Eu tive a oportunidade de estar junto no momento em que ela chamou a atenção de um dos meninos. Quando questionado sobre o que havia feito, o garoto afirmou que iria limpar o que escrevera. Diante dessa resposta, a Denise disse que não havia perguntado o que ele vai fazer, mas sim o que ele tinha feito. Assim questionado, o menino confessou que havia escrito pelo lado de fora do armário, mesmo sabendo da regra que proíbe isso. “Assim é todo pecado, a desobediência a uma regra”, ensinou a Denise aproveitando o ensejo.
Difícil é para todos nós reconhecermos nossos erros!
Preferimos garantir que vamos dar um jeito na situação, vamos limpar o que ficou sujo, do que confessarmos que fizemos algo errado. Talvez por medo das consequências, tais como um castigo, uma rejeição.
Mas o que é que a Bíblia diz?
“Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo.” (Tiago 5:16)
E a confissão deve ser precedida pelo arrependimento.
“Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados,” (Atos 3:19)
Arrepender-se é mudar a mente para melhor, emendar de coração e com pesar os pecados passados.
Se teimarmos em não chamar o pecado pelo nome, se insistirmos na idéia de que consertando as consequências o erro “desaparece”, corremos sério risco de sermos reincidentes.
PARA REFLETIR:
“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós.” (1 João 1:9-10)
Caro Xyko,
ResponderExcluirMinha esposa e eu conversamos muito e acabamos decidindo que na educação dos nossos filhos, desde pequenos, nós mostraríamos para eles dois tipos de valores: aqueles valores absolutos, transcendentes, que fundam nossa moralidade (dos quais os pais, os professores e as instituições devem ser os guardiões), e os valores mais mundanos, relativos ao nosso dia a dia. As regras associadas também seriam inegociáveis ou negociáveis, conforme uma escala bem definida desses mesmos valores.
Como sabemos, as "artes" e transgressões dos pequenos (até mais ou menos 12 anos, quando começam a desenvolver o senso ético) são muito frequentes (dependendo do temperamento da criança, chegam a beira do insuportável) mas são o resultado das acomodações do senso de autonomia em formação da criança com as regras da lei (com minúscula) de convívio social, que pode variar muito no tempo e espaço. É claro que não devemos ser totalmente complascentes, mas acredito que um certo grau de tolerância bem orientada é até bem vinda.
Já com relação ao respeito aos valores fundamentais, com as regras da "Lei", acredito que eles vão aprendendo por imitação, e nós somos os modelos...
O complexo conceito de pecado, na minha opinião, deve ir sendo resguardado para quando a criança alcança algum discernimento ético, pois antes disso, corremos o risco de torná-lo um instrumento de ameaça em busca de obediência, associando visões potencialmente deformadas de céu, inferno, misericórdia divina, etc... e isso tudo pode gerar um sentimento de culpa estruturante que nunca mais abandonará a pessoa.
O próprio conceito que cada um e cada confissão religiosa tem de pecado deve ser bem analisado e aplicado com sabedoria e equilíbrio.
Isso não exclui o famoso "sabão", um castigo, ou até uma palmada no momento certo...
Muita Paz,