terça-feira, 31 de março de 2009

Por que temos que sofrer perdas?


Quem passasse em frente à capela do HC-UNICAMP, não poderia ver a luta que se travava ali dentro; só veria uma senhora ajoelhada diante do altar. O filho de 5 anos dessa mulher estava em estado terminal há muitos dias, sofrendo demais. Quando ela saiu dali e chegou no quarto onde o menino estava, o médico veio ao seu encontro e lhe notificou o falecimento do garoto.
O que aconteceu na capela foi que, finalmente, aquela sofrida mãe se rendera e entregara seu filho a Deus. Até ali ela orava fervorosamente para que ele não morresse. Quem me contou isso foi ela mesma, mais tarde.
Por que temos que sofrer perdas? Para crescermos. As perdas são as ferramentas mais poderosas para nos livrar do egoísmo e nos levar para o altruísmo. Não gostamos de perder tempo, coisas, sonhos, saúde, amigos, namoradas, filhos, pais, mães, maridos, esposas, avós, nada. Queremos manter tudo isso conosco para termos comodidades, esperanças, atenção, companhia, carinho, tudo para o nosso proveito próprio.
Toda perda é sofrida, e nós não queremos sofrer.
Mas, além de sofridas, as perdas são inevitáveis. E fundamentais. Na hora do sofrimento não conseguimos perceber isso, mas com o passar dos dias isso é possível.
Temos que entender e aceitar que o tempo não pára, que as coisas são somente coisas, que nosso corpo está sujeito a problemas, que nossos amigos não são nossa propriedade, que as namoradas podem querer ir embora, que nossos filhos possuem vida própria e precisam vivê-las, que nossos avós um dia se vão, assim como nossos pais.
Talvez a perda de um filho, ou filha, seja a coisa mais difícil de se sofrer. Seja para o mundo ou para a morte, a perda de um filho dói demais.
Deus Pai sofreu essa terrível dor. E também Maria, a mãe de Jesus.
Toda perda é importante, mas essa foi excepcionalmente fundamental pois nos deu a possibilidade de termos a vida eterna.
“Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16)

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