segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

TER PARA DAR

Ontem tive uma das agradáveis conversas com o meu grande amigo e irmão Cleutom, que é pastor evangélico lá em Passa Três. A Talitha, filha dele que tem 17 anos, foi para o seminário onde vai ficar interna por pelo menos 1 ano. Segundo ele, na despedida foi uma choradeira só. Ele, que é pai, a mãe e os 3 irmãos da Talitha choraram. Essa está sendo a primeira separação de alguém dessa família que nunca se separou por mais do que 5 dias. Nessa conversa que tivemos, o Cleutom lembrou que os pais teem mais é que criar os filhos para um dia eles partirem e terem a vida deles.
Não por coincidência, em meus devocionais pessoais e diários, tenho meditado no episódio em que Ana, a mãe do profeta Samuel, o leva para viver no Templo servindo ao Senhor. Ela era estéril, e orou a Deus e Ele lhe concedeu um filho, que era Samuel. Em vez de ficar com ele para si mesma, ela o dedicou ao Senhor:
Na manhã seguinte Elcana (o marido de Ana) e a sua família se levantaram cedo e adoraram a Deus, o SENHOR. Aí voltaram para casa, em Ramá. Elcana teve relações com a sua esposa Ana, e o SENHOR respondeu à oração dela. Ela ficou grávida e, no tempo certo, deu à luz um filho. Pôs nele o nome de Samuel e explicou: —Eu pedi esse filho a Deus, o SENHOR. Elcana e a sua família foram a Siló para oferecer ao SENHOR o sacrifício anual e o sacrifício especial que ele havia prometido. Ana, porém, não foi. Ela disse ao marido: —Assim que o menino for desmamado, eu o levarei ao santuário de Deus, o SENHOR, para que ele fique lá toda a sua vida. Elcana respondeu: —Faça o que achar melhor. Fique em casa até que ele seja desmamado. E o SENHOR faça com que, de fato, se cumpra a promessa que você fez. Então Ana ficou em casa e amamentou o filho. Depois que ele foi desmamado, ela o levou a Siló. Levou também um touro de três anos, dez quilos de farinha e um odre cheio de vinho. Samuel era muito novo quando a sua mãe o levou à casa do SENHOR, em Siló. Os pais de Samuel ofereceram o touro em sacrifício e levaram o menino para Eli. Ana disse: —Meu senhor, juro pela sua vida que sou aquela mulher que o senhor viu aqui de pé, orando. Eu pedi esta criança a Deus, o SENHOR, e ele me deu o que pedi. Por isso agora eu estou dedicando este menino ao SENHOR. Enquanto ele viver, pertencerá ao SENHOR. Então eles adoraram a Deus ali.” (1 Samuel 1:19-28 NTLH)
Ela quis ter um filho para dá-lo a Deus. Não ia ficar com a criança!
Aí eu fiquei pensando: por que queremos as coisas da vida? Bens, filhos, empregos, promoções, saúde, e até a própria vida, nós as queremos para dedicar a Deus?
E, quando pedem, não recebem porque os seus motivos são maus. Vocês pedem coisas a fim de usá-las para os seus próprios prazeres.” (Tiago 4:3 NTLH)
PARA REFLETIR:
Porque (eu, Jesus) tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me. Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar? O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.” (Mateus 25:35-40)

domingo, 27 de fevereiro de 2011

sábado, 26 de fevereiro de 2011

SEM VOLTA

Um dos escritos do Henri Nouwen que mais gostei é um em que ele relata como o ter que cuidar de um rapaz com paralisia cerebral o levou a um entendimento do que é o amor verdadeiro. Aquele rapaz não poderia devolver, de forma alguma, o amor e o cuidado que Nouwen lhe dedicava.
Outro dia eu brinquei um tempão com o Nino (9 anos) e com o João Vitor (8 anos) lá no hospital. Ambos sào pacientes crônicos que não podem sair do seu leito hospitalar devido à dependência do respirador mecânico, e seus movimentos são limitadíssimos. Não esperava receber nada em troca do carinho e do amor que lhes dediquei, mas na hora de ir embora, os dois me mandaram um beijo. Dá para imaginar a alegria que tomou conta de mim? Mas e se eles não tivessem mandado os beijos?
Eu tenho um problema: quando sei que alguém pode “devolver” o meu amor, fico esperando que ele retribua o que dei!
Não consigo acertar o alvo: acredito que necessito mais ser amado do que amar! O querer ser amado é tão forte, às vezes, que me impede decidir amar. E olha que estou em um ponto da minha vida em que sinto imensa alegria e satisfação em amar. Aprecio muito amar. Mas, às vezes ...
Não vou desistir de buscar o verdadeiro amor.
O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” (1 Coríntios 13:4-7)

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

A VIDA É UM TESTE DE MÚLTIPLA ESCOLHA

Há muita distorção (na maior parte das vezes feita propositalmente) do conceito da liberdade. Por exemplo: confundir liberdade de imprensa com liberdade para publicar sujeira.
Liberdade de imprensa (estendida a todo tipo de mídia) não é liberdade para disseminar mentiras, calúnias, obscenidades, material nocivo, ofensas, perversões e coisas que causam males aos outros. O livre pensar e externar suas opiniões são direitos que devem ser defendidos a todo custo. Porém a liberdade sempre deve vir acompanhada da responsabilidade.
Pelo livre-arbítrio que lhe é inerente, o homem tem a faculdade de traçar seus próprios rumos. Note:
Eis que, hoje, eu ponho diante de vós a bênção e a maldição: a bênção, quando cumprirdes os mandamentos do SENHOR, vosso Deus, que hoje vos ordeno; a maldição, se não cumprirdes os mandamentos do SENHOR, vosso Deus, mas vos desviardes do caminho que hoje vos ordeno, para seguirdes outros deuses que não conhecestes.” (Deuteronômio 11:26-28)
A liberdade é essencialmente opção de escolha, e toda escolha redunda em perda. Agora, observe que ninguém quer perder, seja lá o que for.
Finalizando, note esse versículo: “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor.” (Gálatas 5:13)
Como você tem usado sua liberdade? Quais escolhas você tem feito?
PARA REFLETIR:
Se vos parece mal servir ao SENHOR, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao SENHOR.” (Josué 24:15)

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

SENTIDO OBRIGATÓRIO

Quando começa a vida de um ser humano?
Será que é no momento da fecundação do óvulo pelo espermatozóide? Mas há aí uma série de “acontecimentos” (que o Venâncio explicaria com mais detalhes), então, em qual desses momentos é o início de uma vida?
Guarda isso na cabeça que mais adiante vamos voltar a mexer com essas idéias.
Quando termina a vida de um ser humano?
Acho que todo mundo sabe que não é quando o coração pára de bater, e nem quando os pulmões deixam de funcionar. Então é quando o cérebro pára de funcionar? Ou só quando o Tronco Cerebral pára?
Com esses dois questionamentos em mente, permita-me ser um pouco filosófico, ou romântico, sei lá.
Uma pessoa pode já “nascer” junto com o desejo saudável de seus pais de terem uma criança como filho. Muitos, mesmo antes da concepção já montam o quarto do bebê, fazem enxoval, até escolhem prováveis nomes.
Por outro lado, uma pessoa pode continuar “viva” na memória dos que ficam!
O importante para a pessoa e para os que o cercam é ter um sentido para a vida. Esses pensamentos são muito importantes no nosso trabalho de capelania hospitalar. Enquanto os médicos procuram dar mais dias à vida do paciente, nós procuramos dar “mais vida aos dias do paciente”. Todos buscam isso de alguma forma: ou através da profissão, de dons artísticos, esportes, família, namorado, amigos, amantes, drogas, riquezas, bens e outros tantos mais.
Mas a vida só tem sentido em Deus.
“Eu (Jesus) vim para que tenham vida e a tenham em abundância.” (João 10:10)
Sua vida faz sentido? Por que você diz isso?
PARA REFLETIR:
“Certa vez uma grande multidão estava acompanhando Jesus. Ele virou-se para eles e disse: —Quem quiser me acompanhar não pode ser meu seguidor se não me amar mais do que ama o seu pai, a sua mãe, a sua esposa, os seus filhos, os seus irmãos, as suas irmãs e até a si mesmo. Não pode ser meu seguidor quem não estiver pronto para morrer como eu vou morrer e me acompanhar.” (Lucas 14:25-27 NTLH)

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

SEGURA NA MÃO DE DEUS

De vez em quando eu fico com vontade de receber um abraço de Deus. Ou de ficar de mãos dadas com Ele. São momentos de profunda carência.
Me lembrei agora de um episódio ocorrido com uma amiga minha, a Rosinha, que é Assistente Social. Em visita a um orfanato, enquanto conversava com uma funcionária do mesmo, uma menininha de uns 2 ou 3 anos, que estava internada ali, ficou pedindo insistentemente: “Tia, me levanta e me põe em cima do balcão”. A Rosa assim o fez. Quase que imediatamente, ela pediu: “Tia, desce eu”. Logo em seguida pediu para que a pusesse em cima novamente. Mal sentou no balcão já pediu para que a colocasse no chão. Aí a Rosa entendeu: o que a menina tinha era uma forte carência de contato físico. A Rosinha a pegou no colo e ficou assim com ela. Ela sossegou!
Talvez seja por isso que diversos jovens compartilhem o seguinte comigo: “Pastor, eu quero namorar”. Muitos deles me asseguram, sem eu falar, que entendem que a Graça de Deus deveria lhes bastar, mas afirmam ser muito difícil passar por essa situação. Eu sei, já passei por isso.
Já não sei mais quantos abraços precisamos receber por dia, desconfio que isso varia de pessoa para pessoa e também da fase em que a pessoa está vivendo. Mas que necessitamos desse carinho de tempos em tempos, isso eu não tenho dúvidas. Que venha de um namorado, do cônjuge, dos pais, irmãos, amigos ou de um cristão. Mas que venha.
Mas como abraçar a Deus, que é Espírito?
Sabe o que Deus fez para resolver isso? Fez a mim e a você! Li um livro (não lembro qual é) em que o autor se dispôs a ser os braços, as mãos, as pernas e os pés de Jesus enquanto vivesse. Ele queria ser de uma forma bem prática, o Corpo de Cristo.
Vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros desse corpo.” (1 Coríntios 12:27)
PARA REFLETIR:
Eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.” (Mateus 28:20)

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

DESCULPE, FOI ENGANO

Eu até entendo o fato de ele gostar de ficar sentado ali debaixo da cobertura do ponto do ônibus, que só passava por ali de manhã. Deixe-me dar um detalhe importante: esse lugar é numa estrada vicinal bem no interior. Estrada de terra mesmo, e só havia uma ou outra pessoa que passava por ali. Mas a espectativa de ver algum vizinho e trocar um dedo de prosa, mais o sossego do lugar, fazia com que de vez em quando, no final da tarde, depois de tomar banho, ele ficasse sentado uma ou duas horas naquele tosco banco de madeira sem encosto.
Certo dia aconteceu um negócio que o incomodou por um bom tempo. Estava ele sentado ali quando viu uma nuvem de poeira levantada por um carro que se aproximava. Era um Fusca, cor de mostarda, bem arrumadinho mas bem sujo do pó da estrada. Dentro tinha um rapaz que ao vê-lo ali parou o carro e perguntou qual o caminho para se chegar à Chácara Paraíso. Ele sabia que o rapaz teria que voltar pelo caminho que viera mas, talvez pela timidez ou pelo acontecimento inusitado, ele ficou confuso e disse: “É só ir em frente toda a vida”. O rapaz agradeceu e se foi.
Isso causou um tal desconforto mental e emocional que, de tanto pensar ele se convenceu que não fizera nada errado. “No fim o rapaz se acha”.
Nunca mais ele ficou sentado ali.
PARA REFLETIR:
“Não vos enganeis, meus amados irmãos.” (Tiago 1:16)

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

QUEM É SÃO E QUEM É DOENTE

Quando cheguei ao hospital já me avisaram que aquele paciente portador do vírus da AIDS estava morrendo. Imediatamente corri para a enfermaria onde ele estava. No caminho fui pensando naquele meu irmão em Cristo. Desde o dia em que ele foi internado eu o acompanhei, e à esposa também. Quando os conheci, aqueles jovens estavam afastados de uma determinada Igreja evangélica. Depois de muita conversa, consegui convencê-los a se reconciliar com aquela comunidade, e eles assim o fizeram, passando a frequentar novamente a Igreja. Nunca orei com eles, pois aquela denominação proíbe que eles orem com alguém que não seja membro da mesma.
Quando cheguei no quarto, a cena era terrível: médicos e enfermeiros tentavam fazer algo por ele que sofria horrores nos seus últimos momentos. Um dos médicos me falou: “Pastor, o senhor vai ser mais útil se ficar com a mulher dele que está sozinha na sala de espera”. Então corri para lá.
Quando a encontrei ela segurou nas minhas mãos e perguntou “O senhor o viu?”, e quando fiz sim com a cabeça ela comentou “A situação é bem feia”.
Automaticamente, meio sem pensar, perguntei se ela queria orar e, muito constrangido eu a ouvi dizer “Prefiro não”.
Mesmo no momento da dor de perder o marido naquelas circunstâncias, ela não reconhecia outro que não fosse da sua própria Igreja como um irmão! Os membros daquela denominação criam um perfil de quem eles acham que é cristão, tentam se encaixar naquela forma e usam esse formato como padrão para julgarem os outros. Para eles, apesar de tudo, eu não era um irmão em Cristo, mas um amigo. Amigo, mas indigno de compartilhar com eles um momento de oração.
Uma atitude farisaica:
“Os escribas dos fariseus, vendo-o comer em companhia dos pecadores e publicanos, perguntavam aos discípulos dele: Por que come [e bebe] ele com os publicanos e pecadores?” (Marcos 2:16)
Confesso que de vez em quando eu tenho feito isso, ou seja, ser um pouco fariseu. Você não?
PARA REFLETIR:
“Tendo Jesus ouvido isto, respondeu-lhes: Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes; não vim chamar justos, e sim pecadores.” (Marcos 2:17)

domingo, 20 de fevereiro de 2011

sábado, 19 de fevereiro de 2011

UM TEXTO DE OSWALD CHAMBERS

Para a liberdade foi que Cristo nos libertou (Gl 5.1)
O homem espiritual nunca tenta impor suas crenças a outro. Ao contrário, ele procura orientá-lo a conduzir sua vida de acordo com os padrões de Jesus. Não somos chamados a acreditar na Bíblia, mas a crer naquele que a Bíblia revela. Somos chamados para pregar liberdade de consciência, não liberalidade de opinião. Se Cristo verdadeiramente nos libertou, devemos levar outros a conhecer essa mesma liberdade – a liberdade de experimentar a soberania de Jesus Cristo.
Avalie sempre sua vida pelos padrões de Jesus. Submeta-se somente ao jugo de Jesus, e não a nenhum outro, seja ele qual for; tenha cuidado de jamais colocar sobre outros um jugo que o próprio Jesus não tenha colocado. Leva algum tempo para Deus nos livrar da idéia de que aqueles que não pensam como nós estão errados. Deus nunca defendeu essa posição. Existe apenas uma liberdade atuando em nossa consciência, capacitando-nos a fazer o que é certo: a liberdade de Jesus.
Não seja impaciente. Lembre-se de como Deus foi paciente e gentil com você, porém, nunca diminua a verdade de Deus. Deixe-a agir, e não peça desculpas por ela. Jesus nos disse para fazermos discípulos, e não adeptos das nossas próprias opiniões.
Escrito por Oswald Chambers em algum dia entre 1911 e 1917.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

HAL-9000

Ouvi no rádio a notícia contando que os cientistas estão trabalhando no desenvolvimento da “Informática Semântica”. É resumidamente o seguinte: se o usuário estiver fazendo uma pesquisa em geografia e usar a palavra Peru, o computador já identifica esse termo com aquele país; mas se a pessoa estiver procurando receitas para uma ceia de Natal, o programa já relaciona a palavra à ave.
Isso facilitaria muito na busca para a pesquisa de um determinado assunto. A não ser, como bem observou a Denise, que a pessoa esteja querendo ir para aquele país e lá fazer uma ceia de Natal.
Com esse avanço tecnológico, o computador já vai filtrando todas as informações que não interessam. Mas não é tão simples, pois há muitas e sutis diferenças entre culturas que um programa de computador não pode perceber e avaliar.
Estou contando isso porque em uma conversa sobre esse assunto com o Édison Kitaka, da Informática do HC, nos ocorreu que o cérebro humano realiza todas esses filtros e distinções e nós nem nos damos conta! Certa vez um amigo comentou a infinidade de cálculos que o cérebro de um motorista de carro faz ao realizar uma simples ultrapassagem! Velocidade de dois ou três veículos, distâncias, espaços, ângulos, aceleração, desaceleração, já pensou nisso?
Esses pensamentos me inspiram a louvar a Deus. A você não?
Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem.” (Salmos 139:14)
PARA REFLETIR:
Quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo.” (1 Coríntios 2:16)

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

MEU PRIMEIRO ATO DE EVANGELIZAÇÃO

Por várias razões que não daria para explicar agora, eu frequentava um grupo de estudos bíblicos. Isso há mais de 30 anos. Como esses estudos me impressionavam e me impactavam muito, eu achava que era cristão, e vivia falando isso para todo mundo. Certa noite, no intervalo das aulas de um curso que eu fazia, um colega me perguntou o que é ser cristão. Eu não sabia!!! mas me saí bem, virei para ele e disse: “Amanhã à noite você vai em casa para estudarmos, certo? Lá eu explico para você”.
Eu tinha 24 horas para aprender o que é ser cristão. Na manhã seguinte liguei para o Adílson, que era quem dirigia os estudos bíblicos e lhe relatei minha situação. Ele se prontificou a ir à tarde em casa. E foi. Naquela tarde ele me explicou que ser cristão é ter um relacionamento com Deus graças ao sacrifício vicário de Jesus Cristo na cruz.
Quando ele terminou a explicação o Adílson me disse que eu já tinha o que dizer para o meu amigo. Então eu afirmei: “Mas antes preciso me apropriar disso. Quero realmente ser cristão”. Com isso oramos.
À noite contei tudo em todos os detalhes para aquele amigo. Ele também se converteu ali, e oramos juntos. No mesmo dia em que me converti já levei alguém até Jesus.
Mateus, o evangelista, depois que se converteu, também levou seus amigos até Jesus:
De novo, saiu Jesus para junto do mar, e toda a multidão vinha ao seu encontro, e ele os ensinava. Quando ia passando, viu a Levi, filho de Alfeu, sentado na coletoria e disse-lhe: Segue-me! Ele se levantou e o seguiu. Achando-se Jesus à mesa na casa de Levi, estavam juntamente com ele e com seus discípulos muitos publicanos e pecadores; porque estes eram em grande número e também o seguiam.” (Marcos 2:13-15)
E você? Sabe dizer o que é ser cristão?
Santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós.” (1 Pedro 3:15)
PARA REFLETIR:
Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16)

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

MUITO ENGRAÇADINHO

Qualquer que se tome demasiado a sério corre o risco de parecer ridículo. Não ocorre o mesmo com quem sempre é capaz de rir-se de si mesmo”.
Václav Havel (1936-?) Escritor, dramaturgo e político tcheco.
Eu me considero uma pessoa bem-humorada. São tão raros os momentos em que estou “azedo” que posso afirmar que estou sempre de bom humor. A Denise, que é a pessoa que mais me conhece, pode atestar isso.
Podemos ser bem-humorados se assim o decidirmos. Podemos estar tristes com algo ou alguém, mas continuarmos de bom-humor. Se repararmos bem, toda tristeza tem algo de cômico. Vamos pegar como exemplo um tombo. Você já riu de alguém que se esborrachou no chão? Já viu alguém rir da própria queda?
Infelizmente o inverso de tudo isso também é verdadeiro.
Agora, pensa comigo: se você estivesse selecionando uma pessoa para trabalhar ao seu lado, e tivesse que optar entre um mal-humorado e um bem-humorado, quem você escolheria? Por que?
Ou então o seguinte: se você estivesse disputando com alguém uma vaga para trabalhar ao lado do chefe, e o seu concorrente tivesse o humor contrário ao seu, quem seria escolhido? Por que?
Para concluir, a “teoria humoral hipocrática”, usada como base para a idéia de que o temperamento deve ser controlado pelo Espírito, faz com que as pessoas sejam “rotuladas” ou como melancólicos, ou sanguíneos, ou coléricos ou por fim fleumáticos. Não descarto a ação do Espírito Santo no controle dos nossos humores. O que não gosto é da teoria citada acima, também conhecida por “galênica”.
PARA REFLETIR:
O coração alegre é bom remédio, mas o espírito abatido faz secar os ossos.” (Provérbios 17:22)
O coração alegre aformoseia o rosto, mas com a tristeza do coração o espírito se abate.” (Provérbios 15:13)

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

ESTÁ SERVIDO?

Em uma determinada Igreja, após a Escola Bíblica, me encaminhei para o banheiro. Ainda no corredor vejo sair de lá um jovem; ao nos cruzarmos demos uma rápida parada para trocarmos umas palavras. Me despedi dele e entrei no banheiro. Ao entrar ali, vejo o Pastor da Igreja com papel toalha enxugando a comprida pia. Quando me aproximei, ele explicou: “Quem veio antes de mim deixou isso aqui tudo sujo, e eu não quero deixar desse jeito para o próximo”. Esse exemplo ficou gravado no meu coração, não só porque eu era o próximo, mas principalmente porque retrata a disposição para servir sem esperar algo em troca e até mesmo sem saber quem será beneficiado.
Não é a primeira vez que afirmo, e penso que não será a última, pois nunca será demais: quem serve é maior do que quem é servido. Quem é servido fica dependente de quem serve, muitas vezes até sem se dar conta disso. Além do mais, é mais nobre servir.
Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.” (1 Pedro 4:10)
Como, de uma forma prática, posso servir aos outros?
Com meus dons, conforme lemos acima, com meus bens, meu tempo, minhas forças, enfim, com tudo o que temos.
PARA REFLETIR:
Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” (Marcos 10:45)
Depois de (Jesus) lhes ter lavado os pés, tomou as vestes e, voltando à mesa, perguntou-lhes: Compreendeis o que vos fiz? Vós me chamais o Mestre e o Senhor e dizeis bem; porque eu o sou. Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também.” (João 13:12-15)

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

ESTAREMOS PARA SEMPRE COM O SENHOR

Essa senhora a qual vou citar agora, a Dona Amélia, é uma paciente em estado terminal. Câncer nos pulmões. Fui visitá-la em seu quarto ali no HC-UNICAMP. Durante um bom tempo conversei com ela e com a irmã dela, Dona Afonsina, que ali estava para lhe fazer companhia. Só conversávamos sobre generalidades. Quando comecei a me despedir para ir fazer outra visita, a Dona Amélia começou a chorar e com lágrimas me pediu: “Pastor, ore a Deus pedindo para eu morrer sem sofrer! Eu não aguento mais sofrer, quero morrer dormindo”. Na mesma hora a irmã dela representou o papel que achava que devia exercer, abraçando-a e dizendo: “Deixa de bobagens, você vai ficar boa, vai sair daqui curada”.
Nós três sabíamos que não era verdade. Deixei a comoção arrefecer um pouco e pedi para a Dona Afonsina me deixar a sós com a irmã dela, e ela me atendeu. Depois que ela saiu, perguntei para a Dona Amélia: “A senhora está pronta para o que lhe espera?”, “Para morrer?” ela perguntou, ao que eu lhe disse “Sim”. A partir daí tivemos uma conversa transparente e proveitosa.
Aquilo que chamamos ali no hospital de “morte anunciada”, tem a vantagem de proporcionar à pessoa (e aos familiares e amigos) a oportunidade de se preparar para a partida. Providências práticas, legais, familiares, emocionais e principalmente espirituais podem ser vistas e realizadas. Dizer que a morte iminente não vai acontecer não impede que ela venha e priva a preparação citada.
Essa expressão “morte anunciada” é redundância, pois o falecimento de cada um de nós já é anunciado no momento em que botamos a cabeça para fora da barriga da nossas mães e encaramos o mundo pela primeira vez. Só falta saber alguns “detalhes”.
Por falar nisso, você está pronto(a)?
PARA REFLETIR:
“Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem. Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras.” (1 Ts 4:15-18)

domingo, 13 de fevereiro de 2011

É COMPLEXO NÃO TER COMPLEXO

Tenho na sala do apartamento onde moro um porta-retrato com uma fotografia de quando eu era menino. Ali eu devo ter uns 6 ou 7 anos. Estou na praia lá de Santos, cidade onde nasci, com meus dois irmãos.
Estou sentado no carrinho que usava antes de ter minha primeira cadeira de rodas. Nós 3 estamos sem camisa e só de calção de banho.
Esses detalhes podem parecer dispensáveis, mas o assunto que vamos abordar é mais complexo do que a foto pode revelar, por essa razão é que cada detalhe tem sua importância.
Minha mãe me ensinou a não ter complexo por ser paralítico. Por algumas outras pessoas, amigos e até parentes, eu viveria sem sair de casa, e dependendo da ocasião, por eles, quando recebêssemos visitas, nem do quarto eu deveria sair.
Ela, a minha mãe, sempre me tratou da mesma forma que tratava meus irmãos.
Eu usava shorts, apesar de um parente chegado achar que minhas pernas deveriam ficar cobertas para esconder as seqüelas da poliomielite e também as cicatrizes das cirurgias às quais me submeti.
Quando merecia ser disciplinado eu apanhava, apesar de a minha avó declarar que só os outros dois deveriam ser castigados.
Como meus irmãos, eu ia à praia (tem a foto para você ver), passeava, estudava, tinha responsabilidades e convivia naturalmente com todo mundo. Eu era (e sou) como todas as pessoas, só que com limites de locomoção.
No momento em que “me vi assim”, quando me conscientizei da minha realidade, resolvi ser como os outros e superar de algumas formas meus limites. E foi assim que fiz.
Quando Jesus Cristo viu um homem paralítico que desceu do telhado para estar bem na frente d’Ele, disse primeiramente que os seus pecados estavam perdoados. E Jesus o fez assim porque o maior problema daquele homem era espiritual. Problema espiritual é toda e qualquer coisa que nos separa de Deus. Só depois de isso resolvido é que o Senhor tratou do seu problema físico, curando-o.
Me lembro direitinho do dia em que percebi que o meu maior problema era espiritual. Uma limitação que por meios humanos não pode ser superada. Graças a Deus pela cruz. Só Cristo podia fazê-lo por mim. E foi assim que Ele o fez.
Não é maravilhoso? Aquilo que não posso fazer, Deus o faz!
Você é igual aos outros. E você é igual a mim.
Quais são seus limites?
Qual seu maior problema?

sábado, 12 de fevereiro de 2011

PENSE NISSO 127

O cristianismo não é uma idéia, é relacionamento com Deus.

PENSE NISSO 126






O chefe nem sempre é o chefe, mas chefe é chefe.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

PASSANDO PERFUME ENQUANTO CHUPA BALA

Gosto muito dessa música dos Titãs (composição de Arnaldo Antunes) chamada “Não Vou Me Adaptar”:
Eu não caibo mais nas roupas que eu cabia/Eu não encho mais a casa de alegria/Os anos se passaram enquanto eu dormia/E quem eu queria bem me esquecia.../Será que eu falei o que ninguém ouvia?/Será que eu escutei o que ninguém dizia?/Eu não vou me adaptar .../Eu não tenho mais a cara que eu tinha/No espelho essa cara não é minha/Mas é que quando eu me toquei achei tão estranho a minha barba estava desse tamanho.../Será que eu falei o que ninguém ouvia?/Será que eu escutei o que ninguém dizia?/Eu não vou me adaptar ...”.
A letra dessa música retrata magistralmente o que sente um adolescente. Pelo menos eu me sentia assim. Fase dificílima para pais e educadores dessas criaturas maravilhosas e assustadoras. De uma hora para outra os pais percebem que já não é mais possível nem saudável manter o controle total sobre a vida dos filhos. Deixar que eles “andem com as próprias pernas” é um exercício tremendo (em todos os sentidos) de fé e confiança.
Só nos resta a obrigação de estabelecer os limites. E quanto a isso não podemos ser omissos pois, além de ser nossa obrigação, é o que esperam de nós, consciente ou inconscientemente, nossos adolescentes.
Do meu ponto de vista, mais preocupante que os namoricos e etc e tal, é o questionamento que o jovem adolescente faz sistematicamente da autoridade e sabedoria dos mais velhos. Isso é mais acentuado e grave na pós-modernidade.
Com uma pré-disposição à desobediência, eles colocam em cheque ordens, valores, experiência dos mais velhos e até crenças!
Mas por que não? Se todo mundo faz por que eu não posso fazer? Mas por que não? Isso era no seu tempo! Mas por que não? O meu caso é diferente! Mas por que não? Você não confia em mim?! Mas por que não???
E a pior de todas: ISSO NÃO TEM NADA A VER! Toda vez que a Cíntia, minha filha, falava isso, aí é que eu me preocupava e ficava de olho. Se você prestar bem a atenção, esse é um argumento de quem não tem mais argumentos e quer encerrar o assunto o mais rápido possível.
PARA REFLETIR:
“Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele.” (Provérbios 22:6 RA)
OBSERVAÇÃO: Em lugar de “não se desviará dele” melhor seria traduzir por “não se esquecerá dele”.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

UMA BUSCA ELETRIZANTE

Tenho minha memória permeada de imagens de cavaleiros, caçadores e heróis, todos aventureiros saídos das minhas leituras feitas nos tempos de adolescência e mocidade. Nenhum deles era vampiro. Todos buscavam tenazmente algo de extremo valor: um pote de ouro no fim do arco-íris, um cálice sagrado, uma rosa negra para desfazer uma bruxaria, a felicidade, a fonte da eterna juventude, ou até mesmo o próprio Deus. Essa busca é que lhes dava vida.
Talvez por influência dessas lembranças tenho meditado sobre o buscar a Deus.
Buscai em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça (...).” (Mateus 6:33)
Não preciso me aventurar em uma viagem até um misterioso convento de monges mais misteriosos ainda, lá no Tibete. Muito menos tomar algum chá que me leve a um êxtase.
Deus se manifesta, se revela. Por exemplo: “Os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas.” (Romanos 1:20)
Se houver uma resposta positiva da parte da pessoa, essa pessoa já achou Deus.
Buscarás ao SENHOR, teu Deus, e o acharás, quando o buscares de todo o teu coração e de toda a tua alma.” (Deuteronômio 4:29)
Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração.” (Jeremias 29:13)
Você está procurando alguma coisa? Ou como está escrito no colete dos funcionários de algumas lojas: “POSSO AJUDAR?”
PARA REFLETIR:
Se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra; porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus. Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis manifestados com ele, em glória.” (Colossenses 3:1-4)

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

O QUE VOCÊ VAI COLHER?

A terra que não é arada terá pedras e espinhos ainda que seja fértil; assim é o entendimento do homem”. (Santa Teresa de Jesus (1515-1582) Escritora espanhola).
No domingo passado, assistindo a uma aula da Escola Bíblica Dominical (EBD) da minha Igreja, aprendi uma coisa muito interessante. Mas antes de vermos isso, deixe-me fazer uma observação: me incomoda muito perceber que o número de pessoas que vão à EBD sempre é bem menor do que as que vão ao Culto. Deveria ser igual, não é mesmo?
Mas vamos ao que aprendi domingo.
Até então eu afirmava que não me iludia pensando que 100% das pessoas que me ouvem em uma aula ou pregação absorvem a mensagem. Somente uma parte absorve. Continuo acreditando nisso, mas agora posso ir um pouco mais adiante. Aprendi que dá para prever, com um alto grau de acerto, quem vai atingir os objetivos propostos por Deus para cada um.
Veja o seguinte texto:
Então, lhes perguntou: Não entendeis esta parábola e como compreendereis todas as parábolas? O semeador semeia a palavra. São estes os da beira do caminho, onde a palavra é semeada; e, enquanto a ouvem, logo vem Satanás e tira a palavra semeada neles. Semelhantemente, são estes os semeados em solo rochoso, os quais, ouvindo a palavra, logo a recebem com alegria. Mas eles não têm raiz em si mesmos, sendo, antes, de pouca duração; em lhes chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandalizam. Os outros, os semeados entre os espinhos, são os que ouvem a palavra, mas os cuidados do mundo, a fascinação da riqueza e as demais ambições, concorrendo, sufocam a palavra, ficando ela infrutífera. Os que foram semeados em boa terra são aqueles que ouvem a palavra e a recebem, frutificando a trinta, a sessenta e a cem por um.” (Marcos 4:13-20)
Atentando para a vida de uma pessoa, observando suas escolhas, a que ela se dedica, seus gostos, decisões, esforços e coisas assim, dá para imaginar se essa pessoa vai atingir o sucesso do ponto de vista de Deus. Ou não.
Raramente há surpresas.
PARA REFLETIR:
Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará.” (Gálatas 6:7)

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

DELIANE

A primeira vez que a vi foi no começo do meu trabalho lá no HC. Ela tinha 2 anos e pouco. Uma criança linda. Foi a primeira vez que tive contato com um paciente que foi acometido pela Síndrome de Werdnig-Hoffman. Essa doença paralisa de forma progressiva e irreversível, a começar pelos membros, todos os músculos do corpo, menos os da face. Acomete crianças com até 2 anos, e chega ao ponto em que o paciente precisa até do auxílio de um respirador mecânico.
Nosso primeiro encontro foi na UTI-PEDIÁTRICA do HC-UNICAMP. Era uma visita para eu conhecer aquela unidade e ela estava lá, no seu berço. Olhos negros e grandes, ela me acompanhava com um olhar curioso e simpático. Me apaixonei na hora.
A mãe, que era de Indaiatuba, uma cidade aqui perto de Campinas, vinha vê-la toda segunda, quarta e sexta-feira. Ela não podia dormir com a filha no hospital porque tinha outros filhos, não lembro quantos, e vinha nos dias em que a Prefeitura oferecia o transporte. Eu ia vê-la todo dia.
A Deliane era muito vaidosa. Ela gostava de escolher a roupa que ia usar. A enfermeira antes do banho mostrava para ela os vestidinhos e, através de caretas ou sorrisos, ela determinava qual iria usar quando já estivesse cheirosinha.
Aí eu chegava. Com a ajuda de uma enfermeira, que me ajudava a lavar as mãos, forrava meu colo com uma fralda, pegava a Deliane e, com muito jeito por causa dos tubos aos quais ela ficava ligada, eu a pegava no colo. Brincava com ela. Cantava com ela. Ou simplesmente ficávamos nos olhando.
A mãe disse que ela me ouvia chegando; quando eu falava com alguém na entrada da Pediatria, ela virava os olhinhos na direção da porta e sorria. Eu a chamava de minha Princesa.
Uma noite, uma moça da limpeza encontrou a Deliane totalmente cianótica, roxa devido à falta de oxigênio. Houve uma falha do aparelho, que parou e não disparou o alarme. Os médicos tentaram reanimá-la, mas não adiantou, ela morreu.
Na tarde daquele dia eu percebi que todos me cumprimentavam e rapidamente se afastavam, ou mesmo me evitavam. Até que a minha amiga Rosângela, fisioterapeuta, me contou e explicou que as pessoas estavam sem coragem de me dar a má notícia. Foi a minha primeira perda significativa dentro daquele hospital. Confesso que naquele dia eu cheguei a pensar em largar aquele trabalho, mas Deus me ajudou a administrar minhas emoções e estou lá até hoje.
A curta vida da minha Princesa, apesar de limitada e sofrida, não foi em vão, de forma alguma. Ela foi a primeira a me ensinar a viver o verdadeiro amor, que é dar sem esperar nada em troca. “Amai (...), fazei o bem e emprestai, sem esperar nenhuma paga (...).” (Lucas 6:35)
Não esperava, mas recebi muitíssimo amor, alegria e felicidade da Deliane.
Estou com muitas saudades dela.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

IRMÃ LURDES

Quando eu trabalhava em uma missão chamada NOVIDADE, que visava levar jovens a ter uma vida com Deus, nós frequentemente usávamos um lugar para retiros em Valinhos (cidade vizinha de Campinas), a Chácara São Joaquim. Esse local, antigas instalações de uma grande fazenda, era (e acho que é ainda) administrado por freiras. Talvez por ser evangélico, não sei ao certo, mas eu tinha curiosidade de saber o que leva uma mulher a se tornar freira. Como já tinha muita amizade com a Irmã Lurdes, uma simpática mulher de cabelos brancos, aproveitei uma tarde em que estava com ela, tomando um café na cozinha, para perguntar-lhe qual foi a razão que a levara a vestir o hábito.
Sua resposta me surpreendeu positivamente. Disse-me que quando era bem mocinha, lendo a Bíblia, ela descobriu que Jesus havia morrido na cruz para perdoar os nossos pecados, então, por amor, ela resolveu dedicar toda a sua vida a Ele. Ao pedir orientação a diversas pessoas, alguém lhe disse que esse propósito só seria possível se ela se tornasse freira. E foi o que ela fez. Hoje seria diferente, pois mesmo na Igreja Católica uma pessoa pode se dedicar totalmente a Deus sem ter que entrar para alguma Ordem religiosa.
Quais eram os serviços que aquela freira realizava ali naquela Chácara? Primeiro ela gerenciava toda a hospedagem dos diversos retiros. Em segundo lugar, ela cuidava do grande galinheiro que havia naquela chácara. E por fim, cuidava de uma outra freira que morava lá e que, de tão velhinha, já não saia mais da cama.
O que quero ressaltar não é ser ou não pastor, padre, freira, missionário. Isso é lá com cada um. Prefiro destacar o exemplo da vontade de se servir ao Senhor por amor.
Servi ao SENHOR com alegria.” (Salmos 100:2)
Cuidando de galinhas, de negócios ou de alguém necessitado, o importante é que seja para Deus.
PARA REFLETIR:
E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.” (Colossenses 3:17)

domingo, 6 de fevereiro de 2011

PENSE NISSO 125

Muitos trocam o grande “EU SOU” por um gordo “eu sei”.

NATUREZA MORTA

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

FORMATURA

Não faz muito tempo um amigo veio compartilhar comigo a decisão que ele havia tomado de mudar a filha dele de escola. A menina não queria se separar das amigas, mas o pai foi inflexível. A razão para isso foi uma só: a escola em que ela estudava ensinava visando o crescimento da cultura dos alunos, enquanto que a escola para a qual ela foi, prepara para o vestibular. Meio titubeante, questionei essa decisão. Esse meu amigo foi taxativo: “Eu quero que ela se forme em uma faculdade, e ponto final”.
Passar no vestibular não significa que o aluno aprendeu o que deveria ter aprendido. É como uma pessoa pensar que já sabe dirigir um automóvel só porque tirou a Carteira de Motorista. Mas passar no vestibular é o primeiro passo para se formar na faculdade. Inclusive a palavra vestibular significa “relativo ao vestíbulo, que é o espaço de entrada de um edifício”.
Outra coisa: esse negócio de vestibular é cruel. Além da tensão de “ter” que passar nesses exames, o jovem de 17 ou 18 anos de idade (quase que escrevo criança em vez de jovem!) tem que decidir o que vai ser sua profissão para toda a vida! E com todos em volta, inclusive os pais, torcendo. Seja aplaudindo ou vaiando.
Agora, pensa comigo: o que quer dizer a palavra “formatura”? Quer dizer que o aluno adquiriu a forma que a escola ou faculdade querem que o aluno tenha. Desprezam a forma do aluno e lhe imprimem a forma que desejam. Isso é positivo? Penso que não. E o pior é que todos nós comemoramos!
O pai do meu barbeiro, que também tinha essa profissão, obrigou os 4 filhos a aprenderem o que eles chamam de “arte capilar”. Nenhum deles queria, mas o pai ficou firme no propósito de deixar aos moços um ofício. Todos exerceram essa profissão, assim como alguns dos seus filhos.
Em outras sociedades e outros tempos, já está ou estava estabelecido que o filho seguirá ou seguiria a carreira do pai.
“Não é este o filho do carpinteiro? Não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos, Tiago, José, Simão e Judas?” (Mateus 13:55)
“Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E não vivem aqui entre nós suas irmãs? E escandalizavam-se nele.” (Marcos 6:3)
Isso já pré-estabelecido não traz toda aquela angústia aos jovens.
Qual o melhor sistema? Estou pensando ainda.
PARA REFLETIR:
“Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12:1-2)

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

PARA AGIRMOS, TEMOS QUE PENSAR, E PARA PENSAR, PRECISAMOS PARAR UM POUCO

Uma jovem, digamos que ela se chama Cibele, veio me procurar para pedir um conselho. O que aconteceu foi o seguinte: certa tarde, andando pelo centro da cidade, ela se encontrou com uma amiga que frequentava a mesma Igreja que ela. Essa amiga mostrou que a sandália que usava tinha acabado de arrebentar, e pediu se a Cibele poderia comprar outra com o cartão de crédito dela (da Cibele) e a amiga pagaria a fatura quando fosse o dia. A Cibele concordou e na loja escolhida, já que ia fazer compra, a amiga levou outras coisas, tais como roupas e acessórios. Além de um par de sapatos, é claro.
A tal da amiga depois disso, sumiu. A Cibele ficou com uma dívida a qual não podia pagar.
Quando perguntei a ela qual fora o seu erro, ela respondeu: “Foi querer ser boa e tentar ajudar os outros”. Eu retruquei afirmando que ser bom e ajudar os outros é mandamento bíblico.
Vendei os vossos bens e dai esmola; fazei para vós outros bolsas que não desgastem, tesouro inextinguível nos céus, onde não chega o ladrão, nem a traça consome,” (Lucas 12:33)
Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.” (Efésios 2:10)
Então qual foi o erro dessa jovem? Foi gastar o que não tem, mesmo que para fazer o “bem” a uma outra pessoa. Essa não foi a primeira vez que a Cibele contraiu dívidas. Eu mesmo já ensinei a ela alguns princípios para se lidar com o dinheiro (não gastar mais do que podemos pagar; não usar nosso crédito para os outros pagarem; não usar o crédito de outros para nós pagarmos; emprestar dinheiro só quando podemos abrir mão daquela quantia caso não a recebamos de volta).
A Cibele já sabia o que era o certo. Mas fez o errado. Avaliando juntos, descobrimos que ela simplesmente não pensou. Seus valores ainda não estão sedimentados. Ainda não são uma resposta imediata, um reflexo automático a uma situação. Ainda não sei porque.
PARA REFLETIR:
Não é bom proceder sem refletir, e peca quem é precipitado.” (Provérbios 19:2)

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

A DOR DO LUTO

Já me falaram equivocadamente que, pelo que escrevo, gosto de sofrer. Mas não é isso. O que acontece é que a nossa sociedade hoje prega que alguém só vai ser feliz se não passar por sofrimentos. E isso não é verdade:
Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no SENHOR, exulto no Deus da minha salvação.” (Habacuque 3:17-18)
Veja por exemplo quando alguém morre. Todos à volta das pessoas que sofreram a perda se esforçam para que as mesmas não sofram. Como se isso fosse possível! Um viúvo, ou viúva, tem o direito de, a sós, andar pela casa, que agora parece tão vazia, chorando ao experimentar pela primeira vez a ausência do que se foi. Tocar os objetos do amado que morreu, as roupas, livros, a rotina que não vai se repetir mais, deixar vir à tona lembranças, tudo isso dói, e muito. Mas são momentos preciosos, pois nos ajudam a aceitar melhor a nova condição. Não podemos desconsiderar que os “rituais” do luto são terapêuticos.
Quanto aos que querem levar o consolo para quem está passando por essa aflição, basta lembrar que podemos enxugar as lágrimas sem tentar estancá-las, deixando que elas se esgotem naturalmente, no tempo certo, de acordo com a necessidade de cada um. As lágrimas fazem a higienização da tristeza. Não precisamos (e nem temos capacidade) de ter todas as explicações e antídotos para o sofrimento.
Uma jovem senhora, a qual acompanhei na doença e morte do marido, me disse que iria se mudar de casa assim que ele partisse. Na realidade ela já planejara nem entrar mais naquela residência tão cheia de recordações; ela iria para a casa da mãe e o irmão se encarregaria de arrumar outra casa e faria a mudança. Afirmei-lhe que as recordações, por mais doloridas que sejam, são um tesouro de inestimável valor que precisam ser preservados. Uma pessoa “não morre” quando o corpo morre, ela pode continuar viva em nossas mentes e corações. Aquela jovem concordou comigo, mora até hoje onde morou com o marido, sente saudades, é feliz e estruturada.
PARA REFLETIR:
Porque não tenho prazer na morte de ninguém, diz o SENHOR Deus.” (Ezequiel 18:32)

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

ESCREVER NO ARMÁRIO POR FORA É PECADO

Na EBD (Escola Bíblica Dominical) da nossa Igreja temos uma sala para os alunos de 10 e 11 anos, e a principal professora dessa classe é a Denise, minha mulher. Nessa sala há um armário de aço para que seja guardado todo o material didático necessário. A Denise permitiu que os alunos escrevessem seus nomes com uma caneta hidrográfica na parte de dentro do armário, porém alguns mais sapecas, assinaram por fora.
Eu tive a oportunidade de estar junto no momento em que ela chamou a atenção de um dos meninos. Quando questionado sobre o que havia feito, o garoto afirmou que iria limpar o que escrevera. Diante dessa resposta, a Denise disse que não havia perguntado o que ele vai fazer, mas sim o que ele tinha feito. Assim questionado, o menino confessou que havia escrito pelo lado de fora do armário, mesmo sabendo da regra que proíbe isso. “Assim é todo pecado, a desobediência a uma regra”, ensinou a Denise aproveitando o ensejo.
Difícil é para todos nós reconhecermos nossos erros!
Preferimos garantir que vamos dar um jeito na situação, vamos limpar o que ficou sujo, do que confessarmos que fizemos algo errado. Talvez por medo das consequências, tais como um castigo, uma rejeição.
Mas o que é que a Bíblia diz?
Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo.” (Tiago 5:16)
E a confissão deve ser precedida pelo arrependimento.
Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados,” (Atos 3:19)
Arrepender-se é mudar a mente para melhor, emendar de coração e com pesar os pecados passados.
Se teimarmos em não chamar o pecado pelo nome, se insistirmos na idéia de que consertando as consequências o erro “desaparece”, corremos sério risco de sermos reincidentes.
PARA REFLETIR:
Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós.” (1 João 1:9-10)