Quando eu era jovem, na época do Natal, costumava me juntar a um grupo de moças e rapazes cristãos para ensaiar algumas músicas natalinas. Cada um participava da ceia de Natal do dia 24 de dezembro com seus familiares, e depois saíamos para cantar nas casas de amigos e parentes. Como “cachê”, eles nos ofereciam algo para comer e beber. Sentíamos grande prazer em fazer isso, não só pela companhia da turma, mas também pelo carinho com que éramos recebidos por todos. Além disso, sempre havia a possibilidade de conhecer alguém interessante. Mas nossa maior motivação era realmente o clima natalino.
Numa dessas ocasiões, estávamos indo de carro de uma casa para outra, quando cruzamos com o caminhão de coleta de lixo. Assim que avistamos os lixeiros trabalhando, na noite de Natal, nós ingenuamente acenamos para eles e dissemos bem alto: “Feliz Natal a todos!”. Mas eles entenderam aquilo como uma provocação e começaram a nos ofender. Não os culpo por isso, pois a impressão que demos é que realmente estávamos nos divertindo às custas deles. Quando percebemos o mal-entendido, nos calamos imediatamente. Naqueles momentos de silêncio, fiquei meditando... Percebi então que muitas pessoas, por mais que queiram, não podem desfrutar de um “Feliz Natal”. Era o caso dos lixeiros: suas obrigações de trabalho os impediam de passar a noite de Natal ao lado de seus familiares e amigos.
Há situações em que as pessoas são obrigadas a passar as festas de Natal e Ano-Novo em um leito de hospital, ou em um asilo, ou até mesmo na prisão, e muitas vezes nem percebem a chegada do Natal. Em meu trabalho no Hospital das Clínicas da UNICAMP, sempre que se aproxima a época do Natal acontece a mesma coisa: diversas (digo “diversas” porque são realmente muitas) pessoas se caracterizam de Papai (ou Mamãe) Noel e vão andando pelos corredores distribuindo presentes às crianças internadas. Atitudes assim são muito importantes! Antes isso do que nada, já que a maioria das pessoas não faz esse tipo de coisa nem nessa época do ano! Mas, minha pergunta é: por que só no Natal? Obviamente não estou sugerindo que as pessoas vistam uma roupa vermelha, coloquem travesseiros na barriga, barba postiça, chapéu vermelho, botas pretas e saiam andando pelos corredores do hospital em pleno mês de junho.
O que gostaria de propor é uma atitude de amor bem mais abrangente. Não tenho certeza, mas acho que foi Millôr Fernandes quem fez o seguinte comentário: “Visitar uma favela uma vez por semana é chique, morar nela não”. O verdadeiro amor requer mais do que investimento de tempo, energia e dinheiro. Precisamos nos envolver com as pessoas e assumir um compromisso com elas. Foi essa a atitude de Cristo para conosco. Você é capaz de imaginar um amor maior do que este? Um envolvimento e comprometimento maior do que o próprio Deus ter se tornado homem para morrer por nós na cruz e levar nossos pecados?
Natal é isso: Deus se fazendo homem para pagar os nossos pecados.
No próximo Natal e ano novo, em vez de dar presentes às pessoas, dê um pouco de si mesmo a elas.
Numa dessas ocasiões, estávamos indo de carro de uma casa para outra, quando cruzamos com o caminhão de coleta de lixo. Assim que avistamos os lixeiros trabalhando, na noite de Natal, nós ingenuamente acenamos para eles e dissemos bem alto: “Feliz Natal a todos!”. Mas eles entenderam aquilo como uma provocação e começaram a nos ofender. Não os culpo por isso, pois a impressão que demos é que realmente estávamos nos divertindo às custas deles. Quando percebemos o mal-entendido, nos calamos imediatamente. Naqueles momentos de silêncio, fiquei meditando... Percebi então que muitas pessoas, por mais que queiram, não podem desfrutar de um “Feliz Natal”. Era o caso dos lixeiros: suas obrigações de trabalho os impediam de passar a noite de Natal ao lado de seus familiares e amigos.
Há situações em que as pessoas são obrigadas a passar as festas de Natal e Ano-Novo em um leito de hospital, ou em um asilo, ou até mesmo na prisão, e muitas vezes nem percebem a chegada do Natal. Em meu trabalho no Hospital das Clínicas da UNICAMP, sempre que se aproxima a época do Natal acontece a mesma coisa: diversas (digo “diversas” porque são realmente muitas) pessoas se caracterizam de Papai (ou Mamãe) Noel e vão andando pelos corredores distribuindo presentes às crianças internadas. Atitudes assim são muito importantes! Antes isso do que nada, já que a maioria das pessoas não faz esse tipo de coisa nem nessa época do ano! Mas, minha pergunta é: por que só no Natal? Obviamente não estou sugerindo que as pessoas vistam uma roupa vermelha, coloquem travesseiros na barriga, barba postiça, chapéu vermelho, botas pretas e saiam andando pelos corredores do hospital em pleno mês de junho.
O que gostaria de propor é uma atitude de amor bem mais abrangente. Não tenho certeza, mas acho que foi Millôr Fernandes quem fez o seguinte comentário: “Visitar uma favela uma vez por semana é chique, morar nela não”. O verdadeiro amor requer mais do que investimento de tempo, energia e dinheiro. Precisamos nos envolver com as pessoas e assumir um compromisso com elas. Foi essa a atitude de Cristo para conosco. Você é capaz de imaginar um amor maior do que este? Um envolvimento e comprometimento maior do que o próprio Deus ter se tornado homem para morrer por nós na cruz e levar nossos pecados?
Natal é isso: Deus se fazendo homem para pagar os nossos pecados.
No próximo Natal e ano novo, em vez de dar presentes às pessoas, dê um pouco de si mesmo a elas.
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