Era sábado à noite, hora de todo mundo estar em casa.
Ou pelo menos voltando prá lá.
Na roça é assim, todo mundo deita cedo.
Menos para uns “pinguços” que ficam no bar até mais tarde,
fumando, bebendo, falando bobagem, jogando bilhar,
só mais tarde é que voltam para a família que está com medo
de apanhar.
Sei que naquela noite estava frio.
No bar de beira de estrada o som das risadas, que eram na sua maioria em tom de deboche,
junto com o das bolas da sinuca batendo umas nas outras,
e mais o tinir dos copos,
todos esses sons se apoiavam na densa nuvem de fumaça dos cigarros,
que não tinha como escapar do pequeno salão todo fechado por causa da friagem.
Tinha ali uns 20 homens, já contando o dono do boteco.
Eram homens só para algumas coisas,
mas para enfrentar a vida sem o álcool não eram.
Não tinham coragem.
De repente entra uma menininha magrelinha,
de 8 anos, vestidinho pelo joelho, mangas curtas,
toda arrepiada, a coitadinha,
entra e fica olhando com decisão para tudo e principalmente para todos.
O silêncio que caiu ali naquele momento foi muitas vezes maior que o salão,
parece que chegou até às plantações mais próximas.
Quem o quebrou foi o dono do bar:
- O que você quer aqui a essa hora, menina?
Ela respondeu firmemente:
- Eu não ia conseguir dormir se não viesse aqui e não falasse para vocês que se vocês não largarem essa vida, não se voltarem para Deus e não aceitarem Jesus, todos vão para o inferno.
Quase todos que estavam ali deram a mais alta gargalhada que puderam.
Até a menininha sorriu. E parecia que não iam parar.
De repente uma voz vinda de perto do balcão ordenou silêncio.
Uma voz grossa, forte, alta e autoritária.
Todos os sons e até a fumaça sumiram.
Quem tinha falado era o pior homem daquele lugar.
O Fulgêncio.
De uma forma mais baixa, mas com a mesma firmeza ele ordenou que a menina fosse até lá. Ela foi.
Como ele era muito forte e ela levinha, foi fácil colocá-la sentada no balcão.
“Me explica isso”, ele pediu.
E ela, sentadinha ali, com o coração quase explodindo de alegria, explicou com mais detalhes o que já tinha dito.
E ele, em lágrimas, na frente de todos os outros que nem se mexiam, se converteu.
E a menina? Ela dormiu em paz naquela noite.
Ou pelo menos voltando prá lá.
Na roça é assim, todo mundo deita cedo.
Menos para uns “pinguços” que ficam no bar até mais tarde,
fumando, bebendo, falando bobagem, jogando bilhar,
só mais tarde é que voltam para a família que está com medo
de apanhar.
Sei que naquela noite estava frio.
No bar de beira de estrada o som das risadas, que eram na sua maioria em tom de deboche,
junto com o das bolas da sinuca batendo umas nas outras,
e mais o tinir dos copos,
todos esses sons se apoiavam na densa nuvem de fumaça dos cigarros,
que não tinha como escapar do pequeno salão todo fechado por causa da friagem.
Tinha ali uns 20 homens, já contando o dono do boteco.
Eram homens só para algumas coisas,
mas para enfrentar a vida sem o álcool não eram.
Não tinham coragem.
De repente entra uma menininha magrelinha,
de 8 anos, vestidinho pelo joelho, mangas curtas,
toda arrepiada, a coitadinha,
entra e fica olhando com decisão para tudo e principalmente para todos.
O silêncio que caiu ali naquele momento foi muitas vezes maior que o salão,
parece que chegou até às plantações mais próximas.
Quem o quebrou foi o dono do bar:
- O que você quer aqui a essa hora, menina?
Ela respondeu firmemente:
- Eu não ia conseguir dormir se não viesse aqui e não falasse para vocês que se vocês não largarem essa vida, não se voltarem para Deus e não aceitarem Jesus, todos vão para o inferno.
Quase todos que estavam ali deram a mais alta gargalhada que puderam.
Até a menininha sorriu. E parecia que não iam parar.
De repente uma voz vinda de perto do balcão ordenou silêncio.
Uma voz grossa, forte, alta e autoritária.
Todos os sons e até a fumaça sumiram.
Quem tinha falado era o pior homem daquele lugar.
O Fulgêncio.
De uma forma mais baixa, mas com a mesma firmeza ele ordenou que a menina fosse até lá. Ela foi.
Como ele era muito forte e ela levinha, foi fácil colocá-la sentada no balcão.
“Me explica isso”, ele pediu.
E ela, sentadinha ali, com o coração quase explodindo de alegria, explicou com mais detalhes o que já tinha dito.
E ele, em lágrimas, na frente de todos os outros que nem se mexiam, se converteu.
E a menina? Ela dormiu em paz naquela noite.
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