quinta-feira, 29 de outubro de 2009

DEPRESSÃO, INDIVIDUALIDADE E HISTORICIDADE


O jovem que anda por todo lugar com os dois fones de seu MP3 nos ouvidos, geralmente acha uma chatice as histórias contadas pelos avós, como também pensa ser um tédio visitar um museu histórico e ainda, por outro lado, seus planos para o amanhã só levam em conta seus próprios interesses.
Quem me inspirou essas idéias que vou esboçar aqui (como tantas outras) foi o Venâncio, meu grande amigo e “comentarista” assíduo de nosso Blog.
Talvez o fator que mais contribua para a depressão individual seja a alienação da pessoa de seu contexto histórico e a consequente não consciência do mesmo de qual é o seu lugar na sociedade.
Uma amiga minha após ler algo em um livro de filosofia, certa noite encontrou o irmão dela no corredor da casa deles e perguntou ao rapaz que estava com um sanduíche na mão: “Quem é você? De onde você vem? Para onde você vai?”, ao que ele respondeu meio espantado “Eu sou o seu irmão Zé, venho da cozinha e vou para a sala ver TV”.
O assunto em pauta exige maior profundidade.
Um dos pontos mais característicos dos nossos dias, principalmente no ocidente, é a individualidade. Desprezamos nosso passado e não nos incluímos nos planos coletivos.
O povo judeu, nos tempos bíblicos e acho que hoje ainda é assim, prezava suas genealogias (incluindo suas implicações históricas) e da mesma forma as profecias!
“Põe-te marcos, finca postes que te guiem, presta atenção na vereda, no caminho por onde passaste; regressa, ó virgem de Israel, regressa às tuas cidades.” (Jeremias 31:21)
Nós, hoje, não temos juntos nem memória nem esperança. Isso é muito deprimente!
Talvez seja por isso que muitos frequentam os estádios de futebol.
PARA REFLETIR:
“Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus. Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossa alma.” (Hebreus 12:1-3)
Observação: a “nuvem de testemunhas” são os grandes heróis da fé da história de Israel listados no capítulo 11 da mesma Carta aos Hebreus.

Um comentário:

  1. É isso aí, quem não sabe de onde vem e não sabe para onde vai não tem SENTIDO na vida... quanto menor o sentimento de pertencimento à coletividade que se mantem fazendo a marcha histórica, maior o risco de perda do sentido de valor das coisas, entre elas o valor e o significado da própria vida. Isso pode desencadear sentimentos auto-destrutivos nas pessoas (atitudes de alto risco, drogas, esportes radicais exagerados, etc, predominantes nos mais jovens, ou sentimentos depressivos, de apatia, indiferença, predominantes nos mais velhos).
    É importante também não confundir tristeza (sentimento totalmente normal dos seres humanos) com depressão (estado exagerado de falta de ânimo que pode entrar pelo terreno do patológico).
    Daí começa a fazer sentido quando notamos que o contrário de desânimo (ou pusilânime) é longânimo e longanimidade é fruto do Espírito Santo. Além disso, entusiasmo quer dizer "ter Deus dentro" (en-theos-asmos)...

    PARA QUEM NÃO SABE ONDE VAI, TODOS OS CAMINHOS LEVAM A LUGAR NENHUM...

    Muita Paz, e obrigado pela referência, caro amigo.

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