quinta-feira, 29 de abril de 2010

A PALAVRA É ...

“Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no Dia do Juízo;” (Mateus 12:36)
Estou lendo um livro de Brian McLaren que tem feito meus neurônios darem mil piruetas. Um exemplo das coisas que ele escreve é afirmar que a teologia precisa ser ensinada de uma forma mais poética, ou romântica. É claro que ele não está querendo dizer que os sermões devem ser elaborados em versos ou em forma de histórias de amor. Não é isso.
Para explicar isso para o Luís Fernando (um dos que possuem paciência suficiente para ser meu discípulo), fiz uma comparação. Nós podemos fazer um levantamento de quantas vezes a palavra “amor” aparece no Novo Testamento abrangendo seus 3 significados (ágape, eros e filéo). Depois explicamos o significado de cada um dos termos. Acho até que isso já foi mais do que explicado em livros, artigos, sermões e aulas. E depois concluímos ensinando que a pessoa tem que amar mais. Posso terminar uma aula da Escola Bíblica Dominical fazendo meus alunos saírem convictos da necessidade da obediência desse fundamental mandamento e, uma semana depois, na aula seguinte, constatar que nada foi alterado na vida daqueles alunos no que diz respeito ao amor. É que a coisa fica muito acadêmica, não é muito inspirador.
Conheço muitas pessoas que gostam muito mais de aprender desse jeito. Será que é porque o adquirir muita informação intelectual, só isso, não compromete a pessoa?
Ou então, ensinando de uma forma “poética”, nós podemos chegar e afirmar que a essência do amor é considerar o outro. Tenho aprendido com o Venâncio, grande comentarista desse Blog e amigo maior ainda, a procurar o sentido etimológico das palavras. Conforme ele mesmo me ensinou, “consideração” é “junto ao céu”. Considerar, então, é unir o céu, a pessoa amada e as coisas celestiais. A implicação disso é que posso transformar, por exemplo, um relacionamento que é (desculpem o termo) um verdadeiro inferno, tão sublime quanto viver no céu.
A Palavra de Deus nos dá o conhecimento e o poder para fazer isso ser uma realidade.
“Respondeu-lhes Jesus: Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus.” (Mateus 22:29)

Um comentário:

  1. Poesia é arte e arte (eu digo arte de verdade, não artesanato) é ruptura com o pensamento vigente, é inconformidade, é criação... e a criatura apesar de não ser o criador, leva dele uma marca, um sopro (pneuma, espírito)...
    Talvez seja isso que queira dizer "ensinar teologia com mais poesia", é ensinar com arte, com a alma...
    O romantismo é uma linha na arte que representa exatamente a ruptura com o pensamento exageradamente racionalista, frio, impessoal, distante e teórico. O romantismo beira o "irracionalismo", sua vertente mais radical.
    O exemplo que você deu é perfeito: talvez ninguém ensine ninguém a amar na teoria, talvez o Amor, que é um sentimento, não seja "ensinável" mas apenas "demonstrável"...


    Paz,

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