Estávamos (meu irmão, alguns amigos e amigas e eu) no bar do Clube do qual éramos sócios. Eu era moleque na época. Todos estávamos tomando whisky. Eu não gosto de whisky, me dá uns arrepios e o gosto me desagrada muito. Mas todos queriam e eu não ficaria de fora; então o que fiz: servi só um tiquinho de whisky e completei o copo com guaraná. Assim todos pensaram que eu era um bom bebedor daquela horrível bebida.
Estamos sempre representando papéis: o papel de pai, de mãe, de avós, evangélico, católico, santinho, médico, garçom, soldado, oficial ... e por aí afora. E sem percebermos, em um dia representamos vários papéis, cada um numa hora e até alguns ao mesmo tempo.
Nota importante: nem sempre somos o que representamos. Por exemplo: a pessoa pode ter o diploma de advogado, exercer a profissão e em essência ser um artista plástico, atividade que não lhe garante a comida e as contas pagas.
Por outro lado, a uma geral expectativa de que cada um represente o melhor possível o papel que nos cabe em todas e em cada uma das fases da vida. Não posso deixar de ressaltar que, de uma forma ou de outra, todos os papéis já estão previamente definidos por cada cultura (minha dúvida é até que ponto a pós-modernidade mudou isso).
Em contrapartida, há uma forte e constante cobrança sobre nosso desempenho nessas performances. É uma pressão às vezes intolerável. É por isso que às vezes temos vontade de jogar tudo para o alto. Ou surtamos. Ou somos internados em um hospital, psiquiátrico ou não.
Há um caminho seguro que podemos seguir:
“Não vivam como vivem as pessoas deste mundo, mas deixem que Deus os transforme por meio de uma completa mudança da mente de vocês. Assim vocês conhecerão a vontade de Deus, isto é, aquilo que é bom, perfeito e agradável a ele.” (Romanos 12:2 NTLH)
Caro Xyko,
ResponderExcluirEsse assunto é muito importante nos dias de hoje, como você comentou.
Temos até um módulo na disciplina de Bioética do 1º ano sobre etiqueta profissional (no caso etiqueta médica).
O objetivo é despertar nos alunos a importância de conhecerem a imagem pública do profissional, aquilo que a sociedade espera dele no desempenho de sua profissão. Dizemos que "não dá para dançar muito fora da música", mas também não podemos perder a autenticidade e a espontaneidade no nosso dia a dia, senão acontece aquilo que chamamos de afetação.
Temos que conhecer e desempenhar nossos papéis, mas definitivamente nós não somos nossos papéis...
Aqueles que acabam se identificando com seu papel social, terminam seus dias infelizes e sem ter rumo na vida...
Dos papéis se espera "desempenho", "performance"...
Do eu verdadeiro de cada um se espera "relação"... e o que realiza a gente é a relação, é ali que está o Amor...
Paz,