sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

NO ANO QUE VEM QUERO SER OBRA DE ARTE

Texto do Pastor Wilson Ávilla (I.B.N.J. Em Santos)
Que mundo teríamos sem a cultura do belo? Bem mais triste, por certo.
Arrisco dizer que a estética foi a sombra do paraíso que Deus projetou sobre o homem para aliviar o abrasar da existência arruinada pelo pecado.
Deus é o artista maior, o doador da beleza, e a arte é o aspecto misericordioso da graça comum. Imitar sua veia artística, portanto, com modesta despretensão, é adorá-Lo, no melhor ideal da beleza da santidade.
Por isso, no ano que vem quero ser artista.
Quero ser pintor, para colorir o mundo, meu e dos outros, muito além de paredes e objetos, com expressões múltiplas de luz e vida.
Mas também quero ser escultor, para extrair da pedra bruta da existência as melhores formas de relacionamentos, onde o amor seja o cinzel nas mãos do hábil Criador.
Quero ainda ser poeta, escritor, operário da palavra, descobrindo sentidos, emprestando da vida a semântica do bem e da virtude.
Mas não posso esquecer de ser músico, em obstinada busca dos sentimentos e significados que as palavras não podem exprimir.
Quero por fim ser ator, para em performances verdadeiras e intensas experenciar todas as nuanças das emoções, decifrando os enigmas da fragmentada realidade, das falas desencontradas e dos conflitos.
Confesso, quero abraçar o mundo, mas com os braços de Deus, que se alongam ao infinito nas preces e devoção dos justos.
Ainda que eu me frustre, se os sonhos eu não encontrar, se à beleza não chegar, serei confortado pela Palavra de Deus que me lembra que eu próprio sou obra de arte do grande Deus. Paulo declara esta verdade em Efésio 2:10 - “Pois somos feitura (obra de arte) dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.”
No ano que vem (ainda bem!), Ele continuará fazendo, desfazendo, refazendo, moldando, desenhando pintando, escrevendo poemas e os mais belos textos, libertando formas perfeitas de pedras informes, criando sinfonias e harmonias, idealizando os mais densos enredos em pessoas como eu e você, que beleza nenhuma teriam, se não fossem as mãos do Mestre.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

POR QUE O CACHORRO ENTRA NA IGREJA?

Quando eu era criança já conhecia e contava essa piada. A resposta todo mundo sabe: o cachorro entra na Igreja porque encontra a porta aberta.
E as pessoas, por que entram na Igreja? Será que é porque encontram a porta aberta? Mas será que a porta está realmente aberta? Não no sentido literal, mas nos aspectos social e espiritual.
Certa feita um pastor muito amigo meu perguntou se eu tinha alguma sugestão sobre o que fazer para aumentar o número de participantes da Igreja que ele pastoreia. Várias idéias nos vieram à mente, desde fazer cultos onde se oraria pelos problemas das pessoas, até transformar o culto em um verdadeiro show. Mas isso tudo só faria a Igreja inchar, e todos nós sabemos que inchaço não é crescimento.
Hoje, porém, eu acredito que só há duas coisas que podem lotar nossas Igrejas de uma forma saudável: a mensagem da cruz e a fé de seus membros.
Observe esses versículos:
“Dias depois, entrou Jesus de novo em Cafarnaum, e logo correu que ele estava em casa. Muitos afluíram para ali, tantos que nem mesmo junto à porta eles achavam lugar; e anunciava-lhes a palavra.” (Marcos 2:1-2)
Reparou que a casa estava lotada? E o que o Senhor Jesus pregava? A Palavra, cujo cerne é a cruz.
Mais um texto bíblico para vermos:
“E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo.” (João 12:32)
Ser “levantado da terra” refere-se a ser crucificado.
Tento, em todas as mensagens que escrevo e prego citar que Jesus morreu na cruz para pagar pelos nossos pecados. Muito embora eu procure levar uma vida exemplar e preparar minhas mensagens da melhor forma possível, estou ciente de que o que vai atrair as pessoas é o infinito amor de Deus por nós revelado naquela cruz.
Levar as pessoas à Igreja através da fé de seus membros é o assunto de outro texto.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

COM UMA MELANCIA PENDURADA AO PESCOÇO

Ao trabalharmos com grupos de adolescentes, logo percebemos que uma das características mais marcantes dessa idade é querer aparecer. Dessa idade? Acho que não, ou então eu ainda tenho muito de adolescente em mim. Você também??
Quando estou em grupo tenho que ter uma boa piada, uma boa frase de efeito, uma boa idéia e outras coisas que façam a minha presença marcante. Novidades quem tem que contar sou eu, talvez até mesmo as más notícias!
Como se diz por aí, seria melhor pendurar uma melancia no pescoço. O que importa é EU aparecer.
Ninguém nasce orgulhoso ou humilde, e muito menos o meio o faz isso ou aquilo. Ser orgulhoso é uma opção, assim como ser humilde. É isso mesmo, ser humilde é uma opção, nós escolhemos não ser orgulhosos.
Eis um caminho:
“Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte,” (1 Pedro 5:6)
Numa determinada noite, aquela Igreja estava lotada, umas 600 pessoas estavam ali. Eu estava sozinho no palco, todos olhavam para mim, e antes de começar a falar fiz uma pausa. Tudo ficou em um grande silêncio. Depois falei: “A vida nos coloca em algumas circunstâncias admiráveis. Minha obrigação aqui é captar a atenção de todos vocês e em seguida tirar seus olhos de mim e fazer com que vocês os fitem firmemente em Jesus ...”.
Meu maior projeto para o próximo ano é fazer com que Cristo seja mais conhecido através da minha vida.
Note o que João Batista disse com respeito a ele mesmo e a Jesus Cristo:
“Convém que ele cresça e que eu diminua.” (João 3:30)

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O QUE DEUS QUIS DIZER COM A AURORA

As duas trabalham como faxineiras em uma firma e em um determinado dia de forte calor foram embora disputando quem, no dia seguinte, lavaria o pátio (sob o sol torturante) e quem lavaria o salão (com sombra e uma brisa gostosa). No outro dia o tempo amanheceu nublado e com uma temperatura agradabilíssima.
Uma dessas mulheres depois comentou comigo que Deus fala através da Bíblia conosco e sempre teimamos em não escutar, contou a disputa pelo serviço e citou esse versículo:
“Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal.” (Mateus 6:34)
O contexto desse versículo trata do cuidado de Deus conosco no que tange à alimentação e ao vestuário, mas penso que também podemos aplicar a situações em que Ele nos proporciona as condições para realizarmos nossos trabalhos.
E outra coisa, vamos recordar esse dito popular: “Nada como um dia após o outro”.
“Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã.” (Salmos 30:5b)
Gosto de pensar que todo dia, em alguma “dobra” daquelas 24 horas que nascem, há escondido, um ato de misericórdia reservado para cada um de nós.
“As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade.” (Lamentações 3:22-23)
Quando o Sol se levanta, esperanças são renovadas. Um dia após o outro. E depois outro, e mais outro, e assim por diante.
Acredito que Deus tinha isso em mente quando criou a aurora.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

CRISÓSTOMO

Observe esse trecho da Bíblia:
“Aproximou-se dele um leproso rogando-lhe, de joelhos: Se quiseres, podes purificar-me. Jesus, profundamente compadecido, estendeu a mão, tocou-o e disse-lhe: Quero, fica limpo! No mesmo instante, lhe desapareceu a lepra, e ficou limpo. Fazendo-lhe, então, veemente advertência, logo o despediu e lhe disse: Olha, não digas nada a ninguém; mas vai, mostra-te ao sacerdote e oferece pela tua purificação o que Moisés determinou, para servir de testemunho ao povo. Mas, tendo ele saído, entrou a propalar muitas coisas e a divulgar a notícia, a ponto de não mais poder Jesus entrar publicamente em qualquer cidade, mas permanecia fora, em lugares ermos; e de toda parte vinham ter com ele.” (Marcos 1:40-45)
Pelo que parece, a lepra citada aqui não era a só a atual hanseníase, mas englobava um leque de doenças dermatológicas. A pessoa acometida por esse mal tinha que viver isolada, longe do convívio social.
Jesus tinha acabado de curar um homem da sua lepra. Aquele que fora leproso tinha ordens específicas para NÃO testemunhar, e testemunhava. Nós, hoje, temos ordens específicas para testemunhar e NÃO o fazemos!
O encontro daquele homem com Jesus Cristo impactou profundamente a sua (do que foi curado) vida, em todos os sentidos (físico, emocional, social e espiritual).
Ele foi curado no seu corpo físico. Vale lembrar aqui o que sempre afirmo, ou seja, Deus nem sempre quer curar a doença, mas sempre quer curar a pessoa.
Impactou-o também na área emocional no momento em que foi TOCADO por Jesus. Já devia fazer muito tempo que aquele homem não tinha esse tipo de contato e consideração.
No que se refere ao aspecto social, ele pode voltar a conviver com as pessoas, inclusive aquelas que amava.
E no sentido espiritual, basta dizer que ele teve um encontro com o próprio Senhor.
Será que não testemunhamos pela razão de que nossos encontros com Jesus não causam nenhum impacto em nós? Se a resposta for sim, por que isso acontece?

domingo, 26 de dezembro de 2010

PENSE NISSO 121


Minha menor dor sempre é muito maior do que qualquer outra, mesmo que essa outra seja incomparavelmente bem maior mas sentida por outra pessoa.

sábado, 25 de dezembro de 2010

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

UMA VISITA QUE NÃO ACONTECEU E OUTRA QUE ACONTECEU

Aquele homem, o Jorge, sofria de câncer mas, por mais incrível que pareça, não era isso que mais o afligia. Ele estava internado há muito tempo e uma amizade sólida se formara entre nós. Eu acredito que, na maior parte das vezes, para darmos um testemunho individualmente, é necessário que exista uma amizade entre o cristão e aquele que vai ser evangelizado. Fazer amizade nos dá o direito de sermos ouvidos. A minha amizade com o Jorge abriu as portas para eu falar-lhe de Jesus e assim ele foi convertido.
Doente terminal, o Jorge só queria uma coisa: rever e abraçar o filho que era viciado em drogas e morava lá no Rio de Janeiro. Numa sexta-feira entramos em contato com o rapaz, conseguimos dele a promessa de que viria visitar o pai no domingo, falamos para o Jorge se preparar (ele garantiu que estava preparado), e só voltamos ali no hospital na segunda-feira. O rapaz não veio e nem deu satisfação.
Depois de chorar muito, o Jorge virou para mim (que estava quieto e calado ao seu lado) e disse: “OK, Chico. Estou pronto para morrer. Já me acertei e me despedi de todos aqui na Terra, menos desse meu filho, porque ele não quis. Já me acertei com Deus pois vi a salvação em Jesus, que na cruz pagou todos os meus pecados. Já posso ir para o céu em paz”.
Ele estava pronto. Com um leve toque de tristeza por causa do filho, mas feliz e em paz, o Jorge morreu no dia seguinte, terça-feira.
Tudo isso me voltou à mente devido ao fato de estar estudando o relato do encontro de Simeão com o menino Jesus, quando este foi apresentado no Templo.
“Havia em Jerusalém um homem chamado Simeão; homem este justo e piedoso que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele. Revelara-lhe o Espírito Santo que não passaria pela morte antes de ver o Cristo do Senhor. Movido pelo Espírito, foi ao templo; e, quando os pais trouxeram o menino Jesus para fazerem com ele o que a Lei ordenava, Simeão o tomou nos braços e louvou a Deus, dizendo: Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra; porque os meus olhos já viram a tua salvação,” (Lucas 2:25-30)
Por ele orar dizendo que já podia morrer pois tinha visto o Messias prometido, eu imaginava que era velho, mas diz a tradição judaica que ele era moço ainda. Um moço que estava pronto e em paz para se encontrar com Deus. Ele aguardava a visita do Cristo e Ele, o Deus Filho, veio.
Veio para nos trazer a Salvação. Você está pronto?
PARA REFLETIR:
“Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo. Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.” (Apocalipse 3:20-22)

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

AMIGO DO REI

“A melhor parte da vida de uma pessoa está nas suas amizades”. (Abraham Lincoln)
É o meu sentimento. Fico constrangido quando considero que Jesus Cristo se posiciona como meu amigo.
“Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer.” (João 15:15)
Como Ele pode ser meu amigo se Ele é meu Deus, meu Senhor e Rei?!
Ter amigos realmente foi a experiência mais fantástica que vivi (e vivo), mas esses meus amigos são meus iguais. Jesus não é igual a mim, como vai ser meu amigo?
Mas é!
Manuel Bandeira teria que se mudar para Pasárgada para ser amigo do rei e usufruir de todos os benefícios dessa posição. Mas a tumba de Ciro está lá, e eu, pasme, sou amigo do Rei dos reis, cujo túmulo está comprovadamente vazio.
Se me disser com quem você tem andado por aí, ou seja, quem são seus amigos, eu vou poder avaliar e dizer quem você é.
PARA REFLETIR:
“Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça; e: Foi chamado amigo de Deus.” (Tiago 2:23)

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

INCOMODANDO

A Célia, a secretária do Serviço de Capelania do HC-UNICAMP, mandou um bilhete para a Denise, minha mulher, no qual estava escrita uma frase recebido pela INTERNET, frase essa que gostei bastante:
“Seja o tipo de mulher que, quando seus pés tocam o chão a cada manhã, o Diabo fala 'Oh droga, ela acordou!'”.
Logicamente isso também serve para os homens.
Todas as pessoas que são cristãos consagrados, incomodam os inimigos de Deus, tanto nos céus como na Terra:
“Todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos.” (2 Timóteo 3:12)
Piedade, nesse versículo, não quer dizer “dó”, mas sim, devoção ou consagração. Viver piedosamente é ser devotado e consagrado. E o que se recebe em troca? Perseguição! E os inimigos vão aonde estivermos. Veja esse versículo:
“Mas, logo que os judeus de Tessalônica souberam que a palavra de Deus era anunciada por Paulo também em Beréia, foram lá excitar e perturbar o povo.” (Atos 17:13)
Mas, como sempre, existe o outro lado da moeda:
“Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós.” (Mateus 5:11-12)
E você, tem incomodado ou tem vivido uma vida cômoda?

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

FELIZ NATAL, LIXEIROS!

Quando eu era jovem, na época do Natal, costumava me juntar a um grupo de moças e rapazes cristãos para ensaiar algumas músicas natalinas. Cada um participava da ceia de Natal do dia 24 de dezembro com seus familiares, e depois saíamos para cantar nas casas de amigos e parentes. Como “cachê”, eles nos ofereciam algo para comer e beber. Sentíamos grande prazer em fazer isso, não só pela companhia da turma, mas também pelo carinho com que éramos recebidos por todos. Além disso, sempre havia a possibilidade de conhecer alguém interessante. Mas nossa maior motivação era realmente o clima natalino.
Numa dessas ocasiões, estávamos indo de carro de uma casa para outra, quando cruzamos com o caminhão de coleta de lixo. Assim que avistamos os lixeiros trabalhando, na noite de Natal, nós ingenuamente acenamos para eles e dissemos bem alto: “Feliz Natal a todos!”. Mas eles entenderam aquilo como uma provocação e começaram a nos ofender. Não os culpo por isso, pois a impressão que demos é que realmente estávamos nos divertindo às custas deles. Quando percebemos o mal-entendido, nos calamos imediatamente. Naqueles momentos de silêncio, fiquei meditando... Percebi então que muitas pessoas, por mais que queiram, não podem desfrutar de um “Feliz Natal”. Era o caso dos lixeiros: suas obrigações de trabalho os impediam de passar a noite de Natal ao lado de seus familiares e amigos.
Há situações em que as pessoas são obrigadas a passar as festas de Natal e Ano-Novo em um leito de hospital, ou em um asilo, ou até mesmo na prisão, e muitas vezes nem percebem a chegada do Natal. Em meu trabalho no Hospital das Clínicas da UNICAMP, sempre que se aproxima a época do Natal acontece a mesma coisa: diversas (digo “diversas” porque são realmente muitas) pessoas se caracterizam de Papai (ou Mamãe) Noel e vão andando pelos corredores distribuindo presentes às crianças internadas. Atitudes assim são muito importantes! Antes isso do que nada, já que a maioria das pessoas não faz esse tipo de coisa nem nessa época do ano! Mas, minha pergunta é: por que só no Natal? Obviamente não estou sugerindo que as pessoas vistam uma roupa vermelha, coloquem travesseiros na barriga, barba postiça, chapéu vermelho, botas pretas e saiam andando pelos corredores do hospital em pleno mês de junho.
O que gostaria de propor é uma atitude de amor bem mais abrangente. Não tenho certeza, mas acho que foi Millôr Fernandes quem fez o seguinte comentário: “Visitar uma favela uma vez por semana é chique, morar nela não”. O verdadeiro amor requer mais do que investimento de tempo, energia e dinheiro. Precisamos nos envolver com as pessoas e assumir um compromisso com elas. Foi essa a atitude de Cristo para conosco. Você é capaz de imaginar um amor maior do que este? Um envolvimento e comprometimento maior do que o próprio Deus ter se tornado homem para morrer por nós na cruz e levar nossos pecados?
Natal é isso: Deus se fazendo homem para pagar os nossos pecados.
No próximo Natal e ano novo, em vez de dar presentes às pessoas, dê um pouco de si mesmo a elas.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

BOM SENSO

Estou devidamente recenseado. O rapaz veio em casa e fez um monte de perguntas, cujas respostas foram devidamente anotadas em um computador de mão.
Mas, talvez por pressa, aquele recenseador se esqueceu de perguntar coisas que, acredito eu, seriam mais importantes.
Por exemplo, ele não perguntou meu prato de comida predileto (se lanche, esfirra, se refeição, arroz, feijão e batatinha frita). Se tivesse perguntado mostraria um mínimo de interesse pela minha pessoa.
Outro exemplo do que ele não perguntou: se eu sou feliz. Enquanto comia com meus grandes amigos Venâncio e Luiz Fernando uma torta de palmito deliciosa, tentamos definir o que é ser feliz. Deu o que pensar e falar. Vou pensar em escrever algo sobre esse tema. Mas se aquele recenseador tivesse me perguntado isso, poderíamos tomar um café e batermos um bom papo.
Também não perguntou se amo ou se sou amado! Essa é uma informação fundamental sobre todos os seres humanos. Todo governo deveria se preocupar primordialmente com isso, para ajudar todo mundo. Principalmente nesse mundo em que as pessoas não sabem o que é o amor e consequentemente o que é amar.
Outras perguntas que aquele bem intencionado moço da estatística não fez: se eu desisto com facilidade das coisas ou se sou perseverante, se tenho algum medo, algum sonho, alguma vontade, se ainda torço para o GUARANI (sim, claro!), se prefiro o frio ou o calor, se ronco ao dormir, se gosto de ler (sim, e muito!) e qual meu autor predileto (Machado de Assis e Vitor Hugo).
E a pergunta mais importante de todas ele nem chegou perto de pronunciar:
“COMO ESTÁ O SEU RELACIONAMENTO COM DEUS?”.

domingo, 19 de dezembro de 2010

UM TEXTO DA MADRE TEREZA DE CALCUTÁ

Muitas vezes as pessoas são egocêntricas, ilógicas e insensatas.


Perdoe-as assim mesmo.

Se você é gentil, as pessoas podem acusá-lo de egoísta, interesseiro.

Seja gentil, assim mesmo.

Se você é um vencedor, terá alguns falsos amigos e alguns inimigos verdadeiros.

Vença assim mesmo.

Se você é honesto e franco as pessoas podem enganá-lo.

Seja honesto assim mesmo.

O que você levou anos para construir, alguém pode destruir de uma hora para outra.

Construa assim mesmo.

Se você tem Paz, é Feliz, as pessoas podem sentir inveja.

Seja Feliz assim mesmo.

Dê ao mundo o melhor de você, mas isso pode nunca ser o bastante.

Dê o melhor de você assim mesmo.

Veja você que no final das contas, é entre você e Deus.

Nunca foi entre você e as outras pessoas.

sábado, 18 de dezembro de 2010

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

NARIZ CHEIO DE MELECA

Nós fazíamos um trabalho evangelístico e social em uma favela aqui de Campinas. Naquela ocasião uma senhora da nossa Igreja comentou que não entendia como “tínhamos coragem” de ir lá, pois para ela era insuportável ficar junto daquelas crianças cheias de meleca no nariz. Realmente lá havia dessas crianças; no dia anterior a essa senhora ter-me dito isso, eu ganhara um beijo de um daqueles meninos e também fiquei com o rosto sujo.
Não me importo com essas coisas. Me sinto muito bem, até gosto, quando estou na companhia de gente simples.
Não me lembro o nome de uma antropóloga da USP (me acode Venâncio, qual o nome dela?) que escreveu essa frase genial: “Ser humano é ser o mano”.
Jesus Cristo nasceu em um lar sem recursos. Compare esse versículos:
“Passados os dias da purificação deles (José e Maria) segundo a Lei de Moisés, levaram-no (a Jesus) a Jerusalém para o apresentarem ao Senhor, conforme o que está escrito na Lei do Senhor: Todo primogênito ao Senhor será consagrado; e para oferecer um sacrifício, segundo o que está escrito na referida Lei: Um par de rolas ou dois pombinhos.” (Lucas 2:22-24)
“Mas, se as suas posses não lhe permitirem trazer um cordeiro, tomará, então, duas rolas ou dois pombinhos, um para o holocausto e o outro para a oferta pelo pecado; assim, o sacerdote fará expiação pela mulher, e será limpa.” (Levítico 12:8)
Aí eu comecei a questionar a razão pela qual Deus optou por nascer em um lar humilde. Não acreditava que era só para nos dar uma lição de humildade. Conversando com a Denise sobre isso, ela disse acreditar que Deus não escolheu José e Maria para serem os pais de Jesus por serem pobres, mas devido ao fato de eles terem um coração que agradava a Deus.
E isso é verdade. A espiritualidade não se mede pelo que se tem ou não tem no bolso, mas sim pelo que se tem, ou não, no coração. Não é por ser pobre ou rico que uma pessoa é mais ou menos espiritual.
Mas todos, com ou sem recursos, espirituais ou não, são amados por Deus. E nós também devemos amá-los, mesmo que eles tenham ou não tenham meleca escorrendo do nariz.
PARA REFLETIR:
“Naquela hora, exultou Jesus no Espírito Santo e exclamou: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado.” (Lucas 10:21)

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

É O FIM DO MUNDO

Outro dia, aqui em Campinas, tivemos um fortíssimo temporal. Trabalhando dentro do hospital dava para perceber que a coisa era feia, mas avaliar a extensão dos estragos só foi possível ao sair e ver árvores grandes caídas, ruas alagadas e, posteriormente ver os noticiários. Uma loja de automóveis destelhada, carros virados, tudo devido a ventos que atingiram quase 110 quilômetros por hora e uma chuva das mais pesadas.
Ao tomar conhecimento de tudo isso, comentei com a De que ultimamente os temporais estão bem mais fortes e o clima está muito diferente, estamos destruindo a Terra! Aí acrescentei: “E nós não temos outro planeta para irmos”.
A resposta da Denise me pegou de surpresa. Não devia, mas me surpreendeu. Ela disse: “Eu tenho para onde ir”.
Tudo o que escrevi acima é verdade: o mundo está se destruindo e podemos ir morar no céu.
Enquanto “a água sobe” podemos escolher entre o desespero ou a esperança.
Reflita nesses versículos:
“Quem ama a sua vida perde-a; mas aquele que odeia a sua vida neste mundo preservá-la-á para a vida eterna.” (João 12:25)
“Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar.” (João 14:2)
“Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia.” (João 15:19)
Agora, pensa comigo. Tenho me esforçado para, ao partir para a Eternidade, deixar um bom legado. Por exemplo, os textos que escrevi. Por melhores (ou piores) que sejam, não vou levá-los. Então concluo que tudo o que eu fizer (ou deixar de fazer) tem que ter peso na Eternidade. Por exemplo, meus textos teem que acrescentar valores espirituais aos leitores: ensinamentos, exortações, ânimo e material que os levem a ter um relacionamento mais íntimo com Deus, aqui na Terra (que está próxima do fim) e no céu (para sempre).

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

A PAUSA

Não entendo nada de música, mas alguém que entende me contou que a pausa em uma melodia, é fundamental para a harmonia da mesma. Ora, a harmonia é que faz algo ser belo, então posso concluir que a pausa é um dos principais ingredientes para se compor uma bela música.
Podemos transpor esse fato para a nossa própria vida. Para termos uma vida cheia de harmonia e portanto, bonita, devemos fazer umas pausas no meio dos muitos afazeres que temos. Essas pausas são para nos dedicarmos a cultivar nosso relacionamento íntimo com Deus.
Observe esse trecho:
“À tarde, ao cair do sol, trouxeram a Jesus todos os enfermos e endemoninhados. Toda a cidade estava reunida à porta. E ele curou muitos doentes de toda sorte de enfermidades; também expeliu muitos demônios, não lhes permitindo que falassem, porque sabiam quem ele era. Tendo-se levantado alta madrugada, saiu, foi para um lugar deserto e ali orava. Procuravam-no diligentemente Simão e os que com ele estavam. Tendo-o encontrado, lhe disseram: Todos te buscam. Jesus, porém, lhes disse: Vamos a outros lugares, às povoações vizinhas, a fim de que eu pregue também ali, pois para isso é que eu vim. Então, foi por toda a Galiléia, pregando nas sinagogas deles e expelindo os demônios.” (Marcos 1:32-39)
O próprio Senhor Jesus fazia essas pausas!
Podemos não perceber mas, uma vida cheia de correria sem pausa gera stress, doenças, irritabilidade, mau humor e muitos outros males. Um comentário só de passagem: você já notou que o mau humor é mais contagiante do que o bom humor?
O grande risco que corremos é achar que na pausa não há vida, da mesma forma que podemos achar que na pausa não há música. A verdade é que a pausa faz parte da melodia tanto quanto nossas paradas para oração fazem parte da nossa vida.
Uma última observação: se não paramos, Deus nos pára.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

NATAL EM FAMÍLIA

“Pessoas precisam de Deus, pessoas precisam de pessoas” (Ed René Kivitz)
A época do ano que eu mais gosto é a Páscoa, mas eu gosto muito, mas muito mesmo, do Natal. Claro que não é só pelos presentes e pelas comidas gostosas. É primeiramente pelo aspecto espiritual de lembrar e celebrar o nascimento de Cristo, e também pela chance de nos reunirmos em família. Gosto disso.
Essa é uma excelente oportunidade para ver quem amo.
Ou amar quem eu não gosto de ver.
E conhecer mais alguém para amar.
Rever e saber do passado.
Dividir esperanças para o futuro.
Ser e dar presente.
Ganhar um presente de alguém que pensou na gente.
Há quem reclame, mas talvez seja porque nunca teve que passar um Natal trabalhando, ou internado em um hospital, ou sozinho.
PARA MEDITAR:
“Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!” (Salmos 133:1)
“Enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé.” (Gálatas 6:10)

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

FOI ASSIM

A coisa que mais me impactou na minha conversão foi ver as profecias referentes ao Messias se cumprirem cabalmente em Jesus. A pessoa histórica de Jesus tem confirmações até em fontes não cristãs, e ele viveu predições impossíveis de serem forjadas.
Veja, por exemplo, o local de seu nascimento. Ninguém pode escolher o local onde vai nascer. E Ele nasceu em Belém para cumprir uma profecia feita 700 anos antes:
“E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.” (Miquéias 5:2)
E foi assim mesmo que aconteceu 7 séculos depois:
“Tendo Jesus nascido em Belém da Judéia, em dias do rei Herodes, eis que vieram uns magos do Oriente a Jerusalém. E perguntavam: Onde está o recém-nascido Rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo. Tendo ouvido isso, alarmou-se o rei Herodes, e, com ele, toda a Jerusalém; então, convocando todos os principais sacerdotes e escribas do povo, indagava deles onde o Cristo deveria nascer. Em Belém da Judéia, responderam eles, porque assim está escrito por intermédio do profeta: E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as principais de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar a meu povo, Israel.” (Mateus 2:1-6)
Mas como foi que isso aconteceu? Veja que emocionante:
“Naqueles dias, foi publicado um decreto de César Augusto, convocando toda a população do império para recensear-se. Este, o primeiro recenseamento, foi feito quando Quirino era governador da Síria. Todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade. José também subiu da Galiléia, da cidade de Nazaré, para a Judéia, à cidade de Davi, chamada Belém, por ser ele da casa e família de Davi, a fim de alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. Estando eles ali, aconteceu completarem-se-lhe os dias, e ela deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria.” (Lucas 2:1-7)
Medite sobre isso nesse Natal.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

FAÇA VALER A PENA

Jesus foi traído, preso, abandonado, torturado, humilhado, ferido, crucificado e morto. Atente para cada uma dessas palavras separadamente.
Tudo isso para pagar pelos nossos pecados. É o que está registrado nesse trecho:
“Irmãos, venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei, o qual recebestes e no qual ainda perseverais; por ele também sois salvos, se retiverdes a palavra tal como vo-la preguei, a menos que tenhais crido em vão. Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.” (1 Coríntios 15:1-4)
No que se refere à sua vida, faça valer a pena.
Muito embora a história não é tão antropocêntrica. Cristo veio à Terra para mostrar a Satanás e seus anjos que eles podiam não pecar. Eles viviam em um ambiente perfeito e pecaram, Jesus viveu em um ambiente hostil e não pecou.
“Fizeste-o, no entanto, por um pouco, menor do que Deus e de glória e de honra o coroaste.” (Salmos 8:5)
“Antes, alguém, em certo lugar, deu pleno testemunho, dizendo: Que é o homem, que dele te lembres? Ou o filho do homem, que o visites? Fizeste-o, por um pouco, menor que os anjos, de glória e de honra o coroaste [e o constituíste sobre as obras das tuas mãos].” (Hebreus 2:6-7)
Mas isso não anula o fato de que também passou por todo aquele sofrimento por nós.
Faça valer a pena.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

ZÉ, O COADJUVANTE

Entre nós, brasileiros, vice não tem valor algum. Nem na política nem nos esportes. A maioria de nós quer ser o campeão, o presidente, o ator principal. Poucos de nós assumiriam com orgulho um papel secundário em seja lá qual for o projeto, disputa, tarefa ou missão.
Mas ser vice é diferente de ser coadjuvante.
Segundo o dicionário, coadjuvante é a pessoa que ajuda, auxilia ou concorre para um fim comum. É aquele personagem secundário que dá apoio ao principal.
Quer um bom exemplo? João Batista. Olhe o que ele afirmou a respeito de Jesus:
“Convém que ele cresça e que eu diminua.” (João 3:30)
Outro exemplo é José, o marido de Maria, mãe de Jesus. Reparou que raramente se estuda, prega-se ou até mesmo se fala do “pai” de Jesus. Por que será?
Contudo, sua importância na vida de Jesus é impar. Foi ele quem lhe deu o nome (obedecendo uma ordem divina dada por um anjo) e foi ele quem o circuncidou (seguindo a liturgia judaica):
“Completados oito dias para ser circuncidado o menino, deram-lhe o nome de JESUS, como lhe chamara o anjo, antes de ser concebido.” (Lucas 2:21)
Isso sem contar que a educação intelectual e espiritual do menino era sua responsabilidade, como pai:
“Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te.” (Deuteronômio 6:6-7)
Esse “coadjuvante” foi, sem dúvida, mais importante que muito principal.
Importante é que façamos a nossa parte, façamos o nosso papel, seja ele qual for, contanto que isso glorifique a Deus.
Diga a Deus, sinceramente, que é isso que você quer.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

A PARTE QUE ME CABE

Estou plenamente ciente de que a maior fonte de contaminação hospitalar é o toque das mãos. Por isso ao fazermos as visitas ali no HC-UNICAMP, sempre as lavamos cuidadosamente e as desinfectamos com álcool (tem que ser diluído na proporção de 70%, caso contrário é ineficaz).
Porém, também estou igualmente conscientizado de que dar as mãos, em alguns casos, é um procedimento fundamental no meu trabalho. Já fiquei horas e mais horas de mãos dadas com pacientes, acompanhantes e funcionários do hospital, homens e mulheres, das mais variadas idades.
Veja esse trecho da Bíblia:
“E, saindo eles da sinagoga, foram, com Tiago e João, diretamente para a casa de Simão e André. A sogra de Simão achava-se acamada, com febre; e logo falaram a Jesus a respeito dela. Então, aproximando-se, tomou-a pela mão; e a febre a deixou, passando ela a servi-los.” (Marcos 1:29-31)
O que me intrigava nesse episódio é a razão pela qual Jesus a tomou pela mão. Conclui que, mais do que um ato de cavalheirismo, foi um ato de amor. O dar as mãos, ou ficar de mãos dadas é uma das mais profundas ações de comunicação não verbal. Transmite solidariedade, carinho, segurança, sustento, força, cumplicidade e companhia.
Jesus Cristo era 100% Deus e 100% homem. Como Deus Ele curou a sogra de Pedro, como homem, deu-lhe as mãos. Dar as mãos é a parte que me cabe.
Quando Jesus na cruz foi crucificado para nos livrar do pecado, no momento em que suas mãos foram traspassadas, Eles as estava dando por nós:
“Cães me cercam; uma súcia de malfeitores me rodeia; traspassaram-me as mãos e os pés.” (Salmos 22:16)
Hoje posso ser as “mãos de Jesus” para os outros.
PARA MEDITAR:
“E riam-se dele. Tendo ele, porém, mandado sair a todos, tomou o pai e a mãe da criança e os que vieram com ele e entrou onde ela estava. Tomando-a pela mão, disse: Talitá cumi!, que quer dizer: Menina, eu te mando, levanta-te! Imediatamente, a menina se levantou e pôs-se a andar; pois tinha doze anos. Então, ficaram todos sobremaneira admirados.” (Marcos 5:40-42)
“E Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, fica limpo! E imediatamente ele ficou limpo da sua lepra.” (Mateus 8:3)

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O AQUÁRIO E O RIO

Todos a chamavam de Cléo, mas seu nome mesmo era Cleonice. A Cléo era uma peixinha vermelha que foi criada em um aquário quadrado. Para cuidar dela, seu dono estudara muito sobre esse tipo de peixe e sobre seu habitat natural: temperatura e ph da água, tipo de alimentação, vegetação e solo do fundo do rio, oxigenação, principais doenças, predadores, hábitos, isso e muitas outras coisas, tudo bem detalhado, foi objeto de estudo daquele homem.
De posse dessas informações, ele montou certinho o aquário; foi como se ele recortasse um pedaço do rio e pusesse ali dentro. Isso feito, colocou a Cléo no seu lar temporário.
Seu objetivo era criar um espécime saudável e forte para depois soltar no rio. E foi o que ele fez. Depois de um tempo, quando achou que ela estava formada, ele a soltou.
Nos dois primeiros dias ela “nadou quadrado”. Depois sumiu.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

SIM, SIM

Outro dia foi a confraternização de fim de ano dos voluntários do Serviço de Capelania do HC-UNICAMP. Naquele dia, quando cheguei na Portaria do hospital, havia um recado para eu passar com urgência na Enfermaria de Pediatria. Passei no escritório, deixei ali o que tinha trazido para a festa e subi. Quando passei pelo pátio da Pediatria, vi 2 cachorrinhos daquela ONG que leva animais aos hospitais para alegrar os pacientes. Atendi o chamado (depois eu conto o caso, que por sinal dá o que pensar) e fui para a confraternização.
Naquela festa, entre um salgadinho e outro, comentei com uma senhora voluntária que havia cachorros fazendo visitas às crianças. Ela não acreditou. Achou que eu estava brincando. Quando expliquei que era sério e verdadeiro, ela acreditou e fez um comentário que me acendeu uma luz amarela no painel da minha consciência: “É que você brinca tanto que quando fala sério, eu acho que está brincando”.
Note: eu não brinco usando mentira. Não acho graça nisso.
Mas assim mesmo fiquei pensando.
A Bíblia diz que devemos ser pessoas de palavra:
“Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não. O que disto passar vem do maligno.” (Mateus 5:37)
Acredito que eu seja uma pessoa confiável no que se refere ao meu falar. Mas também sou alguém alegre, e gosto de brincar. Porém, (pelo jeito) brinco demais. Vou ficar atento e me esforçar para melhorar nisso.

domingo, 5 de dezembro de 2010

TODO DIA 5

Quando li essa frase pela primeira vez gostei muito dela. É a seguinte: “Casar é trocar a admiração de muitas pelas críticas de uma só”.
Hoje não gosto mais da mesma. Quer saber por que? É o seguinte:
“Portanto, alegre-se com a sua mulher, seja feliz com a moça com quem você casou, amorosa como uma corça, graciosa como uma cabra selvagem. Que ela cerque você com o seu amor, e que os seus encantos sempre o façam feliz! Filho, por que dar o seu amor a uma mulher imoral? Por que preferir os encantos da mulher de outro homem? Deus sabe por onde você anda e vê tudo o que você faz.” (Provérbios 5:18-21 NTLH)
Quem é que me aguenta quando não estou nos melhores dias? Quem é que lava e passa minhas roupas no maior capricho? E quem é que cozinha para mim? Inclusive é só eu comentar que estou com vontade de comer alguma coisa e na primeira oportunidade lá está o que eu queria. Quem sofre comigo nos meus fracassos? Quem é que me corrige (marcação cerrada) sempre que erro para que eu possa melhorar e crescer?
Por essas e outras mais é que dou um presente para a Denise todo dia 5, que é o nosso “mesversário”.
“A mulher virtuosa seu marido a louva, dizendo: Muitas mulheres procedem virtuosamente, mas tu a todas sobrepujas. Enganosa é a graça, e vã, a formosura, mas a mulher que teme ao SENHOR, essa será louvada.” (Provérbios 31:28-30)

sábado, 4 de dezembro de 2010

PLANEJAMENTO DE VIDA:

“Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás.” (Eclesiastes 11:1)
Faça planos a:
1.Curto prazo - 1 ano.
2.Médio prazo - 5 anos.
3.Longo prazo - 10 anos.
Nas seguintes áreas da sua vida
1.Física (esporte, academia, exames, tratamentos, regimes, ...)
2.Social (relacionamentos com família, amigos, igreja, festas, ...)
3.Intelectual (leituras, filmes, cursos, ...)
4.Profissional (reciclagem, qual emprego quer, férias, ...)
5.Espiritual (hora silenciosa, leitura da Bíblia, ministério, doações, Igreja, discipulado, evangelização ...)
Observações:
1.Os planos precisam ser mensuráveis (que se podem medir). Por exemplo: vou fazer ginástica 3 vezes por semana; vou investir "x" tempo com minha família, ler a Bíblia toda em 1 ano, etc ...
2.Fazer uma avaliação, pelo menos, uma vez por mês.
PARA REFLETIR:
“ 13 Atendei, agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã, iremos para a cidade tal, e lá passaremos um ano, e negociaremos, e teremos lucros. 14 Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa. 15 Em vez disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo. 16 Agora, entretanto, vos jactais das vossas arrogantes pretensões. Toda jactância semelhante a essa é maligna. 17 Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz nisso está pecando.” (Tiago 4:13-17)

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

PRONTO PARA MUDAR DE PLANOS NESSE NATAL

Acredito que o maior trabalho que Jesus Cristo teve com os apóstolos, e tem comigo, e com todo mundo enfim, é tirar da nossa cabeça pensamentos, crenças, conceitos e convicções ensinados pelo mundo e substituí-los pelos valores cristãos. A nossa tendência, quando Deus nos fala algo, é comparar essa informação com o que temos no coração para escolhermos com qual vamos ficar. E quando já temos planos pré-definidos, a situação é mais complicada ainda.
Quando José, o pai adotivo de Jesus, soube que Maria estava grávida, teve que mudar de idéia quanto ao que fazer, e para isso foi necessário que um anjo do Senhor lhe aparecesse em sonho:
“Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando Maria, sua mãe, desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo. Mas José, seu esposo, sendo justo e não a querendo infamar, resolveu deixá-la secretamente. Enquanto ponderava nestas coisas, eis que lhe apareceu, em sonho, um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles. Ora, tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor por intermédio do profeta: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco). Despertado José do sono, fez como lhe ordenara o anjo do Senhor e recebeu sua mulher. Contudo, não a conheceu, enquanto ela não deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Jesus.” (Mateus 1:18-25)
Era necessário que Jesus nascesse de uma virgem. Não por ser o sexo vergonhoso. Dentro do casamento o sexo é uma coisa pura e valorizada por Deus (afinal, foi Ele que nos criou assim). Então por que era necessário? É que o pecado original é transmitido pelo pai e não pela mãe.
Note o seguinte trecho:
“Este é o livro da genealogia de Adão. No dia em que Deus criou o homem, à semelhança de Deus o fez; homem e mulher os criou, e os abençoou, e lhes chamou pelo nome de Adão, no dia em que foram criados. Viveu Adão cento e trinta anos, e gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua imagem, e lhe chamou Sete.” (Gênesis 5:1-3)
Note que a princípio Deus criou o homem à Sua imagem e semelhança, e os descendentes de Adão nasceram à sua semelhança e imagem.
José confiou e mudou de planos.
Outro dia eu estava em cima de uma espécie de ponte de concreto e a mesma trepidava quando alguém passava por ela. Comentei isso com um engenheiro e ele afirmou que se ela não trepidasse, fosse inflexível, se quebraria toda. Ainda bem que trepida, então.
E você, é rígido ou flexível?

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

SOU FELIZ

Perco o dia se eu focar minha atenção ... em um pneu que furou, na comida que estava sem sal, em não ter nenhum docinho em casa para comer depois da janta enquanto assisto ao noticiário, no fato de ter cruzado com quem não gosto, ou não ter cruzado com quem gosto, por estar muito frio ou muito calor, no “desastre” de meu computador estar com problemas (no momento em que escrevo essa crônica a INTERNET aqui na Igreja está fora do ar), na tristeza de ninguém me telefonar ou escrever, na certeza de que daqui a alguns dias vou ter que ir a uma festa de casamento (e de terno ainda!), na frustração de descobrir que não vai transmitir ao vivo pela TV o jogo do Guarani, enfim, existe sempre um monte de “coisinhas” que podem me deixar “azedo”.
Por outro lado, um dia vale a pena para mim ... se eu comer pão com manteiga e um pouco de sal tostado na chapa desfrutando a companhia da Denise, se alguém disser que gostou da aula que dei na Escola Bíblica Dominical, se eu ler um trecho de um bom livro, ou ouvir uma boa piada, se eu aprender algo novo, quando ganho um beijo, se eu receber um telefonema ou mensagem de alguém que gosto, ou então se eu puder brincar com uma criança, ou puder ver um bom documentário, se eu puder dar um presente, ajudar alguém, ou se puder ouvir a “Abertura 1812” de Tchaikovsky, existe sempre um enorme monte de “pequenas grandes coisas” que podem me fazer feliz.
PARA REFLETIR:
“Na minha vida em união com o Senhor, fiquei muito alegre porque vocês mostraram de novo o cuidado que têm por mim. Não quero dizer que vocês tivessem deixado de cuidar de mim; é que não tiveram oportunidade de mostrar esse cuidado. Não estou dizendo isso por me sentir abandonado, pois aprendi a estar satisfeito com o que tenho. Sei o que é estar necessitado e sei também o que é ter mais do que é preciso. Aprendi o segredo de me sentir contente em todo lugar e em qualquer situação, quer esteja alimentado ou com fome, quer tenha muito ou tenha pouco. Com a força que Cristo me dá, posso enfrentar qualquer situação.” (Filipenses 4:10-13 NTLH)

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

PRONTO PARA FAZER A VONTADE DE DEUS NESSE NATAL

Veja só quantos preparativos temos que fazer para o Natal: cartões ou mensagens, confraternizações, Amigo Invisível, roupas, presentes, decoração da casa, comidas e bebidas,, convidados, programas na Igreja, isso tudo sem falar na festa de fim do ano!
Mas ... e espiritualmente, você costuma se preparar?
Maria, quando o Anjo Gabriel anunciou que ela seria a mãe do próprio Messias, já estava pronta:
“Então, disse Maria: Aqui está a serva do Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua palavra. E o anjo se ausentou dela.” (Lucas 1:38)
Poucas pessoas, com sinceridade, poderiam dar essa resposta para Deus.
Vou dar aqui, então, duas sugestões de como nos prepararmos para esse Natal.
A primeira é ler e estudar todos os relatos sobre o nascimento de Jesus Cristo registrados nos Evangelhos.
A segunda é: compre e monte com as crianças da sua família (e por que não algumas outras?) um belo presépio. Enquanto vai montando, conte a história.

MAGOS

terça-feira, 30 de novembro de 2010

AINDA SOBRE A AUTORIDADE

A maior parte das pessoas sabe que torço para o Guarani. Muitas vezes após o culto de domingo fico sem saber o resultado do jogo e, aproveitando-se disso, um determinado indivíduo me procura e diz que o Guarani perdeu, mesmo sabendo que, o que aconteceu, foi um empate ou vitória para nós. Por essas e outras não acredito mais nesse cara. Mesmo quando ele fala a verdade.
Às vezes chego para a Denise e digo “Fulana de tal disse que ...”, e só de citar o nome daquela moça fica implícito que aquela informação tem que ser checada. Falta crédito no falar. E é verdade o que Neimar de Barros escreveu em seu livro “DEUS NEGRO”: “Um segundo de mentira destrói 24 horas de verdade”.
Conhece alguém assim? Se você me conhece, sua resposta tem que ser sim. Tenho lá momentos de fraqueza e aumento um pouco o tamanho do peixe que pesquei. Você não é assim? Parabéns.
Jesus Cristo não permitiu que um demônio falasse, muito embora sua (do demônio) afirmação fosse verdadeira:
“Depois, entraram em Cafarnaum, e, logo no sábado, foi ele ensinar na sinagoga. Maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas. Não tardou que aparecesse na sinagoga um homem possesso de espírito imundo, o qual bradou: Que temos nós contigo, Jesus Nazareno? Vieste para perder-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus! Mas Jesus o repreendeu, dizendo: Cala-te e sai desse homem. Então, o espírito imundo, agitando-o violentamente e bradando em alta voz, saiu dele. Todos se admiraram, a ponto de perguntarem entre si: Que vem a ser isto? Uma nova doutrina! Com autoridade ele ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem! Então, correu célere a fama de Jesus em todas as direções, por toda a circunvizinhança da Galiléia.” (Marcos 1:21-28)
Autoridade de vida e consistência na verdade são 2 pré-requisitos para pregarmos com relevância.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

INVEJA

“É a inveja a primeira a descobrir todos os méritos” (Emanuel Wertheimer).
Já aconteceu comigo algumas vezes. Ao ouvir um pregador dar uma boa mensagem, pensar o seguinte: “Foi uma boa mensagem, mas se fosse eu pregando faria assim e assim”. Ou diante de qualquer outro trabalho bem feito ter uma reação semelhante.
Para muitos de nós, o sucesso dos outros nos incomoda. E torcemos para que o bem sucedido caia, pois temos a falsa impressão de que o outro descendo um degrau nós é que estamos subindo. Com você também é assim?
Se uma pessoa é bonita, vamos chamar a atenção para a orelha dela que é um pouco maior do que o normal. Se ela é inteligente, não pode falar uma sílaba errada que já caímos em cima, rindo. Se um ótimo cantor der uma desafinada mínima, para nós é a glória. Afinal das contas era isso mesmo que queríamos ver acontecer. E cá entre nós, às vezes até fazemos uma marcação fortíssima em cima do coitado.
E quando achamos algo, fazemos do tal a “bola da vez” numa roda de amigos.
A Bíblia afirma que a inveja pode nos deixar doentes:
“O ânimo sereno é a vida do corpo, mas a inveja é a podridão dos ossos.” (Provérbios 14:30)
E diz também que é difícil aguentar um invejoso:
“Cruel é o furor, e impetuosa, a ira, mas quem pode resistir à inveja?” (Provérbios 27:4)
PARA REFLETIR:
“Jesus dizia: O que sai do homem, isso é o que o contamina. Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem.” (Marcos 7:20-23)

sábado, 27 de novembro de 2010

PENSE NISSO 120

Que importância vai ter, daqui há 120 anos, o problema que o aflige hoje?

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

DEFINA A PALAVRA PROBLEMA PARA MIM

Ela tem 18 anos. Vamos chamá-la de Si. Nasceu com AIDS, que foi transmitida pela mãe que morreu quando essa jovem tinha 9 anos. É consumidora de drogas (segundo ela, menos as injetáveis), assim como o próprio pai. Inclusive ela já consumiu droga junto com o pai! Internada há 4 meses, durante esse tempo não se drogou, é lógico. Afirma que nunca mais vai usar tal recurso. Ela mora com uma tia, não com o pai e nem com a irmã. Essa irmã é quem cuida do filho de 2 anos que a Si teve com um rapaz, o qual a abandonou e já mora com outra amante. Não sei se essa criança também é contaminada.
Outro dia eu perguntei à Si como foi a sua infância até os 9 anos. Ela respondeu que foi só tristeza, como toda a sua vida. Eu acredito nisso.
Outra pergunta que fiz foi qual é a expectativa da Si para o futuro. Ela não hesitou em afirmar que quer fazer o ensino médio e cursar a faculdade de direito. Será que vai conseguir?
Às vezes fico pensando se o que eu chamo de “meu problema” é problema mesmo.
PARA REFLETIR:
“Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações,” (Tiago 1:2)

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

SOBRE O ENSINAR E O VIVER

Certo domingo pela manhã, durante uma aula da Escola Bíblica Dominical, eu estava ensinando em uma classe de crianças com 10 anos de idade. Falava que o dito popular “Faça o que eu falo mas não faça o que eu faço” não é coerente com os ensinamentos bíblicos. Um pouco pensando alto, outro tanto compartilhando ou talvez perguntando, uma loirinha falou: “Meu pai vive me falando isso”.
Pode até ser que uma pessoa siga os conselhos de alguém que não vive o que diz, talvez pela veracidade do que é pregado, mas o impacto da lição é bem menor. O conselheiro fica desacreditado.
O ensino de Jesus maravilhava as pessoas. Observe:
“Depois, entraram em Cafarnaum, e, logo no sábado, foi ele ensinar na sinagoga. Maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas.” (Marcos 1:21-22)
Isso me fez lembrar dessa frase que, de tão divulgada, já não sei o autor: “Pregue, e se necessário fale”. E também essa outra: “As suas ações falam bem mais alto do que suas palavras”.
No mais, o que nos resta é ter sabedoria. Medite nessa frase de Johann Kaspar Lavater, filósofo, poeta e teólogo suiço que viveu de 1741 a 1801:
“Se queres ser sábio, aprende a interrogar razoavelmente, a escutar com atenção, a responder serenamente e a se calar quando não tiveres nada a dizer”.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O PÃO DO CÉU

Texto de Reinaldo Bui
Prá que orar se podemos nos preocupar?
Quantos em algum momento de suas vidas já não pensaram assim? Se não pensaram, pelo menos assim agiram sem pensar.
Quantos de nós andamos ansiosos, preocupados com o dia de amanhã?
Quantos de nós, em algum momento, deixamos de nos alegrar com o que Deus já nos deu porque não temos o que Ele ainda não deu? E talvez nem dê!
Conforme aprendemos, quando Jesus nos estimula a pedir “o pão nosso de cada dia” ele quis ensinar que Deus não está comprometido com nossos luxos, mas sim com o que é essencial para viver.
Portanto nós (ricos e abastados do século XXI), devemos estar olhando com mais atenção para este pedido com profunda gratidão e senso de dependência no coração, cientes de que
(1) este pão cotidiano é Deus quem nos dá, e
(2) se Ele dá a mais é com algum propósito.
Mas ainda insistimos na nossa ansiedade.
Um pouco antes de ensinar a orar, Jesus avisou: “não andeis ansiosos pela vossa vida”, Ele referia-se justamente ao que havemos de comer ou beber; e também pelo nosso corpo, quanto ao que havemos de vestir.
E a pergunta que Ele dispara na sequência (do "Não andeis ansiosos por coisa alguma..."), deveria nos levar refletir um pouco neste assunto.
Pare e pondere:
“Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes?” e “Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida?” (Mateus 6.25 e 27)
Só paramos de nos preocupar quando nos sentimos satisfeitos; e quando estamos satisfeitos estamos felizes.
Pessoas insatisfeitas são pessoas infelizes. Pessoas infelizes nunca estão satisfeitas com o que Deus lhe dá.
Então Jesus nos ensina o segredo de uma vida feliz:
“...buscai, pois, em primeiro lugar, o reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mateus 6.33).
Deus está dizendo: “Cuide das minhas prioridades que eu cuido das suas necessidades, ok?”
Busque algo maio nobre. Uma vez que o nosso pão cotidiano está garantido, de que sentimos falta?
Note o que Jesus respondeu a Satanás durante Sua tentação no deserto em Mateus 4.4: “Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus”.
Jesus viveu neste mundo, mas não seguia o curso deste mundo.
Ele “preocupava-se” com coisas muito mais elevadas: em como agradar a Deus.
Ocupava-se em santificar o nome de Deus; com o reino dos Céus; em fazer a vontade do Pai.
O que o mantinha vivo era isto. Alimento físico é útil para um dia. No dia seguinte precisamos mais. Ele nos conserva vivos (corpo), mas não são essenciais para a alma.
O que alimenta e satisfaz a nossa alma, segundo Jesus, era: “Mas ele lhes disse: Uma comida tenho para comer, que vós não conheceis. Diziam, então, os discípulos uns aos outros: Ter-lhe-ia, porventura, alguém trazido o que comer?Disse-lhes Jesus: A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra”. (João 4.32-34)
Devemos ansiar por isto!
E também almejar pelo dia em que todos terão fome e sede de beber da fonte de água viva e comer do pão que vem do céu.
Todos nós já o comemos, e precisamos continuar nos alimentando dele diariamente.
Muitos, mas muitos mesmo, nunca provaram deste pão, nunca beberam desta fonte.
Estão morrendo com sede e com fome.
Eis que vêm dias, diz o SENHOR Deus, em que enviarei fome sobre a terra, não de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do SENHOR. (Amós 8.11)
Quem dará de comer a este povo?
Habitue-se à idéia de que o pão nosso de cada dia é muito mais do que o alimento físico para o desenvolvimento do nosso corpo.
É o Pão do céu que nosso Pai nos dá.
Preocupamo-nos com coisas tão superficiais e nos esquecemos do que realmente tem valor.
Devemos falar, compartilhar, repartir o pão, dar de comer e de beber a quem tem fome e sede.
Reflita sobre qual tem sido as três principais fontes de preocupação na nossa vida, na vida da Igreja?
No “ranking das ansiedades”, que posição ocupa a preocupação diária em pregar o Evangelho, levar a Palavra aos que nunca ouviram?

terça-feira, 23 de novembro de 2010

TUM-TÁ

Já por diversas vezes me referi ao projeto TUM-TÁ. Ontem mesmo eu o fiz. Sempre cito esse trabalho, pois o mesmo é extremamente empolgante. Jovens estudantes cristãos que querem servir a Deus além das 4 paredes das Igrejas. E escolheram o HC-UNICAMP, onde realizam um fantástico trabalho voluntário.
Só que chegando lá não escolhem serviço. Fazer visitas, distribuir folhetos evangelísticos, brincar com as crianças, fazer companhia a algum paciente solitário, fazer um conserto e um concerto em um piano, organizar e realizar uma festa de aniversário, levar música cristã ou não àquele ambiente tão cheio de tristeza, e tudo o que aparecer.
Quando eles chegam lá pela primeira vez, ao começar o treinamento que sempre dou, tento dissuadí-los de trabalhar ali. É um ambiente atípico e de risco. Alguns poucos desistem, e para os outros que perseveram, afirmo-lhes que o trabalho que vão realizar é por demais recompensador. Nessa hora alerto que quem serve ali tem que estar “resolvido consigo mesmo”. Buscar auto-realização, fugir da depressão, sentir-se bem ao fazer o bem, enfim, tirar algum lucro da situação está fora de cogitação. Estamos naquele hospital para servir aos outros, e não a nós mesmos. Muito embora quem visita acaba sempre ganhando mais do que quem é visitado, devemos perseverar no propósito de servir, e só.
E é isso que esses jovens maravilhosos fazem ali.
É por isso que amo a cada um deles.
“Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade.” (Eclesiastes 12:1)

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

MUITOS ANOS DE VIDA

Quinta-feira, a Bárbara e a Raquel desceram da Enfermaria e me acharam trabalhando no escritório da Capelania. As duas são do projeto TUM-TÁ, grupo de jovens estudantes que trabalham como voluntários fazendo visitas aos pacientes do hospital. Queriam saber se podiam organizar uma festa de aniversário surpresa para uma paciente que no dia seguinte, sexta-feira, completaria 18 anos, estava internada e sem nenhum acompanhante.
Expliquei que a “mãe” da idéia é quem “cuida” da criança, ou seja, elas é que teriam que fazer tudo. Elas concordaram. E realmente viram tudo: autorização da enfermagem, bolo, salgadinhos, refrigerante, chapeuzinhos de festa, copos, pratos e garfinhos descartáveis, bexigas, e ainda convidaram mais uma garota (a Thaís, também do TUM-TÁ) para cantar e tocar violão.
Na sexta-feira eu as acompanhei (junto com mais 3 jovens, a Maju, a Biju e a Caju) até o quarto da Gisele, a garota aniversariante. Foi emocionante. Todas de chapeuzinhos, inclusive o pessoal da enfermagem. Cantamos, comemos e oramos de uma forma bem espiritual e comovente.
Antes de trabalhar ali no HC-UNICAMP, para mim era inconcebível alguém comemorar o aniversario dentro de um hospital, mas todos dos quais participei foram cheios de significado.
Foi uma coisa maravilhosa o que aquelas seis meninas fizeram. Uma experiência fantástica.
PARA REFLETIR:
“Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio.” (Salmos 90:12).
Ou como está em outra versão:
“Faze com que saibamos como são poucos os dias da nossa vida para que tenhamos um coração sábio.” (Salmos 90:12 NTLH)

sábado, 20 de novembro de 2010

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

CARTA QUE RECEBI DA HELOÍSA

Oi, Chico,
Essa oração tem tudo a ver com o que vc escreveu sobre o quanto desejamos ser amados.
Abraço, Heloisa.
Ó Jesus, manso e humilde de coração, ouve-me.
Livra-me, Jesus,
Do desejo de ser estimado,
Do desejo de ser exaltado,
Do desejo de ser honrado,
Do desejo de ser louvado,
Do desejo de ser preferido a outros,
Do desejo de ser consultado,
Do desejo de ser aprovado,
Do medo de ser humilhado,
Do medo de ser desprezado,
Do medo de ser repreendido,
Do medo de ser esquecido,
Do medo de ser ridicularizado,
Do medo de ser prejudicado,
Do medo de ser alvo de suspeitas.
E, Jesus, concede-me a graça de desejar
Que outros possam ser mais amados que eu.
Que na opinião do mundo,
Outros possam crescer e eu diminuir.
Que outros possam ser escolhidos,
E eu posto de parte.
Que outros possam ser louvados
E eu passe despercebido.
Que outros possam ser preferidos a mim em tudo.
E que outros possam tornar-se mais santos do que eu,
Contanto que eu me torne tão santo quanto devo ser.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

LIÇÕES QUE APRENDI SOBRE O VERDADEIRO AMOR 3

Lembro-me de ter ido visitar uma instituição que acolhe meninos menores de idade e que moravam nas ruas. Uma das coisas que mais me impressionou ali foi o fato de não haver cercas nem portas trancadas. Quando perguntei ao missionário responsável por aquele trabalho a razão disso, ele me explicou que a única coisa que deveria segurar aqueles garotos naquela casa era o amor de Cristo vivenciado por quem cuidava deles.
Aí está um princípio fundamental: o verdadeiro amor dá a liberdade para a pessoa escolher entre ficar ou ir embora. Sempre.
Já vi muitos casais ainda juntos pelo simples fato de um deles segurar o outro de tudo quanto é jeito. Isso pode ser feito com chantagem emocional, ameaças, racionalizações e até com agressões físicas. O outro pode até ficar, mas já não existe amor de verdade.
Dar liberdade exige grandeza de alma e nobreza de coração. É necessário entender o amor de Deus para se amar assim.
As pessoas que estão à sua volta, estão por livre vontade?
Veja que interessante esse detalhe do episódio em que Cristo, já ressurreto, se encontra e caminha com dois discípulos na estrada de Emaús:
“Quando se aproximavam da aldeia para onde iam, fez ele (Jesus) menção de passar adiante. Mas eles o constrangeram, dizendo: Fica conosco, porque é tarde, e o dia já declina. E entrou para ficar com eles.” (Lucas 24:28-29)
Cristo não força a Sua presença, Ele dá liberdade para que rejeitem Sua companhia!
Ele faz o mesmo comigo e com você.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

LIÇÕES QUE APRENDI SOBRE O VERDADEIRO AMOR 2

Há um exercício que, de vez em quando, eu uso em sala de aula como ilustração. Peço para dois participantes (geralmente de lados opostos da sala) trocarem de lugar. E falo, a seguir, que a partir da troca, um passou a ver a aula “do ponto de vista” do outro. O verdadeiro amor é basicamente isso: nos colocarmos no lugar uns dos outros.
Mas, com que intuito? Satisfazer as necessidades da pessoa a quem decidimos amar, necessidades essas que não sejam ilegais, imorais e que não façam mal. Para memorizar lembre-se dos “3 als” (ilegal, imoral e que não faça mal). Por exemplo, não posso ajudar alguém a roubar um banco, nem ajudar a cometer adultério e dar água a quem está em jejum para uma cirurgia.
A palavra vigário vem do latim “vicariu”, que significa aquele que se coloca no lugar do outro. Por isso afirmamos que o sacrifício de Jesus Cristo por nós é vicário. Ele morreu em nosso lugar para pagar os nossos pecados. Cada um de nós é que deveria estar naquela cruz.
“Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.” (Romanos 5:8)
E nós?
“Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos.” (1 João 3:16)

terça-feira, 16 de novembro de 2010

LIÇÕES QUE APRENDI SOBRE O VERDADEIRO AMOR 1

Pensando que estava amando, já me peguei querendo possuir quem eu queria amar! No fundo o que eu queria era satisfazer as minhas próprias necessidades, tais como as emocionais, físicas, de companhia, de reforçar minha auto-imagem, etc ...
Também já me surpreendi pensando estar amando só porque eu assim falava, mas na realidade estava sendo omisso, mecânico, ausente. No fundo estava voltado só para mim mesmo, cuidando só dos meus próprios interesses.
Não existe amor demais nem de menos. O verdadeiro amor só existe na medida certa. Demais é possessão e de menos é omissão.
Faça o seguinte exercício: substitua a palavra “amor” no trecho bíblico abaixo por seu próprio nome.
“O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” (1 Coríntios 13:4-7)

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

NÃO!

As três estavam no pátio. A mãe, ao lado de um jardim que, ninguém sabe porque, tinha todas as plantas ressecadas. Do outro lado, uma senhora de cabelos brancos toda vestida de branco, e no centro, a filhinha, uma menina linda de 6 anos. Um verme comia lentamente o rosto da criança. A mãe e a outra mulher estavam sentadas e amarradas a duas cadeiras e tentavam, desesperadamente e sem sucesso, se libertar. A menina brincava distraída.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

PRESENTE DE NATAL

Participo como líder de um grupo de estudo bíblico, desses que alguns chamam de Grupos nos Lares, outros de Grupo ECO (Estudo, Comunhão e Oração). Na minha Igreja chamamos de KOINONIA (que quer dizer Comunhão). Todo fim de ano organizamos uma festinha de confraternização e, claro, tem a brincadeira de Amigo Secreto.
Só que a cada ano eu proponho que a brincadeira seja diferente, fugindo da febre de consumismo: ou o presente tem que ser feito pela pessoa que vai dá-lo (uma comida, um quadro, uma peça de artesanato, uma poesia, uma música ...), ou algo de estimação que a pessoa possua e vai ser presenteado (um CD, um livro, uma peça de vestuário ...), ou juntamos o dinheiro que seria gasto com presentes e enviamos para um missionário, enfim, a cada ano evitamos dar presentes comprados.
Já estou me preparando espiritualmente para o Natal desse ano, e a linha de pensamento que quero seguir nessas reflexões e estudos está no seguinte versículo:
“Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é mister socorrer os necessitados e recordar as palavras do próprio Senhor Jesus: Mais bem-aventurado é dar que receber.” (Atos 20:35)
Repare que o Natal é um presente que Deus nos deu:
“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz;” (Isaías 9:6)
“Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16)

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

DÁ UMA OLHADA NISSO

Quando estava na faculdade de jornalismo, aprendi uma lição que mudou a minha maneira de olhar o mundo. Um professor contou o caso de um repórter que trabalhava em um jornal da capital e foi enviado a uma cidade do interior do Estado para fazer a cobertura de um jogo de futebol. Numa determinada hora ele liga para a redação e deixa recado para o chefe que não poderia fazer a reportagem da partida pois estava preso em um congestionamento enorme devido a um terrível acidente na estrada, o qual tinha muitas pessoas mortas e feridas. Chegando no outro dia ao jornal, aquele repórter levou uma grande bronca do chefe: ele não fizera a cobertura do acidente, não tirando fotos nem anotando dados para o texto!
A partir daí eu comecei a olhar para tudo o que está à minha volta por outros ângulos. E percebi então que muitas vezes o que é mais interessante não está necessariamente naquilo para o qual todos os olhos estão voltados. Faça um teste você mesmo: na próxima festa de aniversário que você for convidado, na hora de cantar o “Parabéns”, além de olhar para o aniversariante somente, olhe também para os convidados, principalmente para os que estão no fundo da sala e para as crianças.
Note também que as emissoras de TV fazem durante as transmissões de jogos, buscando nos momentos propícios, imagens significativas dos torcedores nas arquibancadas.
É muito significativa a direção para a qual direcionamos nosso olhar. Muitas vezes olhamos tanto para onde todo mundo olha e não olhamos para o mais importante.
PARA MEDITAR:
“A ti, que habitas nos céus, elevo os olhos! Como os olhos dos servos estão fitos nas mãos dos seus senhores, e os olhos da serva, na mão de sua senhora, assim os nossos olhos estão fitos no SENHOR, nosso Deus, até que se compadeça de nós.” (Salmos 123:1-2)
“Fiz aliança com meus olhos; como, pois, os fixaria eu numa donzela?” (Jó 31:1)
“São os teus olhos a lâmpada do teu corpo; se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; mas, se forem maus, o teu corpo ficará em trevas.” (Lucas 11:34)

terça-feira, 9 de novembro de 2010

CRESCENDO NO ENTENDIMENTO

Um senhor, muito sério com Deus, me procurou para agradecer uma lição dada por mim há muitos anos passados numa aula de Escola Bíblica Dominical. Me contou ele que naquela aula eu compartilhei que na minha “Hora Silenciosa com Deus”, enquanto Deus não me falasse algo pelas Escrituras, aquele momento não era tido como feito.
Só que hoje já não penso mais assim. E se Deus não quiser falar nada? Ele faz o que quer, não é mesmo? Veja esse trecho:
“Pois ele diz a Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão.” (Romanos 9:15)
Mas, espera aí. Você pode estar pensando: “Xyko, você está dizendo que muda de opinião sobre assuntos espirituais?”. Veja bem, não é a opinião de Deus (o que Deus fala na Bíblia é imutável), é a minha opinião. Se é a minha opinião, mesmo que seja sobre assuntos espirituais, não há problema mudar.
Mas veja bem, não quero com isso dizer que “assino embaixo” dos seguintes versos de Raul Seixas: “Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante/Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”. Isso é válido para um cara que tinha uma vida desajustada como a do Raul Seixas.
Por outro lado, não quero ficar refém de uma idéia. Observe a frase abaixo:
“Nossas convicções mais arraigadas, mais indubitáveis, são as mais suspeitas. Elas constituem nossos limites, nossos confins, nossa prisão”. (José Ortega y Gasse)
O meio termo é o ideal. Ser flexível e firme de opinião. Isso gera crescimento.
PARA MEDITAR:
“E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens.” (Lucas 2:52)

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A IMPORTÂNCIA DE SABER OUVIR

Texto de Osmar Ludovico
A audição é um sentido maravilhoso. Somos gratos a Deus por esse dom, pena que o usemos tão mal. Vivemos imersos no ativismo, na agitação, na correria. Somos falastrões compulsivos. Buscamos nos cercar de muitos ruídos e estímulos, com medo da sensação de abandono. Há pouco espaço para o silêncio nas igrejas e casas. Nossa capacidade de escuta é afetada por esse constante barulho ao redor. A verdadeira e profunda escuta emerge de um coração quieto e sereno. Quanto mais tagarelice e barulho, menos podemos ouvir.
A quem devemos ouvir? Em primeiro lugar, à voz de Deus. Esse é um tema constante nas Escrituras, que descrevem a dureza de coração como a incapacidade de ouvir a Palavra. É preciso ouvir Deus com a mente e o coração, com a razão e os sentimentos, deixando-se penetrar pela Palavra transformadora.
Como a semente que cai no solo para ser fertilizada e dar fruto, assim é a Palavra de Deus que cai no coração. “Terra” em latim é húmus, o que deu origem à palavra “humildade”. Assim, ela permanece quieta, sem chamar a atenção, pisada, despercebida, mas está pronta para acolher a semente no profundo, no escuro, e dar seu fruto no devido tempo.
Quando foi a última vez que escolhemos acolher a Palavra e, como Maria, nos colocarmos silenciosamente aos pés de Cristo para ouvi-lo? A capacidade de ouvir Deus está relacionada à qualidade da vida devocional. Ler a Palavra, recebê-la e aplicá-la no cotidiano é graça, favor imerecido, e, ao mesmo tempo, disciplina a ser desenvolvida. Graça, pois, depende da revelação de Deus e não pode se tornar uma técnica; disciplina, pois requer de nós uma escolha, um exercício no tempo (horário pré-determinado) e no espaço (local propício).
Em segundo lugar, devemos ouvir uns aos outros. A comunhão depende de comunicação. Ouvir e ser ouvido cria a comunidade. Os litígios e conflitos surgem quando não ouço e não sou ouvido. Os relacionamentos desmoronam por causa da incapacidade de se escutar uns aos outros. Essa é a queixa comum na família, partindo de esposas, maridos e filhos: “Não sou ouvido, não sou compreendido, não sou respeitado”.
Ouvir negligentemente gera mal-entendido. Em vez de acolher, debatemos, em vez de ouvir, discutimos. Alteramos o tom de voz, gritamos. Enquanto o outro fala, pensamos na resposta, e uma conversa vira bate-boca. Reconciliar e pacificar significa levar duas pessoas a ouvir uma à outra. Quando realmente ouvimos aquilo que o outro diz, nos identificamos com sua humanidade; passamos a entender seu mundo e, assim, podemos chorar com os que choram e nos alegrar com os que se alegram.
Quando há escuta, podemos nos expor, contar quem somos na certeza de que o outro nos ouve e se solidariza conosco. A controvérsia teológica e a maledicência revelam mentes estereotipadas, fechadas, avessas ao diálogo e à transparência, além do medo da aproximação, que dificulta discernir a fraternidade, isto é, encontrar o irmão e perceber que somos membros do mesmo corpo. Quando existe um contexto de escuta, as máscaras caem. Ouvimos e somos ouvidos a partir de nossa realidade mais profunda e aprendemos a nos respeitar, validando e considerando a história e a singularidade das pessoas.
Finalmente, somos chamados a ouvir o mundo. Devemos começar reconhecendo que nós, cristãos, vivemos alienados numa bolha protetora. Não ouvimos o clamor do mundo – pelo contrário, ouvimos passivamente a mídia com sua mensagem consumista que nos acomoda e anestesia. Tornamo-nos surdos aos inúmeros clamores do mundo.
Só quando ouvimos, entramos em contato com o mundo tal qual ele é. Assim, nos identificamos e compreendemos o drama do ser humano sem Deus, ouvimos suas indagações, suas dores, e então, podemos falar de um evangelho que vai ao encontro de suas necessidades. Esse é o princípio da encarnação. Ouvimos não somente o clamor dos perdidos, mas também o clamor dos pobres. Só há um ser que devemos nos recusar a ouvir: o diabo. Esse foi o erro de Adão e Eva: em vez de ouvirem a Deus, ouviram Satanás.
Por fim, é necessário cumprir o grande mandamento: “Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todo o seu entendimento e de todas as suas forças. [...] Ame o seu próximo como a si mesmo” (Mc 12. 30-31); precisamos aprender a ouvir melhor a Deus e uns aos outros, pois essa é uma profunda expressão do amor.