segunda-feira, 29 de junho de 2009

O SABONETE


Não faz muito tempo, eu comentei com a Cíntia, minha filha, como é fantástico o sabonete. Ele possui acidez suficiente para eliminar a sujeira e a gordura da nossa pele sem nos queimar! E ainda nos deixa cheirosos.
Me lembrei desse “papo” que tive com ela quando estava meditando sobre João 13. Estava pensando mais especificamente no seguinte versículo: “Declarou-lhe Jesus: Quem já se banhou não necessita de lavar senão os pés; quanto ao mais, está todo limpo. Ora, vós estais limpos, mas não todos.” (João 13:10)
Jesus falou isso para Pedro porque ele, em sua impulsividade, afirmou que não deixaria o Senhor lhe lavar os pés.
O que Jesus quis dizer com banho e lavar os pés? Penso que Ele se referia à salvação e ao perdão dos pecados, digamos assim, cometidos diariamente.
É mais ou menos dentro desse pensamento que alguns chamam o versículo abaixo de “o sabonete do cristão”:
“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” (1 João 1:9)
O que me ocorreu foi questionar a razão de nós muitas vezes darmos uma de “sapo”, aquele da canção infantil que “mora lá na lagoa, e não lava o pé porque não quer”.
Talvez por minimizarmos o pecado e suas consequências na nossa vida. Garantimos que para Deus não existe pecadinho e pecadão, mas só confessamos somente os pecados que consideramos de grande impacto. Esquecemo-nos de que todo pecado, por mais insignificante que possa nos parecer, ele nos causa dano, principalmente no nosso relacionamento com o nosso Deus que é três vezes Santo.
Talvez ainda seja por acharmos mais prático, somente no final da noite, confessarmos todos os pecados do dia de uma só vez, sem especificá-los. Só que a nossa comunhão com Deus fica afetada até que isso ocorra, e ainda deixamos de “trabalhar” aquele problema em nosso viver. Confessar o pecado é homologá-lo, é o reconhecermos como tal. Fazermos um pacote só com todos eles quase que inviabiliza isso.
“Mas que chulé!”

Um comentário:

  1. Quando falamos de pés, lembro-me da passagem da revelação de Deus à Moisés (Ex 3). Enquanto observava a sarça ardente, Deus chamou Moisés e ele respondeu "Estou aqui" (ao contrário de Adão, ao qual Deus procurou no Paraíso e não encontrou, não estava "onde devia estar"). Moisés estava disponível, onde deveria estar e em pé (os judeus não se ajoelham, estão sempre em pé, disponíveis e em marcha, tanto que Deus envia Moisés em seguida para salvar o povo de Israel). Deus também ordenha que Moisés tire as sandálias (que seja ele mesmo, puro, sem as influências de outras culturas ou crenças, lembra quando Jesus ordenha seus discípulos que sacudam a poeira das sandálias em Mat 10, 14). Quando isso acontece, quando estamos onde deveríamos estar com o coração puro, o chão onde pisamos passa a ser sagrado, ou seja, permanecemos de acordo com nossa origem, somos quem deveríamos ser (já que "pé" para os judeus significa origem, tradição - lembra do comentário da meditação "Às ordens" de 15 de junho). Infelizmente muitos judeus radicais continuam teimando que tem que ser aquele lugar (a região de Israel) para a terra ser santa e fazem a guerra. Esquecem-se que a santidade da terra vem de dentro de quem a pisa...
    Às vezes nós também estamos com os pés sujos e com "chulé", mas queremos acreditar que a pureza vem de fora... e Jesus vem e nos dá uma "ajudinha" (ou talvez a grande ajuda...)

    Paz,

    Venâncio

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