segunda-feira, 27 de julho de 2009

SONHOS, PESADELOS E A REALIDADE


Foi uma semana de férias muito, mas muito gostosa mesmo. Vieram passar uns dias conosco a Cíntia, minha filha, a Letícia, a Laura e a Ana Júlia (Txu-txu), minhas netas postiças. Só que hoje foram todas embora. E isso dá uma tristeza bem grande. Adoro ficar só eu e a Denise, mas amo demais essas meninas e vou sentir falta da bagunça que fazemos.
E hoje aconteceu uma coisa que volta e meia me atinge. Logo que acordei lembrei que as duas que ficaram por último, a Lê e a Lá, iriam embora; já me bateu uma saudade ... É aquele negócio, acordar para enfrentar uma realidade triste.
Mas veja que isso é coisa boba se comparada com outras realidades. Essas meninas eu as verei logo, se não amanhã mesmo!
Agora imagine o que passou uma senhora de uns 65 anos, que era paciente do HC-UNICAMP. Quando conversamos ela me contou que acordou desesperada porque tivera um pesadelo: sonhara que estava internada no hospital em estado grave, e quando acordou, viu que estava mesmo! Talvez fosse pior sonhar que estava em casa com saúde e acordar em um leito de hospital, não sei.
Há muitos anos atrás, um rapaz órfão me contou que sonhou que morava com uma família e acordou ainda no orfanato em que morava. Na ocasião ele me mostrou esse versículo que se segue, dizendo que sabia que o contexto era outro e que não tinha relação com a sua situação, mas que o simples fato de Deus ter escrito isso mostra que Ele, Deus, sabe como nos sentimos.
“Será também como o faminto que sonha que está a comer, mas, acordando, sente-se vazio; ou como o sequioso que sonha que está a beber, mas, acordando, sente-se desfalecido e sedento; assim será toda a multidão das nações que pelejarem contra o monte Sião.” (Isaías 29:8)
Para refletir deixo um versículo. Note que o “acordar” ali é fechar os olhos (mesmo que eles fiquem fisicamente abertos) aqui nessa vida, que é limitada pelo tempo, espaço e matéria, para abrí-los lá na Eternidade, onde não há limites e é só gozo e alegria.
“Eu, porém, na justiça contemplarei a tua face; quando acordar, eu me satisfarei com a tua semelhança.” (Salmos 17:15)

Um comentário:

  1. Caro Xyko,

    Maravilhosa reflexão...
    Acredito que dê para separar o conceito "saudade", como você mesmo se referiu (aquela sensação de falta que deve ser mais cedo ou mais tarde preenchida), do conceito de "nostalgia" (nous - alma e algia - dor, literalmente "dor da alma") aquela sensação de falta de algo que nunca vai ser preenchida. O "banzo" que os escravos sentiam, os deprimia e os levava à morte... saudade de uma vida na África que nunca mais poderia ser vivida.
    Nostalgia é a "saudade daquilo que não aconteceu e nunca vai acontecer"... pelo menos nesta vida.
    Nesta vida somos nostálgicos de Deus, nesta vida somos incompletos e só vislumbramos Sua presença em plenitude... somente sonhamos com a completude que é Deus e acordamos nesta condição humana, mas é esse sonho que nos mantem no caminho... a esperança de um dia "abrirmos os olhos"...
    "Hoje vemos como por um espelho, confusamente; mas então veremos face a face. Hoje conheço em parte; mas então conhecerei totalmente, como sou conhecido." (ICor 13, 12)

    Paz e sonhos

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