A Célia, secretária da Capelania do HC-UNICAMP e Seguidora desse Blog (na realidade é uma das pessoas que mais contribuem com idéias e sugestões), ela me mandou o texto a seguir, tirado do site Lugar Sagrado (http://www.lugarsagrado.com/).
“O trabalho que a mãe tem com um filho pequeno é interminável, não olha a horários, não se compadece com o dia ou com a noite. Mas até esta incansável lida de mãe nos parece fácil perante o trabalho que muitos têm com um idoso ou um incontinente. A mãe trata do corpo precioso do filho, do corpo pleno de promessas e de futuro do seu bebé, e a confiança e o sorriso que ele lhe devolve recompensam-na. Quando envelhecemos, o nosso corpo degrada-se, não o controlamos, tornamo-nos difíceis de ajudar e de aturar. O orgulho, a vergonha e a raiva de nos vermos assim diminuídos impedem-nos de aceitar de boa cara o apoio de que necessitamos e que nos oferecem, tornamo-nos avarentos na gratidão e nos sorrisos. Por todo mundo há inúmeras mulheres, maridos, filhos, parentes, funcionários ou amigos cuja existência diária gira em volta da higiene e dos cuidados prestados àqueles que amam. "O teu Pai, que vê o oculto, há-de recompensar-te" (Mt 6:6). É uma doutrina que parece fora de moda. Thomas A. Kempis (autor de A Imitação de Cristo) incita-nos a valorizar o anonimato, a invisibilidade. Fala-nos da virtude de perseverar no tédio, de sobreviver sem o oxigênio da gratidão, do reconhecimento, do enaltecimento, do carinho; da prática diária e calada de boas ações que só Deus pode ver, conhecer e reconhecer. Os que assim cuidam dos outros estão entre os mais heróicos dos homens e mulheres”.
Ler isso foi como levar dois tapas: como deficiente físico eu necessito de cuidados e como pastor trabalhando em um hospital, eu cuido dos outros.
A Denise, minha mulher e quem mais cuida de mim, é FANTÁSTICA. Não tem como pagar o que ela me faz. Certa vez demos uma entrevista para um jornal sobre casamento de uma pessoa deficiente com uma não necessitada de cuidados especiais, e na ocasião ela declarou que esse tipo de união, enquanto torna o deficiente mais normal, torna o normal mais deficiente. Por exemplo, ela me leva a muitos lugares e por eu não poder ir, ela deixa de ir em outros tantos.
Eu, como cuidador aproveito dessa situação para me identificar com quem de mim precisa:
“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai de misericórdias e Deus de toda consolação! É ele que nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus.” (2 Coríntios 1:3-4)
E Ele sabe o que passamos:
“Por isso mesmo, convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo. Pois, naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados.” (Hebreus 2:17-18)
“O trabalho que a mãe tem com um filho pequeno é interminável, não olha a horários, não se compadece com o dia ou com a noite. Mas até esta incansável lida de mãe nos parece fácil perante o trabalho que muitos têm com um idoso ou um incontinente. A mãe trata do corpo precioso do filho, do corpo pleno de promessas e de futuro do seu bebé, e a confiança e o sorriso que ele lhe devolve recompensam-na. Quando envelhecemos, o nosso corpo degrada-se, não o controlamos, tornamo-nos difíceis de ajudar e de aturar. O orgulho, a vergonha e a raiva de nos vermos assim diminuídos impedem-nos de aceitar de boa cara o apoio de que necessitamos e que nos oferecem, tornamo-nos avarentos na gratidão e nos sorrisos. Por todo mundo há inúmeras mulheres, maridos, filhos, parentes, funcionários ou amigos cuja existência diária gira em volta da higiene e dos cuidados prestados àqueles que amam. "O teu Pai, que vê o oculto, há-de recompensar-te" (Mt 6:6). É uma doutrina que parece fora de moda. Thomas A. Kempis (autor de A Imitação de Cristo) incita-nos a valorizar o anonimato, a invisibilidade. Fala-nos da virtude de perseverar no tédio, de sobreviver sem o oxigênio da gratidão, do reconhecimento, do enaltecimento, do carinho; da prática diária e calada de boas ações que só Deus pode ver, conhecer e reconhecer. Os que assim cuidam dos outros estão entre os mais heróicos dos homens e mulheres”.
Ler isso foi como levar dois tapas: como deficiente físico eu necessito de cuidados e como pastor trabalhando em um hospital, eu cuido dos outros.
A Denise, minha mulher e quem mais cuida de mim, é FANTÁSTICA. Não tem como pagar o que ela me faz. Certa vez demos uma entrevista para um jornal sobre casamento de uma pessoa deficiente com uma não necessitada de cuidados especiais, e na ocasião ela declarou que esse tipo de união, enquanto torna o deficiente mais normal, torna o normal mais deficiente. Por exemplo, ela me leva a muitos lugares e por eu não poder ir, ela deixa de ir em outros tantos.
Eu, como cuidador aproveito dessa situação para me identificar com quem de mim precisa:
“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai de misericórdias e Deus de toda consolação! É ele que nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus.” (2 Coríntios 1:3-4)
E Ele sabe o que passamos:
“Por isso mesmo, convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo. Pois, naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados.” (Hebreus 2:17-18)
O ser humano é o animal que mais tempo leva para se tornar independente e qualquer um de nós, sem exceção, não estaríamos aqui se não tívessemos sido cuidados na nossa infância...
ResponderExcluirCuidado vem da raiz latina cogitare - cogitar, dar atenção, levar em consideração. Faz parte do humano a cooperação e o cuidado...
Para os que não conhecem vou contar a antiquíssima fábula-mito do cuidado, colocada no papel em torno de 40 a.C. por Gayus Julius Hyginus (Higino):
"Certo dia o CUIDADO passava pela margem de um rio e resolveu modelar o barro. Ficou satisfeito com a figura que fez e ao ver Júpiter (Céu), pediu-lhe para soprar o espírito nele, o que Júpiter fez de bom grado. Quando o Cuidado quis dar nome à criatura, Júpiter começou a discutir dizendo que ele é que daria o nome, uma vez que ele é que tinha dado o espírito. Nisso passou por ali Géia (Terra), que também quis dar nome à criatura, uma vez que tinha dado o barro para sua modelagem, e começou uma tremenda discussão. Acabaram pedindo para Saturno (Tempo) mediar a discussão e este tomou a seguinte decisão que foi considerada justa por todos:
Júpiter, que deu o espírito para a criatura, receberia de volta esse espírito quando ela morresse. Géia receberia também de volta o corpo da criatura quando ela morresse. E o Cuidado, que primeiro tinha moldado a criatura, se responsabilizaria por ela enquanto ela vivesse. E acabou com a discussão dando ele mesmo o nome à criatura, a qual chamou de HOMEM, que vem do latim húmus, que significa terra fértil, ou seja, terra insuflada com espírito...
Paz e bem,
Pastor,
ResponderExcluirA cada dia Deus fala ao meu coração por meio de suas mensagens.
Obrigada. Oro a Deus para que o abençoe cada dia mais.
Flávia
Brasília-DF
Achei ótima a foto que você escolheu, rsrsrs!
ResponderExcluirIlustra muito bem!