejo um pouco o meu colega voluntário. É um privilegio enorme fazer uma criança rir, principalmente depois de tudo o que ela sofreu.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

CARTINHA PARA O PAPAI NOEL


Essa carta eu “enviei” ao tal velhinho no começo de dezembro ou do ano passado ou retrasado, não lembro.
Querido Papai Noel:
Dia 17 desse mês de dezembro nós vamos fazer uma festinha de Natal lá na Pediatria do HC. Eu pensei em convidá-lo, mas uma senhora, a Adriana, que nos ajuda muito indo toda semana ali contar histórias de Jesus para as crianças internadas, e que está trabalhando muito por essa festa, não quer que o senhor vá.
Ela não gosta do senhor. Ela acha que o senhor é mentiroso. Ou melhor, ela acha que o senhor é uma mentira.
A minha idéia era que o senhor desse brinquedos para as crianças. Na realidade o Oscar, um senhor que vai toda semana lá no hospital falar de Jesus Cristo para os pacientes, está arrecadando dinheiro dos colegas de trabalho e já está comprando as lembrancinhas. O senhor só iria distribuir. Mas eles não querem.
Isso me fez pensar. Estou achando que eles estão certos.
Acho que para o Natal fica melhor, por exemplo, enfeitar a casa com um presépio. É o que a Célia e a Ana Paula vão montar na Capela do HC. Essas duas são outras que estão direto lá, dando assistência cristã aos nossos doentes. Sabe por que eu gosto do presépio? Porque ele conta a história do nascimento de Jesus. Tem uns que contam direitinho como é que foi.
Outro dia vi o senhor lá no Shopping. Eu ia lhe falar tudo isso mas a fila de crianças que queriam fazer o pedido de brinquedo para o senhor estava enorme! E estava demorando, pois todo mundo tinha que posar para uma foto. Por falar nisso, fala para aquele rapaz que mexia com a máquina, não vender as fotos, mas dar de graça. Afinal o senhor é o Papai Noel.
Então resolvi escrever.
Agora quero fazer o meu pedido. Eu quero um bonequinho de borracha, desses que quando a gente aperta ele assobia. Sabe qual é? Então. É para dar para o Dudu. Ele tem um ano e dez meses. Como depende de aparelhos para respirar, vai ficar sempre com a gente. É por isso que ele não foi lá no Shopping. Por via das dúvidas, eu vou comprar um e dar para ele. Se o senhor me der um, ele ganha dois.
E não precisa levar agora nesse período de correria por causa das festas. Nós estamos lá o ano todo. Qualquer dia está bom.
Por enquanto é só.
Atenciosamente, Chico.
P.S.1: Depois que divulguei o texto acima, a Adriana escreveu o que segue abaixo.
Senhor Papai Noel:Eu sou Adriana, aquela que o Chico mencionou em sua cartinha. É, eu mesma que o acho um mentiroso, ou melhor, um enganador.Vou explicar porquê. Na verdade, já algum tempo deixei de acreditar emvocê. Depois que cresci comecei a ver que você não leva brinquedos para ascrianças pobres, é por isso que você nunca foi na minha casa...Você só vai na casa de quem tem muito, muitodinheiro! É na casa de quem tem uma árvore enorme, uma janela enorme, emuitos sapatos de vários modelos novinhos na janela, esperando seu sacoenorme com brinquedos que eles brincam só no dia e depois esquecem no quartoenorme de brinquedos durante o resto do ano...Que vergonha hein Papai Noel?Você está nas mansões, palácios, palacetes, nas casas da classe média, mas, e nas favelas?Esse é o motivo de não o achar legal e nem querer você na nossa festano hospital.Você com essa carinha fofinha, que dá até vontade de dar umas beijocasnessa bochecha coradinha, de um velhinho tão gordinho (você anda comendo muitopanetone),vê se começa a pensar melhor no que faz! Já está bem velho práficar enganando as crianças do mundo todo.Você faz com que as crianças esqueçam de quem é o aniversário na noitede natal.Papai Noel, você gostaria que alguém no dia do seu aniversárioassoprasse sua velinha, comesse o seu bolo e ficasse com seus presentes?Pois é exatamente isso que você faz!Faz com que as crianças esqueçam que quem faz o aniversário e merecepresentes é Jesus.Você nem sabe quem é ele, né?Quer saber quem é Ele? O Chico Motta pode falar prá você direitinho!Sabe Papai Noel, Jesus sim, merece minha cartinha. Aliás, Ele meescreve uma todos os dias.São suas cartas que me enchem de esperança de uma vida eterna.Então , se o Dono da festa é Ele, porque vou chamar você para receberas honras?As criancinhas devem vir à Jesus, o aniversariante, e se eu oconvidar, você vai impedi-las de vir a Ele!Me desculpe, mas você só dá balinhas no Natal, e Jesus, dá vida,alegria, paz e esperança o ano todo!O tema da nossa festinha é: Jesus em minha casa e não Noel, por issosó resta você sair desse trono que você usurpou e colocar suas barbas de molho!Ah, já ia me esquecendo, estamos no Brasil, suas roupas e esse trenónão combinam com nosso calor.Assinado, Senhora Adriana
Obs.: Não falo de você para os meus filhos, eles já sabem que você é uma farsa!
P.S.2: Hoje, o Dudu já está lá no céu, correndo por todo lado, livre de todos aqueles aparelhos. Mas eu lembro que na época ele só ganhou um bonequinho de borracha, o que eu dei.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

A PRIMEIRA VINDA É QUE GARANTE A SEGUNDA


Pense em alguém espaçoso, chato e folgado. Imagine que essa pessoa telefona e diz que está a caminho para passar uns dias em sua casa. O que você sentiria? Agora pense em alguém que você ama muito. Imagine que essa pessoa telefona e diz que está a caminho para passar uns dias em sua casa. O que você sentiria?
Jesus prometeu que viria e veio. Isso é o Natal.
Jesus prometeu que virá, e virá! Isso também é Natal.
Quando Ele veio a primeira vez era esperado pelos judeus, mas eles não O receberam!
Ele é esperado agora, e quando vier, será que vai ser aceito espontaneamente?
O livro de Apocalipse nos revela que mesmo diante das imensas tribulações que virão, muitos nem assim vão se arrepender:
“Os outros homens, aqueles que não foram mortos por esses flagelos, não se arrependeram das obras das suas mãos, deixando de adorar os demônios e os ídolos de ouro, de prata, de cobre, de pedra e de pau, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar; nem ainda se arrependeram dos seus assassínios, nem das suas feitiçarias, nem da sua prostituição, nem dos seus furtos.” (Apocalipse 9:20-21)
“Com efeito, os homens se queimaram com o intenso calor, e blasfemaram o nome de Deus, que tem autoridade sobre estes flagelos, e nem se arrependeram para lhe darem glória. Derramou o quinto a sua taça sobre o trono da besta, cujo reino se tornou em trevas, e os homens remordiam a língua por causa da dor que sentiam e blasfemaram o Deus do céu por causa das angústias e das úlceras que sofriam; e não se arrependeram de suas obras.” (Apocalipse 16:9-11)
Geralmente no Natal nós refletimos muito no fato de Jesus ter vindo, mas esse ano, no meu preparo espiritual para as festas de fim de ano tenho meditado no fato de que Jesus há de voltar. E isso pode ser hoje, agora.
“Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até no ocidente, assim há de ser a vinda do Filho do Homem.” (Mateus 24:27)
Você O está esperando?
Com que espectativa?
“Aquele que dá testemunho destas coisas diz: Certamente, venho sem demora. Amém! Vem, Senhor Jesus!” (Apocalipse 22:20)

PEIXE TRISTE 1


PEIXE TRISTE 2


PEIXE SORRINDO


quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

NOSSAS FRAQUEZAS


Minha querida, você me pediu que eu orasse com você e por você. Quando, após concordar, perguntei a razão desse pedido, sua resposta me tocou: “É porque hoje eu estou fraca”. Sabedor do drama que você passa, eu entendi tudo.
Não sei se lhe ajudou, mas o que eu lhe lembrei é uma verdade:
“Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte.” (2 Coríntios 12:10)
Quando, e só quando, nos esvaziamos de todos os recursos que possuímos, é que a força de Deus pode agir por nós, em nós e através de nós. É assim que as coisas são. E esse processo na grande maioria das vezes é bem doloroso.
Primeiro é esse “esvaziamento”, que mexe com nosso orgulho. E depois, quando o poder de Deus começa a fluir pelo nosso ser tão fraco, tenho a impressão que vão sair faíscas e fumaça, como uma forte tensão de eletricidade passando por um frágil fio.
O mais interessante para mim de tudo é que no momento em que você veio falar comigo, eu estava e me sentia extremamente fraco.
Foi muito bom para mim, obrigado.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

PENSE NISSO 59


Você deve alguma coisa para alguém? “A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros; pois quem ama o próximo tem cumprido a lei.” (Romanos 13:8)

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

NATAL DA ETERNIDADE


Eu devia ter uns 6 ou 7 anos de idade. Lembro-me que estava sentado no chão, na sala da casa do meu tio, brincando com um jogo de futebol de botões que acabara de ganhar. Era véspera de Natal. De repente, vi um vulto passando pela janela. O que me chamou a atenção é que esse vulto não passou da direita para a esquerda, nem da esquerda para a direita; ele se moveu do canto direito inferior para o canto esquerdo superior da janela. Isso mesmo, ele fez um movimento para cima, mas enviesado! Quis logo contar ao meu pai o que havia acontecido. Quando o encontrei, disse a ele, todo orgulhoso: “Eu vi o Papai Noel indo embora!” Eu acreditava realmente naquilo. E a impressão que tive era que meu pai também acreditava. Naquela época eu já conhecia o verdadeiro significado do Natal, representado nos presépios, (bem ou mal representado, acho que mais bem do que mal), que montávamos todos os anos naquela época. Mas isso não impedia que eu também acreditasse em Papai Noel. Esse é o Natal, visto pela perspectiva do homem.
Gostaria que você lesse o texto a seguir:
Viu-se grande sinal no céu, a saber, uma mulher vestida do sol com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça, que, achando-se grávida, grita com as dores do parto, sofrendo tormentos para dar à luz. Viu-se também outro sinal no céu, e eis um dragão, grande, vermelho, com sete cabeças, dez chifres e, nas cabeças, sete diademas. A sua cauda arrasta a terça parte das estrelas do céu, as quais lançou para a terra; e o dragão se deteve em frente da mulher que estava para dar à luz, a fim de lhe devorar o filho quando nascesse. Nasceu-lhe, pois, um filho varão, que há de reger todas as nações, com cetro de ferro. E o seu filho foi arrebatado para Deus até ao seu trono. (Apocalipse 12.1-5)
Você sabe a que se refere este texto? Pois ele se refere ao Natal, isto é, ao nascimento de Jesus Cristo, visto pela perspectiva da Eternidade. Foi assim que os anjos, bons e maus, viram tudo isso: pela perspectiva lá do Alto.
Vejamos um outro texto, procurando relacioná-lo com o anterior:
Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra; porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus. Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis manifestados com ele, em glória. (Colossenses 3.1-4)
Nós somos o que pensamos. Vivemos o tipo de vida que escolhemos viver, pois ela é o resultado das decisões que tomamos. Se nossas escolhas forem feitas a partir da perspectiva da Eternidade, então seremos felizes, pois estaremos alinhados com a vontade de Deus.
Antes de terminar, gostaria de lhe fazer uma proposta: transforme o próximo Natal em um Natal “diferente”. Deixe em segundo plano os presentes e a correria das compras e procure se lembrar do verdadeiro sentido do Natal.
Mais um lembrete: ao fazer seus planos para o ano novo, faça-os a partir da perspectiva correta.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

ELE QUER É VOCÊ


Certa vez fui convidado para falar, ou melhor, dar um pequeno testemunho e convite ao envolvimento com a obra, em uma Conferência Missionária da minha Igreja. Eu tinha 5 preciosos minutos. Contei rapidamente uma experiência (agora, qual foi não lembro mais), e em seguida afirmei para aqueles que lá estavam: “Deus não quer o seu dinheiro, nem o seu carro, ou casa ou bens materiais, nem o seu tempo. Ele quer você, integralmente”.
“Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. Ou supondes que em vão afirma a Escritura: É com ciúme que por nós anseia o Espírito, que ele fez habitar em nós?” (Tiago 4:4-5)
Quando Ele nos tem integralmente, Ele tem tudo de nós, mas se Deus tem tudo de nós mas não nos tem, não tem nada!
Eu me lembro que o Timão, meu irmão e amigo que (como diz o Rolando Boldrin) “viajou fora do combinado”, ele não gostava daquele adesivo que alguns grudam no vidro do carro onde está escrito “ESSE CARRO É PROPRIEDADE EXCLUSIVA DE JESUS”. Ele se perguntava se seria isso mesmo.
Em uma outra Conferência, um missionário disse que não ia pedir para as pessoas que ali estavam dinheiro para o seu sustento. Quanto a isso ele já tinha a promessa de Deus de que nada iria faltar. O que aquele missionário precisava era orações para que ele se mantivesse íntegro.
Pois é, Deus nos quer integralmente!
O que eu não entendo é como Ele me quer ainda, sendo eu o que sou.