segunda-feira, 5 de abril de 2010

EVANGELIZAÇÃO BUROCRÁTICA


Dois rapazes certa vez criticaram um certo missionário, por ele basear todo o seu trabalho evangelístico em um folheto elaborado pela missão que o enviara. A resposta dele foi essa: “Quantas pessoas vocês levaram a Cristo com o método de vocês? Nós já alcançamos milhares assim”.
Resultados numéricos é que importam? Vi uma vez um pastor (batista) batizar uma menina de 8 anos. Quando o questionei se não era cedo para fazer isso (eu conhecia a menina e sabia da sua imaturidade espiritual), ele argumentou que tinha que fazê-lo pois só faltava uma pessoa para atingir a meta proposta e ele queria publicar esse “sucesso” no jornal da denominação!
Isso me fez lembrar da declaração que uma jovem me fez afirmando que preferia distribuir 1000 folhetos evangelísticos em uma praça pública do que falar de Cristo a sua colega que trabalha sentada ao seu lado no serviço, pois falar à colega exige envolvimento, e na rua não, é só entregar o papel.
Estou começando a aprender, até com um certo alívio, a não me preocupar com o fato de uma pessoa ser salva ou não. Isso é lá entre ela e Deus. Eu só tenho que amar e servir essa pessoa. Amar e servir até o ponto de, se for necessário, dar minha vida a ela nesse processo. E essa é minha obrigação constante para com salvos e não salvos.
“Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos.” (1 João 3:16)
O processo da evangelização é muito mais do que ter a pretensão de decretar o destino eterno de alguém. Pregamos, às vezes até com afinco, o juízo sem misericórdia. Isso resulta quase sempre em condenação ou “convertidos” sem compromisso. Ou então pregamos a misericórdia sem o juízo, o que resulta em “crentes” que pretendem determinar as coisas a Deus.
Evangelizar é viver junto, se envolver, se comprometer. Francis Schaffer disse em outras palavras que, se alguém nunca teve o sofá queimado por um cigarro ou o tapete da sala manchado por vômito, então essa pessoa nunca evangelizou.
Você acredita que, quando estiver prestando contas a Deus Ele vai lhe cobrar quantas pessoas se converteram através do seu trabalho evangelístico ou quanto você amou aos próximos?

2 comentários:

  1. muito bom Xyko! Que Deus continue a te abençoar e cuidar de ti!

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  2. Impressionante, caro Xyko.

    Somos hoje meio vítimas dessa mentalidade que competência se "mede" através de resultados númericos.
    É a troca da qualidade pela quantidade... temos que competitivamente mostrar serviço que seja quantificável e comparável com o dos outros. E isso, na maioria das vezes, pode ser muito deletério . Realmente dá o que pensar.

    Paz,

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