quinta-feira, 23 de julho de 2009

SOU, MAS QUEM NÃO É?


Gosto de assistir duas séries de filmes que passam na TV. “HOUSE” e “24 HORAS”.
O primeiro gira em torno de um médico que é especialista em diagnósticos de doenças raras e complexas. Como alguém já comentou, os quadros clínicos, sintomas, diagnósticos e terapias apresentados são absolutamente corretos, só ficando esquisito o fato de tantos casos raros caírem no mesmo hospital. Profissionalmente o personagem principal, Dr. Gregory House, é um gênio, porém tem um péssimo caráter. Os produtores fazem de tal forma que nós acabamos simpatizando com ele. Mas definitivamente ele, o personagem, não presta.
O segundo seriado conta as aventuras, venturas e desventuras de Jack Bauer, um agente secreto. Ele é bom mesmo. É o único que pode salvar os EUA dos ataques dos inimigos e terroristas. Só que seus métodos são ilegais. Ele usa de tortura e chantagens para obter as informações necessárias para salvar milhares de cidadãos honestos e inocentes. Aí eu fiquei pensando: na vida real deve ser impossível você pegar o informante certo com as informações certas. E o filme tem muita violência. Em um episódio, o chefe da CIA tentou convencê-lo a não usar seus métodos espúrios argumentando que “as regras nos fazem melhores” (o que é uma verdade), mas que nada, ele torturou um traidor ameaçando matar a mulher e o filhinho do terrorista, o qual acabou sendo morto “acidentalmente” pelo nosso herói. Os produtores fazem de tal forma que nós acabamos simpatizando com ele. Mas definitivamente ele, o personagem, não presta.
Não posso afirmar que o objetivo desses filmes é trazer à baile uma discussão sobre o assunto, mas posso assegurar que retratam muito bem o ponto a que chegamos. Hoje, resultados valem mais do que integridade. Dois exemplos que nos deixam perplexos: artistas da TV que vivem uma vida totalmente desregrada e suja, mas são bons artistas, então possuem muitos fãs, e jogadores de futebol que fora do campo são cafajestes e não prestam, mas como fazem muitos gols a torcida os idolatra.
E não podemos esquecer que o certo é que os fins nunca devem justificar os meios, pois para fins nobres os meios devem obrigatoriamente ser nobres.
PARA MEDITAR E VESTIR A CARAPUÇA:
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que, por fora, se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia!” (Mateus 23:27)

2 comentários:

  1. Infelizmente essa é a realidade que vivemos, hj a maioria das pessoas não se importam com o carater de uma pessoa, hoje o carater de um ser é pouco admirado, o que importa mesmo é o que ele é e a fama que tem, idependente do q a pessoa faz, um exemplo clarissimo disto tb vimos esses dias com a morte de Michael, idependente das graves acusações contra ele, fãs diziam q não se importavam com isto, mas pelo q ele signifoicou , mesmo apesar de tudo foi tido como um Rei....

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  2. Certamente existe uma motivação ideológica para esses programas de TV e muitos outros (senão todos eles) que vem da terra do Tio Sam. Em tempos de Bush e Guantánamo o seriado 24hs quer explicitamente "fazer nossa cabeça" (não sei se o Obama vai fazê-lo sair do ar...), já o Dr. House representa tudo o que "não deveríamos ver num médico", mas tudo bem, ele sabe fazer diagnósticos... é o utilitarismo de pessoas sendo exaltado, as pessoas valem pela sua produtividade, por aquilo que elas são úteis ao sistema. Essa mentalidade caminha junto com a descartabilidade de seres humanos pelo "grande moedor de carne" que se tornou nossa sociedade consumista-utilitarista... Lembro-me daquela brincadeira exaltando certo tipo de político: "Ele rouba mas faz..."
    E vai por aí...

    Paz

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