terça-feira, 3 de novembro de 2009

OS DOIS HINOS


Na quinta-feira passada, no texto “DEPRESSÃO, INDIVIDUALIDADE E HISTORICIDADE” eu escrevi uma frase que, contrariando minhas expectativas, ninguém perguntou a razão da mesma e nem comentou. É a frase na qual levanto a possibilidade de as pessoas irem aos estádios de futebol para terem o sentimento de pertencer a algo que tenha uma história, um objetivo e um futuro.
Sábado passado fui de novo ao Estádio do GUARANI. Havia lá, segundo o noticiário, mais de 10 mil torcedores.
Deixe-me fazer um adendo: nesse domingo, na aula que dei para uma classe de adultos da Escola Bíblica Dominical, eu citei a segunda multiplicação dos pães que Jesus fez, da qual participaram 10 mil homens, fora mulheres e crianças. Para ilustrar, falei do mesmo número de torcedores que estavam no estádio. Nisso o Henrique, um de meus melhores alunos comentou: “Note como mudaram os tempos: naquela época 10 mil iam para ouvir Jesus falar, e hoje, vão para ver ... o Guarani jogar”.
Mas voltemos a refletir sobre a importância de as pessoas estarem inseridas em um contexto histórico que abranja passado, presente e futuro.
No jogo em que o Guarani subiu da terceira para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro, eu estava lá. No final da partida, em meio às comemorações, um senhor já conhecido nosso de outras jornadas, apertou a minha mão e disse: “Estamos vivendo um momento histórico”.
Nesse campeonato, antes de o jogo começar, toca-se o Hino Nacional. Apesar de todos ficarem em pé, há um desrespeito muito grande nas arquibancadas. O povo fica conversando, gritando, andando de um lado para o outro, numa indiferença muito triste. Mas quando toca o hino do Guarani, a emoção é geral, e todos cantam de uma forma vibrante!
Não temos o sentimento de pertencermos ao nosso Brasil. Será que é isso? Mas pertencemos e deveríamos nos orgulhar disso.
E além desse privilégio, temos outro, o de termos dupla cidadania:
“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;” (1 Pedro 2:9)
Toda a história, a responsabilidade do presente e as promessas de Deus, também nos pertencem.
Na Eternidade, cantaremos com o maior respeito e gloriosamente, um novo hino:
“Veio, pois, e tomou o livro da mão direita daquele que estava sentado no trono; e, quando tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos, e entoavam novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra. Vi e ouvi uma voz de muitos anjos ao redor do trono, dos seres viventes e dos anciãos, cujo número era de milhões de milhões e milhares de milhares,” (Apocalipse 5:7-11)
PARA REFLETIR:
“Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia.” (João 15:19)

Um comentário:

  1. É isso aí, Xyko.
    Quanto mais me isolo, mais consciência de minha morte eu vou tendo, mais medo e tristeza. Basta lembrar que no passado só o rei tinha direito a ter individualidade, tinha autonomia, um ego enorme, mas era triste, precisava de um bobo para alegrá-lo o dia todo e fazia grandes festas para se distrair...
    Em compensação os súditos eram pobres mas não sofriam de depressão, eram corajosos e estavam dispostos a morrer pelo rei na guerra. Basta lembrar daquelas batalhas antigas onde multidões se enfrentavam cara-a-cara sem o menor receio... inpensável nos dias de hoje onde todos temos egos enormes e muito medo junto...
    Por isso ir ao campo de futebol e gritar gol junto com milhares de outros torcedores é tão gratificante e até meio viciante. Torcer no futebol cria sentimento de pertencimento ao grupo, diminui o ego e o medo da morte... por isso a torcida enfurecida é tão perigosa.
    Cantar o hino de alguma instituição que acreditamos desperta esse sentimento marcial de coragem e heroísmo.
    Tomara que cada vez mais valorizemos nossa Pátria e que o Guarani suba logo para a 1a divisão (senão vai ser uma charadeira)...

    Paz,

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