quarta-feira, 15 de julho de 2009

TEM MAIS É QUE SE SEPARAR


Certa vez eu fui procurado por uma moça que era seminarista, assim como seu marido. Ela queria uns conselhos. O rapaz com quem ela casara acreditava que por ser ele o cabeça do casal, podia mandar e desmandar nela. Por exemplo: um dia ela estava vendo TV e ele, sem falar nada, desligou o aparelho. Quando ela perguntou a razão daquilo, a resposta foi que ele já havia assistido o filme e simplesmente não queria que ela assistisse. Em outra ocasião, ela estava estudando à noite e ele apagou a luz. A explicação: ele decidiu que ela não estudaria naquela noite. Só isso. Quando essa moça veio conversar comigo seu rosto e braços estavam cheios de hematomas. Ele achava que tinha o direito de bater nela a hora que quisesse.
Aquele rapaz simplesmente não considerava a sua mulher uma pessoa. Veja nesse exemplo a seguir como Deus preza essa consideração:
“Quando saíres à peleja contra os teus inimigos, e o SENHOR, teu Deus, os entregar nas tuas mãos, e tu deles levares cativos, e vires entre eles uma mulher formosa, e te afeiçoares a ela, e a quiseres tomar por mulher, então, a levarás para casa, e ela rapará a cabeça, e cortará as unhas, e despirá o vestido do seu cativeiro, e ficará na tua casa, e chorará a seu pai e a sua mãe durante um mês. Depois disto, a tomarás; tu serás seu marido, e ela, tua mulher. E, se não te agradares dela, deixá-la-ás ir à sua própria vontade; porém, de nenhuma sorte, a venderás por dinheiro, nem a tratarás mal, pois a tens humilhado.” (Deuteronômio 21:10-14)
A escrava, depois de ser restituída à sua dignidade humana, não poderia voltar a ser escrava.
Se um homem rebaixa sua mulher a menos do que um ser humano, e vice-versa, creio não ser possível a convivência saudável entre ambos.
Aconselhei uma outra mulher que apanhava quase que diariamente do “marido”, o qual usava um pedaço de cano reservado para isso.
A essas duas aconselhei que se separassem.
Se Deus permitir, amanhã falaremos sobre recasamento.

2 comentários:

  1. O casamento sempre foi tradicionalmente realizado através do "consentimento paterno". Os pais é que escolhem os noivos dos filhos por razões patrimoniais, eles se casam e tem que viver juntos pois a separação nem é cogitada (também por motivações patrimoniais, e patrimônio significa também relação de poder...).
    Nessa mentalidade machista e opressora, a mulher sempre leva a pior...
    Esse modelo patriarcal, felizmente, está em franca decadência e de alguns tempos para cá tem prevalecido o "mútuo consentimento" entre os noivos, única forma do casamento poder ter uma chance de sucesso como instituição (na Igreja Católica, como Sacramento inclusive), pois a liberdade é condição fundamental para o Amor, como sempre é comentado neste Blog.
    O aspecto unitivo do casamento passa a ser mais importante que o aspecto patrimonial e aí sim a função procriativa (a vinda dos filhos) e a formação da família tem chance de dar certo.
    Creio que essa lógica de valorização das relações no casamento, primeiro o unitivo (Amor do casal), depois o procriativo (filhos) e só depois o patrimonial, é a solução para os problemas que a família tem enfrentado nos dias de hoje. Qualquer inversão nessa ordem pode produzir catástrofes, como os exemplos que foram dados...
    Aliás, ontem foi o Dia Internacional da FAMÍLIA, instituído pela ONU.

    Paz a todos,

    Venâncio

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  2. Exato. A única coisa que gostaria de acrescentar é que, biblicamente falando, o veradeiro amor não é somente sentimento, é atitude e ação.
    Um abraço, Xyko.

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