Note a importância dos detalhes: se eu esquecer uma cedilha, em vez de pedir eu peco.
sábado, 31 de janeiro de 2009
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
DEUS NÃO É UM SEQUESTRADOR
Fui todo animado atender o chamado do Renan. Ele queria brincar com o carrinho com controle remoto que havia acabado de ganhar de uma médica e pediu para me chamar. Nós iríamos juntos brincar no pátio da Enfermaria de Pediatria do HC-UNICAMP. Forramos uma cadeira-de-rodas para ele, pegamos o indispensável cilindro de oxigênio, eu segurei o carrinho e fomos. Quando chegamos no corredor tivemos que voltar: ele se sentiu mal e quis deitar novamente.
O Renan, de 8 anos, sofria de fibrose cística, e estava internado há muito tempo. Essa doença faz com que o sistema imunológico “pense” que um dos órgãos vitais do paciente seja um corpo estranho no organismo e o ataque. No caso do Renan o órgão atingido foi o fígado. Ele estava desenganado já. E sofria muito. E não morria.
Alguns dias depois eu cruzei com a mãe dele que estava saindo da Capela do hospital. Quando me viu ela quis conversar. Depois de se sentar em um banco ali perto, ela me confessou que, finalmente entregara o filho para Deus. Aquela mãe orava muito para que o filho não morresse. Não queria se separar dele, só que vê-lo sofrendo tanto levou-a a se render.
Ficamos conversando sobre se seria possível Deus não o ter levado por causa de ela não querer. “Se Ele o levasse, disse ela chorando, seria como se Deus o roubasse de mim. Mas agora eu entendo que o meu filho é de Deus e que Ele o colocou em minha vida para que eu cuidasse dele. O Renan está sofrendo muito e eu não posso mais cuidar dele, por isso o entreguei, ou melhor, devolvi”.
Conversávamos ainda quando a Tininha, voluntária da Capelania, veio me chamar para uma emergência. Era o Renan. Corremos para lá e quando chegamos em seu quarto, já estavam ali os médicos e enfermeiras em volta do menino. Ficamos aguardando no corredor: o pai e a mãe do Renan, a Tininha e eu. Dali há alguns minutos o médico saiu do quarto, abraçou nós quatro e não precisou dizer nada.
“Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos!” (Romanos 11:33)
O Renan nunca brincou com aquele carrinho.
O Renan, de 8 anos, sofria de fibrose cística, e estava internado há muito tempo. Essa doença faz com que o sistema imunológico “pense” que um dos órgãos vitais do paciente seja um corpo estranho no organismo e o ataque. No caso do Renan o órgão atingido foi o fígado. Ele estava desenganado já. E sofria muito. E não morria.
Alguns dias depois eu cruzei com a mãe dele que estava saindo da Capela do hospital. Quando me viu ela quis conversar. Depois de se sentar em um banco ali perto, ela me confessou que, finalmente entregara o filho para Deus. Aquela mãe orava muito para que o filho não morresse. Não queria se separar dele, só que vê-lo sofrendo tanto levou-a a se render.
Ficamos conversando sobre se seria possível Deus não o ter levado por causa de ela não querer. “Se Ele o levasse, disse ela chorando, seria como se Deus o roubasse de mim. Mas agora eu entendo que o meu filho é de Deus e que Ele o colocou em minha vida para que eu cuidasse dele. O Renan está sofrendo muito e eu não posso mais cuidar dele, por isso o entreguei, ou melhor, devolvi”.
Conversávamos ainda quando a Tininha, voluntária da Capelania, veio me chamar para uma emergência. Era o Renan. Corremos para lá e quando chegamos em seu quarto, já estavam ali os médicos e enfermeiras em volta do menino. Ficamos aguardando no corredor: o pai e a mãe do Renan, a Tininha e eu. Dali há alguns minutos o médico saiu do quarto, abraçou nós quatro e não precisou dizer nada.
“Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos!” (Romanos 11:33)
O Renan nunca brincou com aquele carrinho.
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
A ELOQUÊNCIA DO VIVER VERSUS O DESASTRE DO NÃO VIVER
“No filme é tudo tão bonito ...”. Esse foi um comentário feito sobre uma pessoa que proclamava acreditar nos princípios cristãos mas a vivência dos mesmos não batia com o que dizia. O que se fala sobre o cristianismo é muito mais bonito do que o que se pratica. Uma aluna da Escola Bíblica Dominical falou durante uma aula que eu estava dando que o pai dela vivia dizendo “Faça o que eu falo mas não faça o que eu faço”.
Nós nos enganamos a nós mesmos.
“Não se enganem; não sejam apenas ouvintes dessa mensagem, mas a ponham em prática. Porque aquele que ouve a mensagem e não a põe em prática é como uma pessoa que olha no espelho e vê como é. Dá uma boa olhada, depois vai embora e logo esquece a sua aparência. O evangelho é a lei perfeita que dá liberdade às pessoas. Se alguém examina bem essa lei e não a esquece, mas a põe em prática, Deus vai abençoar tudo o que essa pessoa fizer.” (Tiago 1:22-25 NTLH)
Existem alguns “tipos de cristianismo”.
Há, primeiramente o “cristianismo histórico”: as pessoas estudam a Bíblia, se impressionam com os relatos de como se relacionavam com Deus os grandes heróis da fé, conhecem muito sobre a história das suas vidas e ... fica tudo por isso mesmo.
O “cristianismo literário” é aquele em que a pessoa lê muitíssimos livros cristãos, inclusive biografias e ... só isso.
Já o “cristianismo de Igreja” é mais sério. É aquele que é vivido pelos cristãos, incluo também pastores e líderes, só dentro das instalações e atividades da Igreja. Muitas vezes esse viver não dura nem até o estacionamento do carro: já vi casais brigando ao entrar no automóvel e também uma irmã que ao manobrar seu carro bateu em outro, desceu, viu que só fez estrago no outro veículo e foi embora antes que alguém visse. Ela não me viu.
Penso, ou melhor, acredito que o maior teste para sabermos se estamos coerentes na nossa espiritualidade é a prática do “cristianismo de pijama”. Quando nos pomos à vontade, relaxamos e “abaixamos a guarda”, quando só estamos diante de nossos cônjuges e filhos, ou demais familiares que moram conosco, aí é hora de vermos se vivemos o que manda, por exemplo, esse versículo:
“Meus filhinhos, o nosso amor não deve ser somente de palavras e de conversa. Deve ser um amor verdadeiro, que se mostra por meio de ações.” (1 João 3:18 NTLH)
É isso o que conta lá no céu.
Nós nos enganamos a nós mesmos.
“Não se enganem; não sejam apenas ouvintes dessa mensagem, mas a ponham em prática. Porque aquele que ouve a mensagem e não a põe em prática é como uma pessoa que olha no espelho e vê como é. Dá uma boa olhada, depois vai embora e logo esquece a sua aparência. O evangelho é a lei perfeita que dá liberdade às pessoas. Se alguém examina bem essa lei e não a esquece, mas a põe em prática, Deus vai abençoar tudo o que essa pessoa fizer.” (Tiago 1:22-25 NTLH)
Existem alguns “tipos de cristianismo”.
Há, primeiramente o “cristianismo histórico”: as pessoas estudam a Bíblia, se impressionam com os relatos de como se relacionavam com Deus os grandes heróis da fé, conhecem muito sobre a história das suas vidas e ... fica tudo por isso mesmo.
O “cristianismo literário” é aquele em que a pessoa lê muitíssimos livros cristãos, inclusive biografias e ... só isso.
Já o “cristianismo de Igreja” é mais sério. É aquele que é vivido pelos cristãos, incluo também pastores e líderes, só dentro das instalações e atividades da Igreja. Muitas vezes esse viver não dura nem até o estacionamento do carro: já vi casais brigando ao entrar no automóvel e também uma irmã que ao manobrar seu carro bateu em outro, desceu, viu que só fez estrago no outro veículo e foi embora antes que alguém visse. Ela não me viu.
Penso, ou melhor, acredito que o maior teste para sabermos se estamos coerentes na nossa espiritualidade é a prática do “cristianismo de pijama”. Quando nos pomos à vontade, relaxamos e “abaixamos a guarda”, quando só estamos diante de nossos cônjuges e filhos, ou demais familiares que moram conosco, aí é hora de vermos se vivemos o que manda, por exemplo, esse versículo:
“Meus filhinhos, o nosso amor não deve ser somente de palavras e de conversa. Deve ser um amor verdadeiro, que se mostra por meio de ações.” (1 João 3:18 NTLH)
É isso o que conta lá no céu.
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
MEU MUNDO CAIU
Quando minha tia era criança, com uns 7 ou 8 anos, e alguém ou as pessoas da sua família a contrariavam, ela corria lá para o meio do quintal e gritava o mais forte que podia: “TOMARA QUE DEUS FAÇA ESSA CASA CAIR EM CIMA DE VOCÊS”.
Se caísse ela estaria a salvo lá fora, mas nunca caiu. Nunca caiu porque meu avô, o pai dela, mantinha a manutenção do prédio em dia e a documentação do mesmo rigorosamente certa. Se fosse ao contrário, haveria grande possibilidade de acontecer um desabamento, e isso não poderia ser classificado como desígnio de Deus.
“Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará.” (Gálatas 6:7)
Assim acontece na minha vida, assim acontece na vida de todos nós. Se não cuidarmos certinho da nossa casa (entenda-se “vida”), corremos sérios riscos. Aí vamos dizer como a música da Maísa: “Meu mundo caiu”.
“Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a rocha. E todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica será comparado a um homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, e ela desabou, sendo grande a sua ruína.” (Mateus 7:24-27)
Note que eu afirmei “minha” e “nossa” vida. Podemos receber uma exortação bíblica “com uma pá ou com uma enxada”. Com a pá, jogamos a terra para os lados (a mensagem é para quem está à nossa direita ou esquerda), e com a enxada nós a puxamos para a nossa direção (a mensagem é para nós mesmos).
“Ou cuidais que aqueles dezoito sobre os quais desabou a torre de Siloé e os matou eram mais culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém? Não eram, eu vo-lo afirmo; mas, se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis.” (Lucas 13:4-5)
Uma das coisas mais fantásticas do cristianismo é que podemos, a cada dia, pegar a nossa cruz e, realmente, renascer em Cristo.
Se caísse ela estaria a salvo lá fora, mas nunca caiu. Nunca caiu porque meu avô, o pai dela, mantinha a manutenção do prédio em dia e a documentação do mesmo rigorosamente certa. Se fosse ao contrário, haveria grande possibilidade de acontecer um desabamento, e isso não poderia ser classificado como desígnio de Deus.
“Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará.” (Gálatas 6:7)
Assim acontece na minha vida, assim acontece na vida de todos nós. Se não cuidarmos certinho da nossa casa (entenda-se “vida”), corremos sérios riscos. Aí vamos dizer como a música da Maísa: “Meu mundo caiu”.
“Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a rocha. E todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica será comparado a um homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, e ela desabou, sendo grande a sua ruína.” (Mateus 7:24-27)
Note que eu afirmei “minha” e “nossa” vida. Podemos receber uma exortação bíblica “com uma pá ou com uma enxada”. Com a pá, jogamos a terra para os lados (a mensagem é para quem está à nossa direita ou esquerda), e com a enxada nós a puxamos para a nossa direção (a mensagem é para nós mesmos).
“Ou cuidais que aqueles dezoito sobre os quais desabou a torre de Siloé e os matou eram mais culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém? Não eram, eu vo-lo afirmo; mas, se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis.” (Lucas 13:4-5)
Uma das coisas mais fantásticas do cristianismo é que podemos, a cada dia, pegar a nossa cruz e, realmente, renascer em Cristo.
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
A IDÉIA QUE SE FAZ DE DEUS
Fiquei sabendo pela publicação ZENIT da iniciativa de se colocar nos ônibus urbanos de Madri, como se fez em outras cidades européias, o slogan “Deus provavelmente não existe. Deixe de se preocupar e curta a vida”. (Em Milão, Roma e Zaragoza não se permitiu o uso de espaços publicitários públicos para a campanha).
Deus, que é um ser real, vivo, que possui inteligência, vontade e sentimentos, e que está aí do seu lado, é, na cabeça de uns infelizes, uma mera improbabilidade! Veja que estranho: eles nem teem certeza do que acreditam!
Agora veja o raciocínio deles: enquanto que para mim a evidente existência de Deus é o que dá sentido à vida e nos traz a verdadeira paz, para eles é um motivo de preocupação.
E outra: pelo que entendi do slogan, a vida, segundo eles, só pode ser curtida se Deus não existir. Pois que eles fiquem sabendo que eu só comecei a viver uma vida que realmente vale a pena depois que me conscientizei da existência de Deus.
“Eu (Jesus Cristo) vim para que tenham vida e a tenham em abundância.” (João 10:10)
Mas, uma coisa eu não pude me furtar de pensar, isto é, até que ponto nós, os cristãos somos responsáveis por essa falsa idéia que os não convertidos fazem do Deus verdadeiro? Pode ser que a concepção que muitos crentes fazem de Deus não seja verdadeira. Isso me faz lembrar de um livro que a edição brasileira tem como título “Deus e deuses” (leia, vale a pena), mas que na versão de Portugal tem um título que, na minha opinião é muito mais sugestiva e dá o que pensar: “O teu deus não chega aos céus”.
Uma vida inteira e mais a Eternidade para conhecer a Deus, e ainda é pouco! Mas é um belo projeto, não é mesmo?
“Se alguém quiser se orgulhar, que se orgulhe de me conhecer e de me entender; porque eu, o SENHOR, sou Deus de amor e faço o que é justo e direito no mundo. Estas são as coisas que me agradam. Eu, o SENHOR, estou falando.” (Jeremias 9:24 NTLH)
Deus, que é um ser real, vivo, que possui inteligência, vontade e sentimentos, e que está aí do seu lado, é, na cabeça de uns infelizes, uma mera improbabilidade! Veja que estranho: eles nem teem certeza do que acreditam!
Agora veja o raciocínio deles: enquanto que para mim a evidente existência de Deus é o que dá sentido à vida e nos traz a verdadeira paz, para eles é um motivo de preocupação.
E outra: pelo que entendi do slogan, a vida, segundo eles, só pode ser curtida se Deus não existir. Pois que eles fiquem sabendo que eu só comecei a viver uma vida que realmente vale a pena depois que me conscientizei da existência de Deus.
“Eu (Jesus Cristo) vim para que tenham vida e a tenham em abundância.” (João 10:10)
Mas, uma coisa eu não pude me furtar de pensar, isto é, até que ponto nós, os cristãos somos responsáveis por essa falsa idéia que os não convertidos fazem do Deus verdadeiro? Pode ser que a concepção que muitos crentes fazem de Deus não seja verdadeira. Isso me faz lembrar de um livro que a edição brasileira tem como título “Deus e deuses” (leia, vale a pena), mas que na versão de Portugal tem um título que, na minha opinião é muito mais sugestiva e dá o que pensar: “O teu deus não chega aos céus”.
Uma vida inteira e mais a Eternidade para conhecer a Deus, e ainda é pouco! Mas é um belo projeto, não é mesmo?
“Se alguém quiser se orgulhar, que se orgulhe de me conhecer e de me entender; porque eu, o SENHOR, sou Deus de amor e faço o que é justo e direito no mundo. Estas são as coisas que me agradam. Eu, o SENHOR, estou falando.” (Jeremias 9:24 NTLH)
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
CORAÇÃO ALGEMADO E VOCÊ COM A CHAVE NA MÃO
No passado, eu e mais dois amigos fazíamos um trabalho de evangelização e discipulado com os meninos de um orfanato de Campinas. Organizávamos ali jogos, brincadeiras, reuniões, estudos bíblicos e muito bate-papo com aquela molecada. Quando eles aceitavam o amoroso plano de salvação proposto por Deus, nós os orientávamos e encaminhávamos a uma Igreja.
Um dos meninos que se converteu ali tinha uma deficiência física que o fazia andar de muletas. A Igreja que ele escolheu para frequentar o acolheu maravilhosamente, tanto que se dispuseram a dar condução para ele ir e vir nas atividades daquela comunidade. Com uma única condição: o garoto teria que telefonar pedindo que eles fossem buscá-lo. Eu gostei dessa exigência, pois mostraria o grau de interesse e vontade que ele tinha de ir aos cultos e demais atividades. E também lhe daria a liberdade de não querer ir.
Leia o seguinte versículo:
“Sempre que o povo de Israel acampava, Moisés costumava armar a Tenda Sagrada a certa distância fora do acampamento. Ela era chamada de “Tenda da Presença de Deus”, e quem quisesse consultar o SENHOR ia até lá.” (Êxodo 33:7 NTLH)
Quem quisesse consultar a Deus, ou adorá-lo, tinha que ir até lá, tinha que se locomover.
Deus dá liberdade de nós o amarmos OU NÃO.
Quem é seguro de si mesmo também age assim. Os outros não.
É por isso que às vezes agimos de uma forma tal que acabamos inviabilizando e destruindo nossos relacionamentos. Ora forçamos alguém a nos amar, ora proibimos outros de ter amor por nós.
Para meditar:
“E, vendo-os em dificuldade a remar, porque o vento lhes era contrário, por volta da quarta vigília da noite, veio ter com eles, andando por sobre o mar; e queria tomar-lhes a dianteira.” (Marcos 6:48)
“Naquele mesmo dia, dois deles estavam de caminho para uma aldeia chamada Emaús, distante de Jerusalém sessenta estádios. E iam conversando a respeito de todas as coisas sucedidas. Aconteceu que, enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e ia com eles (...) Quando se aproximavam da aldeia para onde iam, fez ele menção de passar adiante.” (Lucas 24:13-15 e 28)
Por que você acha que Jesus “queria tomar-lhes a dianteira” ou “passar adiante”?
Um dos meninos que se converteu ali tinha uma deficiência física que o fazia andar de muletas. A Igreja que ele escolheu para frequentar o acolheu maravilhosamente, tanto que se dispuseram a dar condução para ele ir e vir nas atividades daquela comunidade. Com uma única condição: o garoto teria que telefonar pedindo que eles fossem buscá-lo. Eu gostei dessa exigência, pois mostraria o grau de interesse e vontade que ele tinha de ir aos cultos e demais atividades. E também lhe daria a liberdade de não querer ir.
Leia o seguinte versículo:
“Sempre que o povo de Israel acampava, Moisés costumava armar a Tenda Sagrada a certa distância fora do acampamento. Ela era chamada de “Tenda da Presença de Deus”, e quem quisesse consultar o SENHOR ia até lá.” (Êxodo 33:7 NTLH)
Quem quisesse consultar a Deus, ou adorá-lo, tinha que ir até lá, tinha que se locomover.
Deus dá liberdade de nós o amarmos OU NÃO.
Quem é seguro de si mesmo também age assim. Os outros não.
É por isso que às vezes agimos de uma forma tal que acabamos inviabilizando e destruindo nossos relacionamentos. Ora forçamos alguém a nos amar, ora proibimos outros de ter amor por nós.
Para meditar:
“E, vendo-os em dificuldade a remar, porque o vento lhes era contrário, por volta da quarta vigília da noite, veio ter com eles, andando por sobre o mar; e queria tomar-lhes a dianteira.” (Marcos 6:48)
“Naquele mesmo dia, dois deles estavam de caminho para uma aldeia chamada Emaús, distante de Jerusalém sessenta estádios. E iam conversando a respeito de todas as coisas sucedidas. Aconteceu que, enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e ia com eles (...) Quando se aproximavam da aldeia para onde iam, fez ele menção de passar adiante.” (Lucas 24:13-15 e 28)
Por que você acha que Jesus “queria tomar-lhes a dianteira” ou “passar adiante”?
sábado, 24 de janeiro de 2009
PENSE NISSO 62
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
O GRITO DA DEPENDÊNCIA
Já pensou ter que depender de alguém para fazer xixi, tomar banho, se locomover e coisas assim? Há pessoas que dependem dos outros para, literalmente, tudo! Não estou me referindo a um eremita ou a um náufrago solitário em uma ilha. São exceções. Estou falando das pessoas que, por necessidade, dependem de outros.
Ninguém gosta de ser dependente, e isso é orgulho. A verdade é que quem serve é superior aos outros, e dificilmente aceitamos que precisamos de alguém. As pessoas acreditam que podem viver sozinhas, sem precisar da ajuda de outros, mas isso é impossível
“Disse mais o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea.” (Gênesis 2:18)
“O solitário busca o seu próprio interesse e insurge-se contra a verdadeira sabedoria.” (Provérbios 18:1)
Não sei quem é o autor (se você souber, por favor nos diga) desse excelente pensamento: “Todo solitário ou é um deus ou uma fera”. Ou ele pensa que é um deus e por isso não precisa dos outros, ou uma fera, ou seja, selvagem e não social.
Fomos criados para viver em mutualidade. São inúmeras as ordens bíblicas de reciprocidade usando a expressão “uns aos outros”: amar, perdoar, considerar, saudar, servir, consolar, confessar pecados, suportar, sujeitar, admoestar, etc ...
Mas é claro que na nossa natureza pecaminosa desvirtuamos todo o sentido dessas verdades acima, indo do extremo de não admitirmos sermos servidos, passando pelo abuso de acharmos que os outros teem a obrigação de nos servir, ou indo ao outro oposto, isto é, usar a dependência de alguém para exercer um domínio sobre ela. Só que ser dependente é diferente de ser refém. É por essas e outras que uma amiga que não tem carro me disse um dia que “liberdade é ter o dinheiro do ônibus”, assim não fica presa à boa vontade de alguém levá-la de volta para casa.
Penso que tudo aquilo que pudermos fazer para não dar trabalho para os outros nós devemos fazer, e tudo o que recebermos dos outros devemos fazê-lo com gratidão.
Uns versículos para refletirmos:
“O próprio Filho do Homem (que é Jesus Cristo) não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” (Marcos 10:45)
“Por esse tempo, dirigiu-se Jesus da Galiléia para o Jordão, a fim de que João o batizasse. Ele, porém, o dissuadia, dizendo: Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim? Mas Jesus lhe respondeu: Deixa por enquanto, porque, assim, nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o admitiu.” (Mateus 3:13-15)
“Aproximou-se, pois, de Simão Pedro, e este lhe disse: Senhor, tu me lavas os pés a mim? Respondeu-lhe Jesus: O que eu faço não o sabes agora; compreendê-lo-ás depois. Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe Jesus: Se eu não te lavar, não tens parte comigo. Então, Pedro lhe pediu: Senhor, não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça.” (João 13:6-9 RA)
Ninguém gosta de ser dependente, e isso é orgulho. A verdade é que quem serve é superior aos outros, e dificilmente aceitamos que precisamos de alguém. As pessoas acreditam que podem viver sozinhas, sem precisar da ajuda de outros, mas isso é impossível
“Disse mais o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea.” (Gênesis 2:18)
“O solitário busca o seu próprio interesse e insurge-se contra a verdadeira sabedoria.” (Provérbios 18:1)
Não sei quem é o autor (se você souber, por favor nos diga) desse excelente pensamento: “Todo solitário ou é um deus ou uma fera”. Ou ele pensa que é um deus e por isso não precisa dos outros, ou uma fera, ou seja, selvagem e não social.
Fomos criados para viver em mutualidade. São inúmeras as ordens bíblicas de reciprocidade usando a expressão “uns aos outros”: amar, perdoar, considerar, saudar, servir, consolar, confessar pecados, suportar, sujeitar, admoestar, etc ...
Mas é claro que na nossa natureza pecaminosa desvirtuamos todo o sentido dessas verdades acima, indo do extremo de não admitirmos sermos servidos, passando pelo abuso de acharmos que os outros teem a obrigação de nos servir, ou indo ao outro oposto, isto é, usar a dependência de alguém para exercer um domínio sobre ela. Só que ser dependente é diferente de ser refém. É por essas e outras que uma amiga que não tem carro me disse um dia que “liberdade é ter o dinheiro do ônibus”, assim não fica presa à boa vontade de alguém levá-la de volta para casa.
Penso que tudo aquilo que pudermos fazer para não dar trabalho para os outros nós devemos fazer, e tudo o que recebermos dos outros devemos fazê-lo com gratidão.
Uns versículos para refletirmos:
“O próprio Filho do Homem (que é Jesus Cristo) não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” (Marcos 10:45)
“Por esse tempo, dirigiu-se Jesus da Galiléia para o Jordão, a fim de que João o batizasse. Ele, porém, o dissuadia, dizendo: Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim? Mas Jesus lhe respondeu: Deixa por enquanto, porque, assim, nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o admitiu.” (Mateus 3:13-15)
“Aproximou-se, pois, de Simão Pedro, e este lhe disse: Senhor, tu me lavas os pés a mim? Respondeu-lhe Jesus: O que eu faço não o sabes agora; compreendê-lo-ás depois. Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe Jesus: Se eu não te lavar, não tens parte comigo. Então, Pedro lhe pediu: Senhor, não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça.” (João 13:6-9 RA)
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
MORRER OU NÃO MORRER, EIS A QUESTÃO
“Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis. E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos. Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.” (Romanos 8:26-28)
Ontem quem veio conversar comigo foi a voluntária que citei no texto “O Aniversário do Nino” (postado terça-feira, dia 20). Ela não tinha lido o que escrevi, então recomendei que o fizesse, o que lhe recomendo também caso não o tenha feito.
Mas o que ela falou foi o seguinte:
- Chico, eu conversei com o Nino hoje de manhã e ele disse que o “Papai do céu não vai me levar agora”. Eu perguntei o por quê e ele disse que tem muita gente pedindo a Deus para Ele não o levar. E o Nino concluiu dizendo “Mas eu quero ir”.
Depois que me contou isso, aquela moça me solicitou que eu orasse pedindo que Deus leve o Nino! Eu nunca havia orado pedindo que o Nino continuasse vivo nas suas condições, e agora oraria pedindo que ele morresse?!
Devemos levar muito a sério os pedidos que fazemos a Deus, principalmente se terminarmos a oração afirmando que assim o pedimos “Em nome de Cristo”. É uma declaração de que o Senhor Jesus concorda com nossa petição.
Por outro lado, Deus pode mudar a data e a hora da morte de alguém? De Ezequias Ele mudou. Deus, falando ao profeta Isaías, ordenou:
“Volta e dize a Ezequias, príncipe do meu povo: Assim diz o SENHOR, o Deus de Davi, teu pai: Ouvi a tua oração e vi as tuas lágrimas; eis que eu te curarei; ao terceiro dia, subirás à Casa do SENHOR. Acrescentarei aos teus dias quinze anos e das mãos do rei da Assíria te livrarei, a ti e a esta cidade; e defenderei esta cidade por amor de mim e por amor de Davi, meu servo.” (2 Reis 20:5-6 RA)
E também, quem honrar pai e mãe tem a promessa de viver mais:
“Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá.” (Êxodo 20:12)
“Honra a teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa,” (Efésios 6:2)
Depois eu falei para aquela voluntária que eu também quero ir para o céu AGORA. Mas há coisas para serem feitas aqui.
Tenho pedido a Deus para ter sabedoria até sobre o que pensar sobre isso.
Você tem alguma sugestão?
Ontem quem veio conversar comigo foi a voluntária que citei no texto “O Aniversário do Nino” (postado terça-feira, dia 20). Ela não tinha lido o que escrevi, então recomendei que o fizesse, o que lhe recomendo também caso não o tenha feito.
Mas o que ela falou foi o seguinte:
- Chico, eu conversei com o Nino hoje de manhã e ele disse que o “Papai do céu não vai me levar agora”. Eu perguntei o por quê e ele disse que tem muita gente pedindo a Deus para Ele não o levar. E o Nino concluiu dizendo “Mas eu quero ir”.
Depois que me contou isso, aquela moça me solicitou que eu orasse pedindo que Deus leve o Nino! Eu nunca havia orado pedindo que o Nino continuasse vivo nas suas condições, e agora oraria pedindo que ele morresse?!
Devemos levar muito a sério os pedidos que fazemos a Deus, principalmente se terminarmos a oração afirmando que assim o pedimos “Em nome de Cristo”. É uma declaração de que o Senhor Jesus concorda com nossa petição.
Por outro lado, Deus pode mudar a data e a hora da morte de alguém? De Ezequias Ele mudou. Deus, falando ao profeta Isaías, ordenou:
“Volta e dize a Ezequias, príncipe do meu povo: Assim diz o SENHOR, o Deus de Davi, teu pai: Ouvi a tua oração e vi as tuas lágrimas; eis que eu te curarei; ao terceiro dia, subirás à Casa do SENHOR. Acrescentarei aos teus dias quinze anos e das mãos do rei da Assíria te livrarei, a ti e a esta cidade; e defenderei esta cidade por amor de mim e por amor de Davi, meu servo.” (2 Reis 20:5-6 RA)
E também, quem honrar pai e mãe tem a promessa de viver mais:
“Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá.” (Êxodo 20:12)
“Honra a teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa,” (Efésios 6:2)
Depois eu falei para aquela voluntária que eu também quero ir para o céu AGORA. Mas há coisas para serem feitas aqui.
Tenho pedido a Deus para ter sabedoria até sobre o que pensar sobre isso.
Você tem alguma sugestão?
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
EU SOU UM SUFICIENTE FÍSICO
Há muitíssimo tempo atrás eu li a história de uma mulher que, devido à idade avançada e a alguma deficiência física, não podia mais sair da cama. Mas como ela não queria deixar de servir a Deus, essa senhora desenvolveu um trabalho de intercessão. As pessoas lhe enviavam pedidos de oração os quais eram anotados em um caderno e ela passava horas levando aquelas petições a Deus. Belíssimo ministério.
O outro exemplo eu conheci pessoalmente. Uma outra senhora bem idosa, viúva, morando em um asilo, com as mãos e pés deformados pela artrite, passava seu tempo escrevendo poesias cristãs. Conversei bastante com ela. Mente viva, escrevia e falava da sua alegria por servir ao Senhor sem sair do seu quarto.
Quando as pessoas me olham, o que mais consideram é a minha deficiência física. Muitos só consideram isso. Esquecem que tenho muitíssimas “suficiências”. Quero que vejam que o que eu posso fazer para Deus, eu faço.
Me impressiona o fato de Jesus ter feito a seguinte pergunta a um deficiente físico:
“Jesus, vendo-o deitado e sabendo que estava assim há muito tempo, perguntou-lhe: Queres ser curado?” (João 5:6)
Isso me alertou para a realidade de que há casos em que as pessoas não querem ser curadas! Por algum motivo se escondem detrás das suas limitações. Preferem ser as “coitadinhas” do que ser “ninguém”, e não consideram que podem ser “Alguém”.
Aqui cabe um alerta: todo mundo, em um grau maior ou menor, é deficiente. Pode ser que o seja na culinária, na matemática, no campo das artes, ou mesmo fisicamente. A contrapartida é que todos também teem suas suficiências.
Ser deficiente é amarrar-se todo por causa de umas limitações.
Ser suficiente é superar obstáculos.
Nota final: esse texto eu escrevi em homenagem ao meu irmão e amigo Pepê, que morreu ontem. Vou sentir saudades de ficarmos em frente à Capelania, eu na minha cadeira-de-rodas e ele na dele, conversando sobre a vida passada, presente, futura e eterna.
O outro exemplo eu conheci pessoalmente. Uma outra senhora bem idosa, viúva, morando em um asilo, com as mãos e pés deformados pela artrite, passava seu tempo escrevendo poesias cristãs. Conversei bastante com ela. Mente viva, escrevia e falava da sua alegria por servir ao Senhor sem sair do seu quarto.
Quando as pessoas me olham, o que mais consideram é a minha deficiência física. Muitos só consideram isso. Esquecem que tenho muitíssimas “suficiências”. Quero que vejam que o que eu posso fazer para Deus, eu faço.
Me impressiona o fato de Jesus ter feito a seguinte pergunta a um deficiente físico:
“Jesus, vendo-o deitado e sabendo que estava assim há muito tempo, perguntou-lhe: Queres ser curado?” (João 5:6)
Isso me alertou para a realidade de que há casos em que as pessoas não querem ser curadas! Por algum motivo se escondem detrás das suas limitações. Preferem ser as “coitadinhas” do que ser “ninguém”, e não consideram que podem ser “Alguém”.
Aqui cabe um alerta: todo mundo, em um grau maior ou menor, é deficiente. Pode ser que o seja na culinária, na matemática, no campo das artes, ou mesmo fisicamente. A contrapartida é que todos também teem suas suficiências.
Ser deficiente é amarrar-se todo por causa de umas limitações.
Ser suficiente é superar obstáculos.
Nota final: esse texto eu escrevi em homenagem ao meu irmão e amigo Pepê, que morreu ontem. Vou sentir saudades de ficarmos em frente à Capelania, eu na minha cadeira-de-rodas e ele na dele, conversando sobre a vida passada, presente, futura e eterna.
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
ANIVERSÁRIO DO NINO
Já escrevi bastante sobre o Nino aqui no Blog. Ele é um garoto que agora completou 7 anos, que sofre de uma distrofia muscular progressiva, por isso depende de aparelhos para respirar, mora no hospital e dificilmente terá alta. Comemorou ontem seu sétimo aniversário com uma grande festa ali no seu quarto do HC.
Uma voluntária da Capelania, que tem um imenso e verdadeiro amor pelo Nino, acha que seria melhor ele morrer.
Em alguns aspectos eu concordo que haveriam algumas vantagens: ele iria para junto de Deus; acabaria o sofrimento físico (ele está cada vez mais fraco); a família não teria tanto trabalho, incômodo e problemas; e, pensando friamente como alguns o fazem, desocuparia o leito do hospital para outra criança necessitada.
Mas eu não concordo que seria melhor ele morrer.
Há muitas pessoas sadias de corpo que só nos inspiram raiva, indignação, tristeza e que só dão trabalho e prejuízo financeiro.
Estou pensando especificamente em um homem que conheço o qual tem uns quase 40 anos, é saudável e forte fisicamente. que abandonou a mulher e 2 filhos, arrumou outra, vive explorando financeiramente a mãe (porque ela deixa, é claro!) e está sempre arrumando problemas e “rolos”. Quando as pessoas o conhecem, o máximo de mal que desejam a ele é que “quebre a cara”, para ver se aprende. Dificilmente alguém defende o ponto de vista de que seria melhor que ele morresse.
Me é intrigante ver pessoas que pensam ser melhor o Nino morrer!
O que acontece quando temos contato com o Nino? Ele inspira amor, transmite alegria, nos faz valorizar a saúde e a própria vida! Ele me ensinou o verdadeiro amor, que é dar sem esperar receber algo em troca. Ficar algum tempo brincando com ele é extremamente gratificante; conheço algumas pessoas, e não são poucas, que largam o que estão fazendo e vão até lá só para estar com ele.
Essa é a principal ocupação dele. Essa é a razão da vida dele.
O Nino, preso irremediavelmente a um leito de hospital, produz muito mais do que muita gente que anda por aí. Ensina e inspira muito. Ele é muito importante.
Li uma vez um ditado que dizia algo mais ou menos assim: “É necessário que todas as pessoas que cruzam a nossa vida saiam desses encontros melhores do que eram antes”. Eu sempre melhoro quando vou visitar o Nino.
Muito mais importante do que concordar comigo ou com aquela voluntária se o Nino deve continuar vivo ou não, é nos avaliarmos sobre o que acontece com as pessoas que se encontram conosco.
Uma voluntária da Capelania, que tem um imenso e verdadeiro amor pelo Nino, acha que seria melhor ele morrer.
Em alguns aspectos eu concordo que haveriam algumas vantagens: ele iria para junto de Deus; acabaria o sofrimento físico (ele está cada vez mais fraco); a família não teria tanto trabalho, incômodo e problemas; e, pensando friamente como alguns o fazem, desocuparia o leito do hospital para outra criança necessitada.
Mas eu não concordo que seria melhor ele morrer.
Há muitas pessoas sadias de corpo que só nos inspiram raiva, indignação, tristeza e que só dão trabalho e prejuízo financeiro.
Estou pensando especificamente em um homem que conheço o qual tem uns quase 40 anos, é saudável e forte fisicamente. que abandonou a mulher e 2 filhos, arrumou outra, vive explorando financeiramente a mãe (porque ela deixa, é claro!) e está sempre arrumando problemas e “rolos”. Quando as pessoas o conhecem, o máximo de mal que desejam a ele é que “quebre a cara”, para ver se aprende. Dificilmente alguém defende o ponto de vista de que seria melhor que ele morresse.
Me é intrigante ver pessoas que pensam ser melhor o Nino morrer!
O que acontece quando temos contato com o Nino? Ele inspira amor, transmite alegria, nos faz valorizar a saúde e a própria vida! Ele me ensinou o verdadeiro amor, que é dar sem esperar receber algo em troca. Ficar algum tempo brincando com ele é extremamente gratificante; conheço algumas pessoas, e não são poucas, que largam o que estão fazendo e vão até lá só para estar com ele.
Essa é a principal ocupação dele. Essa é a razão da vida dele.
O Nino, preso irremediavelmente a um leito de hospital, produz muito mais do que muita gente que anda por aí. Ensina e inspira muito. Ele é muito importante.
Li uma vez um ditado que dizia algo mais ou menos assim: “É necessário que todas as pessoas que cruzam a nossa vida saiam desses encontros melhores do que eram antes”. Eu sempre melhoro quando vou visitar o Nino.
Muito mais importante do que concordar comigo ou com aquela voluntária se o Nino deve continuar vivo ou não, é nos avaliarmos sobre o que acontece com as pessoas que se encontram conosco.
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
30 MINUTOS
Fui visitá-lo a pedido de um pastor amigo nosso. Antes de entrar no quarto já cumprimentei à porta a filha e o genro do paciente. Deitado em sua cama estava quem eu procurava, o seu Carlos, com 59 anos, cristão convertido há 3 anos. Sempre ao seu lado, a esposa, também convertida. O seu Carlos tinha grande dificuldade para respirar, razão pela qual estava com uma máscara de oxigênio.
Conversei um pouco com eles quando com gestos aflitos ele pede um recipiente para vomitar dentro. Não sai nada. Mais um tempinho e outra ânsia, e novamente nada. Quer sentar, dali a pouco deitar, o tempo todo o seu Carlos estava ofegante e extremamente incomodado.
Pediu ajuda para sentar novamente. Perguntei se ele queria que eu orasse, sugestão que foi aceita enfaticamente. Enquanto orávamos, foram os únicos momentos de tranquilidade daquele paciente.
Ele tinha um câncer descoberto há 3 meses, e já apresentava metástase.
Depois de deitá-lo, conversamos mais um pouco, prometi voltar no dia seguinte para vê-lo e saí. Olhei no relógio: 17:15 horas.
No dia seguinte constatei, pelo sistema no computador, que o seu Carlos faleceu às 17:45.
Aí, fiquei pensando: por que eu fui lá visitá-lo? Pensei que ia acompanhá-lo por mais tempo, apesar de saber que era um paciente em estado terminal.
Com certeza para fazer com ele uma última oração. Lembro-me que naquela oração pedi o conforto para ele e para a família. O fim pode ser o conforto.
“Preciosa (ou custosa) é aos olhos do SENHOR a morte dos seus santos.” (Salmos 116:15)
Como Deus é sábio ao não nos revelar a hora da nossa morte!
Já pensou ficar sabendo que com certeza vamos morrer daqui há 3 meses?
Ou daqui há exatos 30 minutos??
O que você faria?
30, 29, 28, ...
Conversei um pouco com eles quando com gestos aflitos ele pede um recipiente para vomitar dentro. Não sai nada. Mais um tempinho e outra ânsia, e novamente nada. Quer sentar, dali a pouco deitar, o tempo todo o seu Carlos estava ofegante e extremamente incomodado.
Pediu ajuda para sentar novamente. Perguntei se ele queria que eu orasse, sugestão que foi aceita enfaticamente. Enquanto orávamos, foram os únicos momentos de tranquilidade daquele paciente.
Ele tinha um câncer descoberto há 3 meses, e já apresentava metástase.
Depois de deitá-lo, conversamos mais um pouco, prometi voltar no dia seguinte para vê-lo e saí. Olhei no relógio: 17:15 horas.
No dia seguinte constatei, pelo sistema no computador, que o seu Carlos faleceu às 17:45.
Aí, fiquei pensando: por que eu fui lá visitá-lo? Pensei que ia acompanhá-lo por mais tempo, apesar de saber que era um paciente em estado terminal.
Com certeza para fazer com ele uma última oração. Lembro-me que naquela oração pedi o conforto para ele e para a família. O fim pode ser o conforto.
“Preciosa (ou custosa) é aos olhos do SENHOR a morte dos seus santos.” (Salmos 116:15)
Como Deus é sábio ao não nos revelar a hora da nossa morte!
Já pensou ficar sabendo que com certeza vamos morrer daqui há 3 meses?
Ou daqui há exatos 30 minutos??
O que você faria?
30, 29, 28, ...
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
ESTAREMOS AVERIGUANDO O SEU PROBLEMA
Há cristãos que, apesar de levarem Deus a sério, quando abrem a boca para falar são uns chatos. São termos, chavões e frases prontas (sem contar versículos bíblicos usados indevidamente) típicos de pessoas que não pensam.
Parecem atendentes de “call center”. Não sabem falar nada que não seja pré-estabelecido.
São mentes limitadas, não admitem novas ideias.
Para você ter uma idéia do que eu estou falando, leia algumas letras da maior parte das músicas que tocam nessas emissoras “gospel” (muitas delas rádios piratas).
Para muitos líderes, sejam eles políticos ou pastores, é vantajoso inibir o livre pensar.
É possível falarmos o tempo todo sobre Deus mas estarmos fora dos pensamentos e planos de Deus. Veja esses versículos:
“Então, começou ele a ensinar-lhes que era necessário que o Filho do Homem sofresse muitas coisas, fosse rejeitado pelos anciãos, pelos principais sacerdotes e pelos escribas, fosse morto e que, depois de três dias, ressuscitasse. E isto ele expunha claramente. Mas Pedro, chamando-o à parte, começou a reprová-lo. Jesus, porém, voltou-se e, fitando os seus discípulos, repreendeu a Pedro e disse: Arreda, Satanás! Porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens.” (Marcos 8:31-33)
Pedro não estava falando de política, nem de futebol, muito menos de cinema. Ele estava dando a opinião dele sobre como Deus deveria agir.
Muitas vezes o nosso falar de Deus, e também até o nosso falar com Deus, é extremamente desagradável aos ouvintes. Muita estreiteza de pensamento exposta de uma forma petulante. Deveria ser diferente.
“Que as suas conversas sejam sempre agradáveis e de bom gosto, e que vocês saibam também como responder a cada pessoa!” (Colossenses 4:6 NTLH)
“Não digam palavras que fazem mal aos outros, mas usem apenas palavras boas, que ajudam os outros a crescer na fé e a conseguir o que necessitam, para que as coisas que vocês dizem façam bem aos que ouvem.” (Efésios 4:29 NTLH)
Medite sobre o que e como Jesus Cristo falava com as pessoas.
Parecem atendentes de “call center”. Não sabem falar nada que não seja pré-estabelecido.
São mentes limitadas, não admitem novas ideias.
Para você ter uma idéia do que eu estou falando, leia algumas letras da maior parte das músicas que tocam nessas emissoras “gospel” (muitas delas rádios piratas).
Para muitos líderes, sejam eles políticos ou pastores, é vantajoso inibir o livre pensar.
É possível falarmos o tempo todo sobre Deus mas estarmos fora dos pensamentos e planos de Deus. Veja esses versículos:
“Então, começou ele a ensinar-lhes que era necessário que o Filho do Homem sofresse muitas coisas, fosse rejeitado pelos anciãos, pelos principais sacerdotes e pelos escribas, fosse morto e que, depois de três dias, ressuscitasse. E isto ele expunha claramente. Mas Pedro, chamando-o à parte, começou a reprová-lo. Jesus, porém, voltou-se e, fitando os seus discípulos, repreendeu a Pedro e disse: Arreda, Satanás! Porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens.” (Marcos 8:31-33)
Pedro não estava falando de política, nem de futebol, muito menos de cinema. Ele estava dando a opinião dele sobre como Deus deveria agir.
Muitas vezes o nosso falar de Deus, e também até o nosso falar com Deus, é extremamente desagradável aos ouvintes. Muita estreiteza de pensamento exposta de uma forma petulante. Deveria ser diferente.
“Que as suas conversas sejam sempre agradáveis e de bom gosto, e que vocês saibam também como responder a cada pessoa!” (Colossenses 4:6 NTLH)
“Não digam palavras que fazem mal aos outros, mas usem apenas palavras boas, que ajudam os outros a crescer na fé e a conseguir o que necessitam, para que as coisas que vocês dizem façam bem aos que ouvem.” (Efésios 4:29 NTLH)
Medite sobre o que e como Jesus Cristo falava com as pessoas.
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
LER OU NÃO LER, EIS A QUESTÃO
Certa vez assisti a um filme em que o paciente está internado em um hospital. No criado-mudo havia uns 4 ou 5 livros. A mulher veio visitá-lo e, antes de ir embora pergunta se ele quer que ela traga mais algum livro. Já um outro filme foi criticado por não mostrar, na casa onde se desenvolve o enredo, nem um único exemplar de livro.
Há uma linha linguista que preconiza que se deve ler, mesmo que seja um daqueles romances água com açúcar que são vendidos em bancas de jornais. A alegação é que “pelo menos a pessoa está lendo”.
Foi lançado há algum tempo, aqui em Campinas, um jornal popular. Textos pequenos, muitas fotos e ilustrações. E um preço baratíssimo. Segundo um amigo que tem uma banca, esse jornal sai muito, mas muito mesmo. A idéia da empresa é acostumar o leitor a ler jornal, passando posteriormente a ser um consumidor dos outros periódicos que eles fazem, os quais não são tão populares. Mais uma vez, a alegação é que “pelo menos a pessoa está lendo”.
Mas, e os falsos valores que são ensinados nessas publicações inferiores?
Será que aqui se aplica o seguinte versículo: “Julgai todas as coisas, retende o que é bom;” (1 Ts 5:21)? Claro que não, pois o versículo se refere a profecias. A doutrinas. Essas sim devem ser vistas e avaliadas segundo as Escrituras. Agora imagina quanta porcaria dita cristã existe nas livrarias!
Eu aprendi a gostar de ler pelo exemplo de meus pais. Conforme desenvolvi esse saudável hábito é que adquiri o senso crítico.
Por outro lado, quem lê pouco, o pouco que lê vai ser justamente o que não presta?
O que você acha disso tudo?
Há uma linha linguista que preconiza que se deve ler, mesmo que seja um daqueles romances água com açúcar que são vendidos em bancas de jornais. A alegação é que “pelo menos a pessoa está lendo”.
Foi lançado há algum tempo, aqui em Campinas, um jornal popular. Textos pequenos, muitas fotos e ilustrações. E um preço baratíssimo. Segundo um amigo que tem uma banca, esse jornal sai muito, mas muito mesmo. A idéia da empresa é acostumar o leitor a ler jornal, passando posteriormente a ser um consumidor dos outros periódicos que eles fazem, os quais não são tão populares. Mais uma vez, a alegação é que “pelo menos a pessoa está lendo”.
Mas, e os falsos valores que são ensinados nessas publicações inferiores?
Será que aqui se aplica o seguinte versículo: “Julgai todas as coisas, retende o que é bom;” (1 Ts 5:21)? Claro que não, pois o versículo se refere a profecias. A doutrinas. Essas sim devem ser vistas e avaliadas segundo as Escrituras. Agora imagina quanta porcaria dita cristã existe nas livrarias!
Eu aprendi a gostar de ler pelo exemplo de meus pais. Conforme desenvolvi esse saudável hábito é que adquiri o senso crítico.
Por outro lado, quem lê pouco, o pouco que lê vai ser justamente o que não presta?
O que você acha disso tudo?
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
VIDA ESPIRITUAL
Atente para esse depoimento:
“Cresci indo à igreja o tempo todo, talvez cinco vezes por semana. O que talvez os surpreenda, porém, é saber que durante toda minha infância, em todos os cultos aos quais assisti, eu só ouvi um sermão. [...] O sermão era mais ou menos assim: ‘você é pecador e você vai para o inferno. Você precisa se arrepender e crer em Jesus. Jesus talvez volte hoje, e se ele voltar e você não estiver preparado, você vai queimar para sempre no inferno’. [...] Quando fiquei mais velho, me dei conta de que minha vida inteira tinha por pano de fundo genocídios e violência, pobreza e corrupção. Mais de um milhão de pessoas morreram no meu país numa série de genocídios começando em 1959, e cerca de um milhão em Ruanda [...]. Tanta morte, tanto ódio e falta de confiança entre tribos, tanta pobreza, sofrimento, corrupção e injustiça, e nada nunca mudou. De repente me dei conta de uma coisa. Eu nunca ouvi um sermão que se dirigisse a essas realidades. Será que Deus só se importava em nossas almas irem para o céu depois de morrermos? Nossas barrigas vazias não teriam importância para Deus? [...]”. (Claude Nikondeha, do Burundi, em Maio de 1994 num encontro de líderes do Burundi, Ruanda, Congo e Uganda)
Já dei muito treinamento para professores da Escola Bíblica Dominical, e já discipulei alguns seminaristas. Já ensinei muito nessas atividades a preparar uma aula ou sermão com os bem conhecidos "três pontos". Para ilustrar essa lição eu contava o seguinte caso:
Certa vez eu estava conversando com a minha cunhada lá na casa da minha mãe. Num determinado momento o filho dela, meu sobrinho que tinha na ocasião uns 3 ou 4 anos chega e fala:
- Mãe, sabe a rampa da garagem da vó?
- Sei, filho.
- Sabe o meu triciclo que é uma motoca?
- Sei.
- Sabe eu?
- Sim, filho, sei.
- Então: eu desci de motoca por aquela rampa!
Repare que o Daniel, esse é o nome do meu sobrinho, explicou cada um dos pontos (a rampa, a motoca e ele) e depois "costurou" tudo numa última frase.
Já ouvi inúmeros sermões e aulas bíblicas que são muitíssimo bem preparadas dentro das técnicas mais apuradas. Uma dessas técnicas é que o sermão tem que ter 3 pontos, ou idéias, ou desafios, e por aí vai. Nesse ponto, ou seja, quanto à forma, essas mensagens são perfeitas. Esses ensinos não contêm nenhum erro doutrinário. São perfeitos, mas, não me inspiram a viver com Deus. Parece-me que falta o fluir da ministração do Espírito Santo! Falta vida.
O frustrante é que é impossível apontar qualquer falha na mensagem. Técnica e biblicamente são perfeitos, mas não passam de proposições doutrinárias acadêmicas e com tanta vida quanto um boneco de cera.
Também não estou preconizando o uso de recursos audiovisuais para dar mais “vida” ao que se está ensinando. E muito menos ser contra um sermão estruturado em 3 ou 4 pontos ou contra o uso de recursos modernos de ilustração. Tudo isso aí são métodos. Usá-los ou não é secundário.
O que quero dizer é que precisamos de ensino que faça a pessoa sair da aula da Escola Bíblica ou do Culto com vontade de ser cristão, seja essa pessoa convertida ou não.
“(...) Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.” (João 10:10)
Por outro lado, conheço alguns cristãos que suas Vidas são extremamente inspiradoras, quer preguem ou não.
“Cresci indo à igreja o tempo todo, talvez cinco vezes por semana. O que talvez os surpreenda, porém, é saber que durante toda minha infância, em todos os cultos aos quais assisti, eu só ouvi um sermão. [...] O sermão era mais ou menos assim: ‘você é pecador e você vai para o inferno. Você precisa se arrepender e crer em Jesus. Jesus talvez volte hoje, e se ele voltar e você não estiver preparado, você vai queimar para sempre no inferno’. [...] Quando fiquei mais velho, me dei conta de que minha vida inteira tinha por pano de fundo genocídios e violência, pobreza e corrupção. Mais de um milhão de pessoas morreram no meu país numa série de genocídios começando em 1959, e cerca de um milhão em Ruanda [...]. Tanta morte, tanto ódio e falta de confiança entre tribos, tanta pobreza, sofrimento, corrupção e injustiça, e nada nunca mudou. De repente me dei conta de uma coisa. Eu nunca ouvi um sermão que se dirigisse a essas realidades. Será que Deus só se importava em nossas almas irem para o céu depois de morrermos? Nossas barrigas vazias não teriam importância para Deus? [...]”. (Claude Nikondeha, do Burundi, em Maio de 1994 num encontro de líderes do Burundi, Ruanda, Congo e Uganda)
Já dei muito treinamento para professores da Escola Bíblica Dominical, e já discipulei alguns seminaristas. Já ensinei muito nessas atividades a preparar uma aula ou sermão com os bem conhecidos "três pontos". Para ilustrar essa lição eu contava o seguinte caso:
Certa vez eu estava conversando com a minha cunhada lá na casa da minha mãe. Num determinado momento o filho dela, meu sobrinho que tinha na ocasião uns 3 ou 4 anos chega e fala:
- Mãe, sabe a rampa da garagem da vó?
- Sei, filho.
- Sabe o meu triciclo que é uma motoca?
- Sei.
- Sabe eu?
- Sim, filho, sei.
- Então: eu desci de motoca por aquela rampa!
Repare que o Daniel, esse é o nome do meu sobrinho, explicou cada um dos pontos (a rampa, a motoca e ele) e depois "costurou" tudo numa última frase.
Já ouvi inúmeros sermões e aulas bíblicas que são muitíssimo bem preparadas dentro das técnicas mais apuradas. Uma dessas técnicas é que o sermão tem que ter 3 pontos, ou idéias, ou desafios, e por aí vai. Nesse ponto, ou seja, quanto à forma, essas mensagens são perfeitas. Esses ensinos não contêm nenhum erro doutrinário. São perfeitos, mas, não me inspiram a viver com Deus. Parece-me que falta o fluir da ministração do Espírito Santo! Falta vida.
O frustrante é que é impossível apontar qualquer falha na mensagem. Técnica e biblicamente são perfeitos, mas não passam de proposições doutrinárias acadêmicas e com tanta vida quanto um boneco de cera.
Também não estou preconizando o uso de recursos audiovisuais para dar mais “vida” ao que se está ensinando. E muito menos ser contra um sermão estruturado em 3 ou 4 pontos ou contra o uso de recursos modernos de ilustração. Tudo isso aí são métodos. Usá-los ou não é secundário.
O que quero dizer é que precisamos de ensino que faça a pessoa sair da aula da Escola Bíblica ou do Culto com vontade de ser cristão, seja essa pessoa convertida ou não.
“(...) Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.” (João 10:10)
Por outro lado, conheço alguns cristãos que suas Vidas são extremamente inspiradoras, quer preguem ou não.
terça-feira, 13 de janeiro de 2009
EU TENHO A FORÇA
Já deve ter acontecido com você também. Um pequeno trecho bíblico que não entendemos de jeito nenhum e, de repente, um comentário de alguém, uma frase de um livro ou artigo, ou então um outro versículo da Bíblia e a dúvida se vai. É muito legal. Uma dessas dúvidas que eu tinha foi sanada ontem enquanto lia um livro. Era no seguinte versículo:
“Desde os dias de João Batista até agora, o reino dos céus é tomado por esforço, e os que se esforçam se apoderam dele.” (Mateus 11:12)
A princípio eu achava que era relativo à obediência aos mandamentos, que o ingresso aos céus era por esforço próprio, mas nunca foi. Pode ter sido, ou ainda é, na cabeça de uns que teem uma autoconfiança extremada e iludida. E no entanto o versículo afirma que há aqueles que pelo esforço se apoderam da vida eterna. Apoderar-se nesse versículo é reivindicar para si mesmo ansiosamente.
É dizer para Deus, com e sem palavras, o tempo todo que quer ir para o céu porque o ama. Insistentemente. A ida já está garantida, então não é fazer por merecer. É querer ir, e quando queremos alguma coisa, tudo gira em torno disso. Não é verdade?
“Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma.” (Salmos 42:1)
Onde temos investido nossas melhores energias?
“Desde os dias de João Batista até agora, o reino dos céus é tomado por esforço, e os que se esforçam se apoderam dele.” (Mateus 11:12)
A princípio eu achava que era relativo à obediência aos mandamentos, que o ingresso aos céus era por esforço próprio, mas nunca foi. Pode ter sido, ou ainda é, na cabeça de uns que teem uma autoconfiança extremada e iludida. E no entanto o versículo afirma que há aqueles que pelo esforço se apoderam da vida eterna. Apoderar-se nesse versículo é reivindicar para si mesmo ansiosamente.
É dizer para Deus, com e sem palavras, o tempo todo que quer ir para o céu porque o ama. Insistentemente. A ida já está garantida, então não é fazer por merecer. É querer ir, e quando queremos alguma coisa, tudo gira em torno disso. Não é verdade?
“Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma.” (Salmos 42:1)
Onde temos investido nossas melhores energias?
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
A BÍBLIA E O INTERRUPTOR DE LUZ
Quando isso aconteceu, a Cíntia, minha filha, devia ter uns 10 anos, se eu não me engano. Era de noite, eu e a Denise líamos na sala de casa enquanto a Ciça brincava no tapete e, sem parar de brincar, me perguntou a razão pela qual devemos ler a Bíblia todos os dias. Nós a ensináramos a ter diariamente o seu momento devocional, e ela o fazia sem dificuldade (como o faz até hoje). Ele só queria saber a razão dessa prática.
Fechei o livro que estava lendo, coloquei-o de lado e pedi que ela fosse até o banheiro comigo. Mandei ela apagar a luz e olhar para o interruptor. Ela observou que ele estava fosforescente. Voltamos para a sala e eu disse para ela continuar brincando que depois ela teria a resposta à sua pergunta. A Ciça voltou a brincar e eu a ler.
Passado um tempo, fiz com que ela voltasse comigo ao banheiro, só que a impedi de acender a lâmpada. Ela notou que o interruptor ainda brilhava, mas com bem menos intensidade. Expliquei-lhe que quanto mais ele estivesse exposto à luz, mais brilharia, e que no escuro, seu brilho iria diminuindo gradativamente.
Usei essa ilustração para ensinar que com Deus também é assim. Quanto mais estivermos em sua presença, expostos à sua Palavra, mais “o nosso rosto vai brilhar”. Note o seguinte texto que, embora o contexto seja outro (fala da glória da Lei que se desvanece), serve como ilustração:
“Tendo, pois, tal esperança, servimo-nos de muita ousadia no falar. E não somos como Moisés, que punha véu sobre a face, para que os filhos de Israel não atentassem na terminação do que se desvanecia. Mas os sentidos deles se embotaram. Pois até ao dia de hoje, quando fazem a leitura da antiga aliança, o mesmo véu permanece, não lhes sendo revelado que, em Cristo, é removido. Mas até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles. Quando, porém, algum deles se converte ao Senhor, o véu lhe é retirado. Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade. E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito.” (2 Coríntios 3:12-18)
Moisés ia até a tenda do Tabernáculo, colocava-se diante de Deus e quando saía, seu rosto literalmente brilhava. Conforme o tempo passava, aquele resplendor ia desaparecendo e só voltava quando, de novo, ele se punha diante de Deus. Para que as pessoas não vissem esse diminuir, Moisés cobria o rosto com um véu.
Seguindo esse raciocínio, me lembrei da declaração de um pianista famoso do qual não lembro o nome. Ele disse algo mais ou menos assim: “Se eu não ensaio 2 dias, eu noto a diferença; se não ensaio uma semana, minha mulher nota a diferença; 1 mês sem ensaiar e meus amigos notam; mais de um mês e todo mundo nota”.
Aplique isso a estar com Deus todos os dias.
Fechei o livro que estava lendo, coloquei-o de lado e pedi que ela fosse até o banheiro comigo. Mandei ela apagar a luz e olhar para o interruptor. Ela observou que ele estava fosforescente. Voltamos para a sala e eu disse para ela continuar brincando que depois ela teria a resposta à sua pergunta. A Ciça voltou a brincar e eu a ler.
Passado um tempo, fiz com que ela voltasse comigo ao banheiro, só que a impedi de acender a lâmpada. Ela notou que o interruptor ainda brilhava, mas com bem menos intensidade. Expliquei-lhe que quanto mais ele estivesse exposto à luz, mais brilharia, e que no escuro, seu brilho iria diminuindo gradativamente.
Usei essa ilustração para ensinar que com Deus também é assim. Quanto mais estivermos em sua presença, expostos à sua Palavra, mais “o nosso rosto vai brilhar”. Note o seguinte texto que, embora o contexto seja outro (fala da glória da Lei que se desvanece), serve como ilustração:
“Tendo, pois, tal esperança, servimo-nos de muita ousadia no falar. E não somos como Moisés, que punha véu sobre a face, para que os filhos de Israel não atentassem na terminação do que se desvanecia. Mas os sentidos deles se embotaram. Pois até ao dia de hoje, quando fazem a leitura da antiga aliança, o mesmo véu permanece, não lhes sendo revelado que, em Cristo, é removido. Mas até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles. Quando, porém, algum deles se converte ao Senhor, o véu lhe é retirado. Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade. E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito.” (2 Coríntios 3:12-18)
Moisés ia até a tenda do Tabernáculo, colocava-se diante de Deus e quando saía, seu rosto literalmente brilhava. Conforme o tempo passava, aquele resplendor ia desaparecendo e só voltava quando, de novo, ele se punha diante de Deus. Para que as pessoas não vissem esse diminuir, Moisés cobria o rosto com um véu.
Seguindo esse raciocínio, me lembrei da declaração de um pianista famoso do qual não lembro o nome. Ele disse algo mais ou menos assim: “Se eu não ensaio 2 dias, eu noto a diferença; se não ensaio uma semana, minha mulher nota a diferença; 1 mês sem ensaiar e meus amigos notam; mais de um mês e todo mundo nota”.
Aplique isso a estar com Deus todos os dias.
sábado, 10 de janeiro de 2009
MINICONTO 3
ERRO DE CÁLCULO
O rapaz de 15 anos queria assustar a mãe। Já estava a quase 5 minutos esperando escondido por detrás de um pilar. De repente ele pula para a frente, bate o tênis com força na ardósia para fazer aquele barulho agudo e estridente e grita: BUUUU! A mãe não estava ali. Cinco segundos depois ela aparece; não tinha ouvido nada e pergunta: - Por que você está me olhando desse jeito?
(APRESENTAÇÃO: Cada conto uma emoção. Estas não são histórias baseadas em fatos reais. Os nomes, datas, locais, personagens, detalhes e os próprios fatos foram totalmente alterados para preservar a falsa identidade das pessoas ilusoriamente envolvidas. O resto, nem lhe conto.)
O rapaz de 15 anos queria assustar a mãe। Já estava a quase 5 minutos esperando escondido por detrás de um pilar. De repente ele pula para a frente, bate o tênis com força na ardósia para fazer aquele barulho agudo e estridente e grita: BUUUU! A mãe não estava ali. Cinco segundos depois ela aparece; não tinha ouvido nada e pergunta: - Por que você está me olhando desse jeito?
(APRESENTAÇÃO: Cada conto uma emoção. Estas não são histórias baseadas em fatos reais. Os nomes, datas, locais, personagens, detalhes e os próprios fatos foram totalmente alterados para preservar a falsa identidade das pessoas ilusoriamente envolvidas. O resto, nem lhe conto.)
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
E EU NEM PERCEBI
Lembro que cheguei meio esbaforido para preparar aquela reunião de jovens. Afinal, eu era o responsável por tudo, embora a equipe estivesse acostumada a trabalhar juntos, cada um com sua responsabilidade: o Cidão dirigindo o louvor e com as brincadeiras, o Zé tocando o violão, o Tuta com a cantina e toda a infraestrutura, eu com a mensagem, e mais aqueles que seriam os monitores.
Olha daqui, olha dali, e numa dessas olhadas vi que faltava separar as folhas com as letras das músicas que seriam cantadas. Chamei uma das monitoras e pedi que ela providenciasse aquele material. Ela pediu que eu falasse com outra para ver isso, pois assim que chegou ela percebeu que uma das jovens do grupo, a Lucinha, estava quieta em um canto, abatida e com uma expressão muito triste. Me voltei para o lado em que estava a Lúcia e vi que realmente ela precisava de ajuda. Falei para ela ir lá ajudá-la e chamei outra para pegar os papéis com as músicas.
Aquilo foi para mim como um tapa na cara. Quando cheguei, eu passei pela Lucinha, eu a tinha visto, e nem percebi que ela estava triste! Na minha frente só existia uma coisa: o trabalho “para Deus”.
“Pois misericórdia quero, e não sacrifício, e o conhecimento de Deus, mais do que holocaustos.” (Oséias 6:6)
“Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos; pois não vim chamar justos, e sim pecadores [ao arrependimento].” (Mateus 9:13)
A palavra misericórdia é formada por duas raízes: “miseri”, de miserável, e “córdia”, coração. Significa “um coração voltado para aquele que tem grandes necessidades”. Os sacrifícios e holocaustos representam o que oferecemos liturgicamente a Deus.
Como eu poderia oferecer um trabalho a Deus (era assim que eu via aquela reunião de jovens) se não tinha tido misericórdia? O trabalho para Deus tem que ser “encharcado” de amor. E amar é se colocar no lugar do outro.
Tenho orado e me esforçado para não ser como alguns missionários e pastores que conheço os quais, quando se encontram comigo só falam um assunto: o trabalho que eles teem desenvolvido “para Deus”. Nunca perguntam se estou bem e muito menos sobre o meu trabalho.
Olha daqui, olha dali, e numa dessas olhadas vi que faltava separar as folhas com as letras das músicas que seriam cantadas. Chamei uma das monitoras e pedi que ela providenciasse aquele material. Ela pediu que eu falasse com outra para ver isso, pois assim que chegou ela percebeu que uma das jovens do grupo, a Lucinha, estava quieta em um canto, abatida e com uma expressão muito triste. Me voltei para o lado em que estava a Lúcia e vi que realmente ela precisava de ajuda. Falei para ela ir lá ajudá-la e chamei outra para pegar os papéis com as músicas.
Aquilo foi para mim como um tapa na cara. Quando cheguei, eu passei pela Lucinha, eu a tinha visto, e nem percebi que ela estava triste! Na minha frente só existia uma coisa: o trabalho “para Deus”.
“Pois misericórdia quero, e não sacrifício, e o conhecimento de Deus, mais do que holocaustos.” (Oséias 6:6)
“Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos; pois não vim chamar justos, e sim pecadores [ao arrependimento].” (Mateus 9:13)
A palavra misericórdia é formada por duas raízes: “miseri”, de miserável, e “córdia”, coração. Significa “um coração voltado para aquele que tem grandes necessidades”. Os sacrifícios e holocaustos representam o que oferecemos liturgicamente a Deus.
Como eu poderia oferecer um trabalho a Deus (era assim que eu via aquela reunião de jovens) se não tinha tido misericórdia? O trabalho para Deus tem que ser “encharcado” de amor. E amar é se colocar no lugar do outro.
Tenho orado e me esforçado para não ser como alguns missionários e pastores que conheço os quais, quando se encontram comigo só falam um assunto: o trabalho que eles teem desenvolvido “para Deus”. Nunca perguntam se estou bem e muito menos sobre o meu trabalho.
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
VOCÊ OLHA O MEU FILHO? É RAPIDINHO.
Perguntei a algumas pessoas que trabalham comigo ali no Serviço de Capelania do HC-UNICAMP, que lições podemos tirar da experiência que tivemos ao cuidar do Josenildo, o garoto que era mantido pela madrasta em um canil (esse caso está contado no texto “EM UM CANIL” postado ontem aqui no Blog). Fiz essas perguntas porque foi uma experiência chocante demais para ficar sem uma reflexão mais profunda.
Conversando sobre isso com a Celinha, secretária da Capelania, ficamos refletindo sobre o até que ponto o “não-amor” pode levar uma pessoa. O “não-amor” faz com que a pessoa que deve ser o alvo do nosso amor seja vista como um objeto, ou na melhor das hipóteses, como um animal. Animal no pior sentido da palavra, não como esses cachorrinhos que são muito mais bem tratados do que muitíssimas crianças que passam fome.
Quando não amamos, as pessoas se tornam coisas. E coisas são para ser usadas, não amadas. É assim que chegamos ao ponto, o qual alguém definiu muito bem: “Hoje nós usamos as pessoas e amamos as coisas”.
No caso do Josenildo, eu e a Celinha chegamos a questionar se o irmão e o pai dele não viam que o garoto não estava sendo bem tratado. Quem ama vê o que está acontecendo com o(a) amado(a). Eu costumo dizer que nas enfermarias o melhor dos aparelhos que medem as condições dos pacientes é o olho da mãe, esposa, filho ou qualquer acompanhante que realmente ame o doente. Se uma mãe afirma “Meu filho não está bem”, mesmo que os aparelhos e exames não acusem nada, tendo a acreditar mais na mãe.
Pode-se amar só com um olhar:
“E Jesus, fitando-o, o amou ...” (Marcos 10:21)
Eu creio que o olhar registrado no versículo seguinte foi cheio de amor:
“Mas Pedro insistia: Homem, não compreendo o que dizes. E logo, estando ele ainda a falar, cantou o galo. Então, voltando-se o Senhor, fixou os olhos em Pedro, e Pedro se lembrou da palavra do Senhor, como lhe dissera: Hoje, três vezes me negarás, antes de cantar o galo. Então, Pedro, saindo dali, chorou amargamente.” (Lucas 22:60-62)
Só para exercitar a imaginação, tente criar mentalmente os olhares que Maria dava para seu filho Jesus.
Mas há o outro lado da moeda. Por exemplo, a mulher está com os olhos extremamente inchados de tanto chorar, o marido chega do serviço e não vê.
O inverso do amor não é o ódio, é a indiferença.
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
EM UM CANIL
Não sei exatamente como descobriram, parece-me que um vizinho viu e chamou a polícia. Foram os policiais que o levaram para o hospital.
O Josenildo (nome falso, é claro) tem 18 anos e já tinha alguma deficiência que eu não sei dizer qual é. Ele ficou órfão de mãe e o pai casou de novo. Quando o pai e o irmão mais velho dele viajavam a serviço, e isso era constante, o Josenildo ficava aos cuidados da madrasta.
Aos cuidados dela em termos, pois essa mulher, assim que o marido e o outro enteado viajavam, ela punha o Josenildo no canil, junto com os cachorros e lá o deixava. Só o tirava de lá quando os outros da família (que não sabiam disso tudo) iam chegar de viajem; aí ela o punha para dentro de casa.
Ao ser internado, esse pobre rapaz não falava, não sentava e, óbvio, também não andava. Também não interagia com as pessoas, só ficava com o olhar parado, fixo em algum ponto qualquer.
Em um dos primeiros dias em que ele estava internado no HC-UNICAMP, uma técnica em enfermagem colocou o prato com comida diante dele. Ele enfiou o rosto no prato e começou a comer com a boca, sem usar as mãos. Quando ela ameaçou tirar o prato para ajudá-lo a comer direito, o Josenildo rosnou para ela! Isso mesmo, como um cachorro.
Visitei-o quase todos os dias em que ele esteve internado e assim pude ver o progresso que resultou do imenso e carinhoso esforço que os profissionais do hospital fizeram para cuidar dele. Quando teve alta, o Josenildo já demonstrava emoções, percebia nossa presença, sentava e até andava, com ajuda é claro, mas andava.
Os pais perderam a guarda do menino.
Meditando sobre essa experiência, pude aprender o quanto é depravada a natureza humana decaída.
“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá? Eu, o SENHOR, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; e isto para dar a cada um segundo o seu proceder, segundo o fruto das suas ações.” (Jeremias 17:9-10)
Coração, nesses versículos bíblicos, tem o sentido de “mente, vontade, centro das nossas decisões”. O ser humano sem Jesus Cristo é capaz de fazer coisas medonhas.
O Josenildo (nome falso, é claro) tem 18 anos e já tinha alguma deficiência que eu não sei dizer qual é. Ele ficou órfão de mãe e o pai casou de novo. Quando o pai e o irmão mais velho dele viajavam a serviço, e isso era constante, o Josenildo ficava aos cuidados da madrasta.
Aos cuidados dela em termos, pois essa mulher, assim que o marido e o outro enteado viajavam, ela punha o Josenildo no canil, junto com os cachorros e lá o deixava. Só o tirava de lá quando os outros da família (que não sabiam disso tudo) iam chegar de viajem; aí ela o punha para dentro de casa.
Ao ser internado, esse pobre rapaz não falava, não sentava e, óbvio, também não andava. Também não interagia com as pessoas, só ficava com o olhar parado, fixo em algum ponto qualquer.
Em um dos primeiros dias em que ele estava internado no HC-UNICAMP, uma técnica em enfermagem colocou o prato com comida diante dele. Ele enfiou o rosto no prato e começou a comer com a boca, sem usar as mãos. Quando ela ameaçou tirar o prato para ajudá-lo a comer direito, o Josenildo rosnou para ela! Isso mesmo, como um cachorro.
Visitei-o quase todos os dias em que ele esteve internado e assim pude ver o progresso que resultou do imenso e carinhoso esforço que os profissionais do hospital fizeram para cuidar dele. Quando teve alta, o Josenildo já demonstrava emoções, percebia nossa presença, sentava e até andava, com ajuda é claro, mas andava.
Os pais perderam a guarda do menino.
Meditando sobre essa experiência, pude aprender o quanto é depravada a natureza humana decaída.
“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá? Eu, o SENHOR, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; e isto para dar a cada um segundo o seu proceder, segundo o fruto das suas ações.” (Jeremias 17:9-10)
Coração, nesses versículos bíblicos, tem o sentido de “mente, vontade, centro das nossas decisões”. O ser humano sem Jesus Cristo é capaz de fazer coisas medonhas.
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
TRÊS DEZESSEIS
A mãe da Bianca estava com o joelho todo esfolado devido ao acidente, e por isso tinha muita dificuldade para andar longas distâncias. E a menina estava com medo de ir sozinha tirar umas radiografias da perna quebrada no mesmo acidente. Como o Raio X fica bem longe do quarto onde ela estava internada ali no HC-UNICAMP, a mãe pediu que eu fosse com ela. Eu fui. Enquanto aguardávamos, pude contar para a Bianca dos dois homens que deram a vida para ela viver.
Atente para essa notícia que saiu em um dos jornais daqui de Campinas:
“Um rapaz de 26 anos morreu tragicamente na Rodovia D. Pedro I, em Campinas, ao tentar desviar o tráfego de um acidente sofrido por ele próprio momentos antes. Ele tentava impedir que uma menina de 10 anos de idade fosse atropelada.
Esse rapaz bateu o carro que dirigia e o mesmo ficou atravessado na pista. Logo atrás vinha uma motocicleta na qual estava a menina como passageira. A moto bateu no carro e a garota ficou caída na rodovia.
Desesperado para alertar os demais veículos que passavam, esse herói correu para o meio da rodovia. No entanto, quem acabou atropelado foi ele mesmo, ao ser atingido por um outro veículo. A vítima foi arremessada no canteiro central e morreu na hora”.
Os versículos a seguir, todos escritos por João, o Evangelista, teem uma sequência clara e lógica apesar de cada um estar em um lugar diferente nas Escrituras Sagradas:
“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16)
“Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos.” (1 João 3:16)
“Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca;” (Apocalipse 3:16)
Atente para essa notícia que saiu em um dos jornais daqui de Campinas:
“Um rapaz de 26 anos morreu tragicamente na Rodovia D. Pedro I, em Campinas, ao tentar desviar o tráfego de um acidente sofrido por ele próprio momentos antes. Ele tentava impedir que uma menina de 10 anos de idade fosse atropelada.
Esse rapaz bateu o carro que dirigia e o mesmo ficou atravessado na pista. Logo atrás vinha uma motocicleta na qual estava a menina como passageira. A moto bateu no carro e a garota ficou caída na rodovia.
Desesperado para alertar os demais veículos que passavam, esse herói correu para o meio da rodovia. No entanto, quem acabou atropelado foi ele mesmo, ao ser atingido por um outro veículo. A vítima foi arremessada no canteiro central e morreu na hora”.
Os versículos a seguir, todos escritos por João, o Evangelista, teem uma sequência clara e lógica apesar de cada um estar em um lugar diferente nas Escrituras Sagradas:
“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16)
“Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos.” (1 João 3:16)
“Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca;” (Apocalipse 3:16)
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
ADORADO MONSTRO
Talvez você não acredite, mas no sótão lá de casa tem um monstro. Como todo monstro ele é horrível, mas eu gosto de brincar com ele. Esse incrível morador do meu sótão é daqueles monstros que de tão feios acabam sendo bonitinhos. É agradável estar lá em cima, gostoso mesmo.
No começo eu brincava só um pouquinho e estava bom, depois eu ia querendo sempre mais, e mais. No fim eu acabo gastando tempo demais ali; deixo de fazer um monte de coisas importantes só para brincar com ele. Depois só fica aquele como se fosse um gosto amargo na boca.
E para subir é tão fácil! Basta subir a escadinha. O primeiro degrau é lembrar que “todo mundo faz, por que eu não posso?”; o segundo é só pensar que “eu mereço”; o terceiro degrau é afirmar com convicção que “essa vai ser a última vez”, e assim por diante.
Já cansaram de me falar que um dia esse monstro vai me matar, e eu acredito nisso, mas eu gosto tanto de brincar com ele que tenho pena de matá-lo.
Você pode estar se perguntando quem é que alimenta o monstrengo. Pode parecer incrível mas ... sou eu mesmo. É isso mesmo, tenho que reconhecer, quem dá comida para ele, regularmente, sou eu.
Quando me falavam que eu estava viciado nisso eu negava, enganando só a mim mesmo. Eu afirmava que poderia parar a hora que quisesse. Doce ilusão!
Diversas vezes decidi que não subiria mais lá. Cheguei a contar quanto tempo fiquei sem subir. Se não me engano meu recorde foi 2 meses, 3 dias e 14 horas. Agora imagina a frustração quando não aguentei mais e brinquei com ele.
Hoje eu não conto para ninguém que vou lá. Tenho vergonha e medo. Já tentei, mas os que ficaram sabendo me trucidaram. Acabaram comigo com acusações, broncas, sermões e desprezo. Nenhum deles confessou que tem lá seu adorado monstrinho, ou no sótão ou no porão de sua casa. O pior é que eu sei que todos possuem um, maior ou menor do que o meu. Se pelo menos um deles tivesse compartilhado essa falha mais íntima comigo, eu não me sentiria tão só, e assim não precisaria me esconder no sótão e brincar com meu adorado monstro.
Você tem sótão na sua casa? E porão?
E um ... nem preciso perguntar, pois eu sei que tem.
No começo eu brincava só um pouquinho e estava bom, depois eu ia querendo sempre mais, e mais. No fim eu acabo gastando tempo demais ali; deixo de fazer um monte de coisas importantes só para brincar com ele. Depois só fica aquele como se fosse um gosto amargo na boca.
E para subir é tão fácil! Basta subir a escadinha. O primeiro degrau é lembrar que “todo mundo faz, por que eu não posso?”; o segundo é só pensar que “eu mereço”; o terceiro degrau é afirmar com convicção que “essa vai ser a última vez”, e assim por diante.
Já cansaram de me falar que um dia esse monstro vai me matar, e eu acredito nisso, mas eu gosto tanto de brincar com ele que tenho pena de matá-lo.
Você pode estar se perguntando quem é que alimenta o monstrengo. Pode parecer incrível mas ... sou eu mesmo. É isso mesmo, tenho que reconhecer, quem dá comida para ele, regularmente, sou eu.
Quando me falavam que eu estava viciado nisso eu negava, enganando só a mim mesmo. Eu afirmava que poderia parar a hora que quisesse. Doce ilusão!
Diversas vezes decidi que não subiria mais lá. Cheguei a contar quanto tempo fiquei sem subir. Se não me engano meu recorde foi 2 meses, 3 dias e 14 horas. Agora imagina a frustração quando não aguentei mais e brinquei com ele.
Hoje eu não conto para ninguém que vou lá. Tenho vergonha e medo. Já tentei, mas os que ficaram sabendo me trucidaram. Acabaram comigo com acusações, broncas, sermões e desprezo. Nenhum deles confessou que tem lá seu adorado monstrinho, ou no sótão ou no porão de sua casa. O pior é que eu sei que todos possuem um, maior ou menor do que o meu. Se pelo menos um deles tivesse compartilhado essa falha mais íntima comigo, eu não me sentiria tão só, e assim não precisaria me esconder no sótão e brincar com meu adorado monstro.
Você tem sótão na sua casa? E porão?
E um ... nem preciso perguntar, pois eu sei que tem.
sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
PRIMEIRO OS ÚLTIMOS
No primeiro dia desse ano de 2009 eu assisti o final da corrida de São Silvestre. E fiquei contente ao ver a brasileira Fabiana Cristine da Silva ganhar em segundo lugar. E mais ainda ao ver que a terceira, a quarta e a quinta colocações foram conquistadas pelas brasileiras Marily, Edielza e Luzia, respectivamente.
Só que na cabeça da maioria das pessoas, só importa ganhar em primeiro lugar. Batendo um papo com os meus amigos Saulo e Renato Tamburus, eles me contaram que o Nelson Piquet comentou, quando da conquista, pelo seu filho Nelsinho, de um segundo lugar numa corrida de Fórmula Um: “O que chega em segundo lugar é o primeiro dos perdedores”.
Eu sempre admirei o Rubens Barrichello. Chegar aonde ele chegou foi fantástico. Mas ele sempre foi injustiçado, pois todo mundo só reconheceria o seu enorme valor se ele ganhasse todas, de ponta a ponta.
Só é reconhecido como um sucesso quem chega em primeiro. Mas isso não quer dizer que quem “chega” do segundo lugar para baixo não seja um sucesso.
Os atletas, para serem os primeiros, preparam o corpo para suportar pressões além do limite natural. Isso pode parecer saudável, mas muito pelo contrário. É extremamente prejudicial à saúde. Aquela mentalidade de mais rápido, mais alto, mais forte e não sei mais o que só é boa para os grandes fabricantes de artigos esportivos. É fundamental estabelecer limites.
E não é só nos esportes que essa crueldade na avaliação dos desempenhos acontece. Quantos empresários, executivos, funcionários e trabalhadores deixam de lado a própria saúde, a família e a vida espiritual porque querem ser nada menos do que os primeiros!
Não consideram seriamente que a perspectiva divina de méritos é radicalmente diversa: “Muitos primeiros serão últimos; e os últimos, primeiros.” (Marcos 10:31)
O salmista sabia disso: “SENHOR, não é soberbo o meu coração, nem altivo o meu olhar; não ando à procura de grandes coisas, nem de coisas maravilhosas demais para mim.” (Salmos 131:1)
Paulo também estava sintonizado com a visão de Deus para a vida:
“Tudo faço por causa do evangelho, com o fim de me tornar cooperador com ele. Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. Todo atleta em tudo se domina; aqueles, para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, a incorruptível. Assim corro também eu, não sem meta; assim luto, não como desferindo golpes no ar. Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado.” (1 Coríntios 9:23-27)
O importante não é ser o primeiro, mas darmos o melhor de nós mesmos para Deus.
Qual, enfim, sua meta?
“Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus. Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossa alma.” (Hebreus 12:1-3)
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