quinta-feira, 9 de junho de 2011

DENTES À MOSTRA

A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido e não na vitória propriamente dita”. (Mahatma Gandhi)
Eu vi, não foi alguém que me contou. O dirigente do Coral de uma determinada Igreja, durante o culto, primeiro, com um gesto, fez os cantores ficarem em pé; com outro sinal, fez com que abrissem as partituras, e com um último gesto, fez com que todos do coro ... sorrissem!
Afinal, todos os cristãos, sempre, estão felizes. Será?
Jesus chorou.” (João 11:35)
Acredito que esse negócio de o crente estar sempre sorrindo é um paradigma criado por nós mesmos. Achamos que temos que anunciar o evangelho como uma eterna fonte de alegria. Só que isso chega a ser “propaganda enganosa”, pois a vida real nem sempre segue tal padrão. Temos tristezas. Cada dia traz, em seu bojo, o seu mal.
Não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal.” (Mateus 6:34)
Como cristãos, temos motivos de sobra para sermos felizes, mas temos nossas tristezas que não devem ser desprezadas.
Aquele que nunca viu a tristeza, nunca reconhecerá a alegria”. (Khalil Gibran)
Acho que pode ser hipócrita o sorrir só quando estamos sendo filmados. Você concorda?
PARA REFLETIR:
Os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão.” (Salmos 126:5)

Um comentário:

  1. Caríssimo,

    Essa relexão realmente faz pensar sobre a espontaneidade dos nossos comportamentos...
    Afetação é exatamente o contrário de espontaineidade. O exagero com a aparência, atitudes forçadas, sorriso de "apresentador de televisão"...
    Tudo isso, e mais alguma coisa, como roupas, atitude, forma de falar, "sorriso", etc... compõem aquilo que chamamos de "etiqueta" (pequena ética, forma de desempenhar aquilo que acreditamos ser correto, além da nossa própria marca de criatividade, dentro do universo de regras sociais).
    Estamos carentes hoje em dia de uma etiqueta mais espontânea, não aquela estudada e afetada para disputar emprego em entrevistas... ou saber a posição dos talheres na mesa de banquete. Isso é muito reducionismo e falsidade.
    São as regras de educação, civilidade e bom gosto, aprendidas e introjetadas, que devem vir para fora, juntamente com nosso jeito de ser...
    Desde que Adão e Eva, conscientes de sua imperfeição, precisaram de roupas de pele para cobrir suas "vergonhas" (como ainda dizemos hoje em dia), a preocupação com a aparência começou na humanidade. E sabemos que aparência e essência nem sempre (ou quase nunca) representam a mesma coisa (alguns dos últimos textos do blog trataram do assunto).
    Por isso, para os gregos antigos, somente os deuses podiam ser representados nus, pois não tinham nada a esconder, a essência e a aparência se confundiam.
    Não precisamos andar nus por aí, mas que o nosso sorriso não necessite de uma ordem dos "maestros", isso eu concordo plenamente com você...


    Paz,

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