segunda-feira, 16 de novembro de 2009
IMAGEM E AÇÃO
A Denise realiza um trabalho muito bom com os pré-adolescentes da nossa Igreja. Eu a ajudo. Não é raro nós comentarmos como um ou outro desses jovens são parecidos com os pais. Um gesto, uma maneira de falar, um trejeito, ou a forma de andar, sorrir, olhar, às vezes temos a impressão que é o pai ou a mãe em miniatura!
E os defeitos também. Certa vez um garoto falou um palavrão no meio da aula que eu dava na Escola Bíblica. Na hora eu perguntei quem é que o ensinou a falar daquele jeito, ao que ele respondeu: “Foi minha mãe”. Terminada a aula, fui com o garoto conversar com a mãe dele, e ela admitiu que tinha esse hábito. Ela pediu desculpas.
Quando um desses alunos mostra um comportamento desajustado, está, via de regra, refletindo um desajuste familiar, um problema dentro da própria família.
Nós somos criados à imagem e semelhança de Deus.
“Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra.” (Gênesis 1:26)
Feitos à imagem e semelhança de Deus significa que, como Ele, temos intelectualidade, emoção e vontade, o que nos torna responsáveis, ou seja, vamos responder por nossos atos.
Mas note que após o pecado, Adão gerou seus filhos à sua própria imagem e semelhança:
“Este é o livro da genealogia de Adão. No dia em que Deus criou o homem, à semelhança de Deus o fez; homem e mulher os criou, e os abençoou, e lhes chamou pelo nome de Adão, no dia em que foram criados. Viveu Adão cento e trinta anos, e gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua imagem, e lhe chamou Sete.” (Gênesis 5:1-3)
Além de termos a imagem e semelhança de Deus, temos também a imagem e semelhança do pecado de Adão. Necessário se faz nos purificar disso.
“E, assim como trouxemos a imagem do que é terreno, devemos trazer também a imagem do celestial.” (1 Coríntios 15:49)
O ourives, ao fundir o ouro para purificá-lo, sabe que o mesmo já está livre das impurezas quando consegue ver sua própria imagem naquele metal nobre.
É assim que Deus age nas nossas vidas. O fogo das aflições nos purifica até um dia refletirmos a imagem do nosso Criador.
PARA REFLETIR:
“E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito.” (2 Coríntios 3:18)
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Eu também sou bem parecida com meus pais(Chido/Dê) nas coisas boas e também nos defeitos, mas tenho buscado cada vez mais ser a imagem e semelhança de Deus-Pai.Ciça.
ResponderExcluirCaríssimo,
ResponderExcluirEu considero bastante delicado o tema de sua meditação de hoje.
Esperando não cair em heresia, nem causar polêmica, eu respeitosamente acredito que devemos ampliar bastante o nosso conceito de "imagem" referida no texto do Genesis. O termo imagem (lat. imago) significa basicamente representação. Podemos reduzir o conceito a simplesmente representação visual, material, o que eu acho errado, pois Deus não deve ter as características antropomórficas que nós acabamos querendo dar a Ele.
Eu acredito que o que nos faz essencialmente iguais a Deus é a liberdade, pressuposto fundamental para o Amor.
Desse modo devemos começar a respeitar a subjetividade e a liberdade das pessoas desde a sua infância. Claro que devemos educá-las e orientá-las, mas respeitando-as como pessoas e não exclusivamente como "nossos" filhos (posse ou rejeição, sentimentos que devemos ter com objetos e não com pessoas).
Desse modo, devemos superar a tentação de fazê-los iguais a nós, pais. Se nossos filhos forem exatamente aquilo que desejamos para eles, alguma coisa deve estar errada: eles devem ir crescendo e ser "aquilo que eles quiserem ser".
"Educar" tem exatamente esse sentido de colocar para fora aquilo que temos dentro (ao contrário de "informar" que tem sentido de colocar para dentro).
Começa que nós os definimos com referência a outra fase da vida... afinal eles são CRIANÇAS e o termo pré-adolescente tira deles o que a infância tem de melhor. Adolescente é aquele que está se tornando adulto e crianças são crianças. O termo pré-adolescente subentende uma expectativa, já nos pequeninos, daquilo que queremos que eles sejam como adultos. Tudo bem, mas isso tolhe muito a liberdade e criatividade deles... não sei se temos esse direito.
Se eles quiserem ser como nós, melhor...
É o maior desafio de pais e educadores.
Muita Paz,