sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

PRIMEIRO OS ÚLTIMOS



No primeiro dia desse ano de 2009 eu assisti o final da corrida de São Silvestre. E fiquei contente ao ver a brasileira Fabiana Cristine da Silva ganhar em segundo lugar. E mais ainda ao ver que a terceira, a quarta e a quinta colocações foram conquistadas pelas brasileiras Marily, Edielza e Luzia, respectivamente.
Só que na cabeça da maioria das pessoas, só importa ganhar em primeiro lugar. Batendo um papo com os meus amigos Saulo e Renato Tamburus, eles me contaram que o Nelson Piquet comentou, quando da conquista, pelo seu filho Nelsinho, de um segundo lugar numa corrida de Fórmula Um: “O que chega em segundo lugar é o primeiro dos perdedores”.
Eu sempre admirei o Rubens Barrichello. Chegar aonde ele chegou foi fantástico. Mas ele sempre foi injustiçado, pois todo mundo só reconheceria o seu enorme valor se ele ganhasse todas, de ponta a ponta.
Só é reconhecido como um sucesso quem chega em primeiro. Mas isso não quer dizer que quem “chega” do segundo lugar para baixo não seja um sucesso.
Os atletas, para serem os primeiros, preparam o corpo para suportar pressões além do limite natural. Isso pode parecer saudável, mas muito pelo contrário. É extremamente prejudicial à saúde. Aquela mentalidade de mais rápido, mais alto, mais forte e não sei mais o que só é boa para os grandes fabricantes de artigos esportivos. É fundamental estabelecer limites.
E não é só nos esportes que essa crueldade na avaliação dos desempenhos acontece. Quantos empresários, executivos, funcionários e trabalhadores deixam de lado a própria saúde, a família e a vida espiritual porque querem ser nada menos do que os primeiros!
Não consideram seriamente que a perspectiva divina de méritos é radicalmente diversa: “Muitos primeiros serão últimos; e os últimos, primeiros.” (Marcos 10:31)
O salmista sabia disso: “SENHOR, não é soberbo o meu coração, nem altivo o meu olhar; não ando à procura de grandes coisas, nem de coisas maravilhosas demais para mim.” (Salmos 131:1)
Paulo também estava sintonizado com a visão de Deus para a vida:
“Tudo faço por causa do evangelho, com o fim de me tornar cooperador com ele. Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. Todo atleta em tudo se domina; aqueles, para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, a incorruptível. Assim corro também eu, não sem meta; assim luto, não como desferindo golpes no ar. Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado.” (1 Coríntios 9:23-27)
O importante não é ser o primeiro, mas darmos o melhor de nós mesmos para Deus.
Qual, enfim, sua meta?
“Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus. Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossa alma.” (Hebreus 12:1-3)

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