quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

A PEQUENA VIOLINISTA E A PEQUENA PACIENTE


Seu nome é Ana Letícia e ela tem 8 anos de idade. Quando eu cheguei ao Pátio da Pediatria eu a vi entre outras crianças, sentadinha, esperando. Nós aguardávamos a apresentação da Orquestra Infanto-juvenil do Projeto Unicordas (um trabalho do meu amigo e irmão Alexandre) e, embora eu não soubesse, ela ia tocar.
Quando ela pegou o seu pequeno violino e sentou-se na cadeira que era o seu lugar de apresentação, eu não acreditei. Gente, é sério, a Ana Letícia não alcançava o chão com os pés! Isso é para vocês terem idéia do “tamainho” dela.
Depois eles começaram a tocar. Primeiro os menores. A Ana Letícia estava entre eles. Depois os maiores, e a Ana Letícia de novo entre eles. Tanto uns quanto os outros, tocaram como gente grande. Foi muito, mas muito bonito mesmo! Confesso que fiquei impressionado, principalmente com aquela menina que, por ser pequena não alcançava o chão.
Enquanto eles tocavam, num determinado momento, eu estava observando a Aninha tocar; sem querer fiz com a minha vista como na televisão as câmeras fazem, desfoquei a imagem que estava em primeiro plano e foquei lá no fundo, uma paciente com mais ou menos a mesma idade da Ana Letícia. Aquela paciente, com uma sonda no narizinho, estava no colo da mãe, pois tem Paralisia Cerebral.
Eu olhava, alternadamente, para uma e para a outra. O contraste me incomodou profundamente. Uma tocava para a outra, e ambas me tocaram no coração. Só não afirmo que pude ver, naquele instante passageiro e sublime, um pedaço do céu, porque lá na Eternidade vai ser diferente.
“E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram.” (Apocalipse 21:4)

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