segunda-feira, 30 de novembro de 2009

NÃO HÁ VITÓRIA SEM SACRIFÍCIO



Ela tem apenas 1 ano e 2 meses e nunca teve saúde. Incontáveis problemas, que agora foram agravados por um aneurisma no cérebro, o qual não pode ser operado por estar localizado em um lugar inalcançável. Se esse aneurisma estourar ela morre. O prognóstico dos médicos é que se não morrer essa criança vai ter no máximo uma vida vegetativa.
Ela se chama Vitória.
A mãe, conversando e desabafando conosco ali no escritório da Capelania do HC-UNICAMP, disse não aguentar mais tanto sofrimento da menina e dela mesma. Eu imagino, muito embora eu saiba pela minhas experiências ali no hospital, que as mães, de uma forma geral, quando tudo indica que elas chegaram ao limite final de suas forças físicas, emocionais e espirituais, elas conseguem se fortalecer tirando energia não se sabe de onde. Às vezes em Deus, outras sabe-se lá de onde!
“Por que?” é a pergunta que essa mãe desesperada repetia. Em um desses momentos eu pude lhe falar de um pensamento de alguém que não lembro quem, o qual afirma que sempre que Deus permite um grande sofrimento a uma pessoa, Ele a está elogiando, declarando indiretamente que essa pessoa é muito forte, pois “Deus é fiel e não permitirá que as pessoas sejam tentados além das suas forças” (1 Cor 10:13)
Não tenho dúvidas ao afirmar que um dos motivos pelos quais Deus não permite que a Vitória descanse é para preparar a mãe para a decisão que será talvez a mais dolorida de toda a sua vida, ou seja, entregar a vida da filha para Deus. Conversei com ela sobre isso.
Essa mãe reconhece que o melhor para a Vitória é ir para junto de Deus, mas ela ainda a quer para si mesma. Ela confessa que já fez uma “entrega”, mas foi só “da boca para fora”. Tem medo de falar isso de novo e não ser sincera. Eu lhe afirmei que não precisa nem dizer isso para Deus, pois Ele sabe de tudo o que se passa em nossos corações.
E isso é só entre ela, a mãe, e Deus. O máximo que podemos fazer é orar e ficar junto dela.
Por fim eu pude falar para a mãe da Vitória que conhecê-la foi uma da experiências mais preciosas que passei. “Eu!? Mas por que?” foi a sua reação. Emocionado, respondi: “É muito amor”.
PARA REFLETIR:
“Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações,” (Tiago 1:2)

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