Continuou fazendo o que estava fazendo e com isso se distraiu, mas não demorou muito e lá estava ele pensando nos “rabassatus” como eram chamados os rabanetes saturnianos. Só que dessa vez ele os imaginou já com o molho à base de manteiga e sal, que era a sua paixão gastronômica. Dessa vez não foi só um fiapo de idéia, mas um pensamento mais elaborado. Tentou continuar o que estava fazendo, mas o pensamento o atraia mais e mais.
Foi até a geladeira só para ver se tinha rabassatus, só para ver, imagine que ele iria comer uma coisa proibida! E se podia comer à noite por que teria que esperar até lá? Mas ele só ia ver se tinha. Quando abriu a geladeira, lá no fundo, atrás das frutas, havia um prato cheio de rabanetes saturnianos! E com molho de manteiga e sal!! Sem perceber (ou será que percebeu?) ele puxou o prato para a frente e empurrou as frutas para o fundo.
Fechou a porta da geladeira e começou a pôr os talheres, guardanapo, tudo na mesa, racionalizando que deixaria as coisa já adiantadas para o jantar.
Mas não deu 10 minutos e lá estava ele comendo os rabassatus, e ainda se lambuzando com o molho.
Quando acabou, ou melhor, quando parou de comer, pois não teve vontade de comer tudo, sentiu uma frustração inesperada. Embora a comida estivesse perfeita, sua expectativa tinha sido maior. E ainda havia aquela incômoda sensação de culpa.
Quando tirou o prato e os talheres para lavá-los na pia, viu que teria que limpar também a mesa. Depois de deixar tudo arrumado ele foi para a sala. Só que ele não viu que ficou uma mancha de molho no chão.
“Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta. Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte. Não vos enganeis, meus amados irmãos.” (Tiago 1:13-16)
Agora pensa e responda: qual é seu prato predileto?
Nenhum comentário:
Postar um comentário