segunda-feira, 16 de agosto de 2010

SEM VOLTA

Um dos escritos do Henri Nouwen que mais gostei é um em que ele relata como o ter que cuidar de um rapaz com paralisia cerebral o levou a um entendimento do que é o amor verdadeiro. Aquele rapaz não poderia devolver, de forma alguma, o amor e o cuidado que Nouwen lhe dedicava.
Outro dia eu brinquei um tempão com o Nino (9 anos) e com o João Vitor (8 anos) lá no hospital. Ambos sào pacientes crônicos que não podem sair do seu leito hospitalar devido à dependência do respirador mecânico, e seus movimentos são limitadíssimos. Não esperava receber nada em troca do carinho e do amor que lhes dediquei, mas na hora de ir embora, os dois me mandaram um beijo. Dá para imaginar a alegria que tomou conta de mim? Mas e se eles não tivessem mandado os beijos?
Eu tenho um problema: quando sei que alguém pode “devolver” o meu amor, fico esperando que ele retribua o que dei!
Não consigo acertar o alvo: acredito que necessito mais ser amado do que amar! O querer ser amado é tão forte, às vezes, que me impede decidir amar. E olha que estou em um ponto da minha vida em que sinto imensa alegria e satisfação em amar. Aprecio muito amar. Mas, às vezes ...
Não vou desistir de buscar o verdadeiro amor.
“O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” (1 Coríntios 13:4-7)

3 comentários:

  1. Xyko,
    Já conversamos sobre amor genuíno. Muitas vezes achamos que já o sentimos, mas só quando passamos por situações como as citadas no texto é que realmente podemos sentir o verdadeiro amor. Quando amamos alguém que jamais nos retribuirá.
    "Mas ele me disse: A minha graça te é suficiente, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza(...)" 2Co 9:12
    Louvado seja o nome do Senhor pelas provações e fraquezas.
    Grande abraço,

    Flávia

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  2. Fico pensando o quanto necessitamos nos sentir amados...Como vc, eu também fico esperando que as pessoas retribuam o amor que dediquei a elas. Percebo nessas horas que meu amor pelas pessoas é condicional.É dificil amar alguém que não pode retribuir a esse amor, ou ainda pior, que rejeita esse amor. Penso que esse anseio que temos de ser amados é algo profundamente arraigado em nós, do mesmo modo que o medo de sermos rejeitados. Mas buscamos isso da maneira errada, procurando agradar as pessoas para que em troca elas nos amem. Durante grande parte da minha vida eu agi assim (e ainda me vejo agindo assim até hoje). O pai do filho pródigo é um exemplo de verdadeiro amor. Ele recebe o filho de volta com amor antes de ouvir o que o filho tem a dizer. Esse tipo de amor é uma dádiva, não depende do fato de merecermos ou não. Acho que essa frase a seguir se encaixa bem nisso:
    “Uma das chaves para a verdadeira experiência religiosa é a compreensão clara de que não importa quanto nos detestamos, não somos detestáveis a Deus. Essa compreensão nos ajuda a entender a diferença entre nosso amor e o amor de Deus. Nosso amor é uma necessidade, o amor de Deus é uma dádiva". (Thomas Merton)

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  3. muitas vezes nós mesmos nao vemos coisas que os outros nos fazem e falhamos em retribuir!
    isso prova que a pessoa nao precisa retribuir tanto nem do jeito q vc pensa pra que seja real o amor dela por vc!

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