sábado, 26 de fevereiro de 2011

SEM VOLTA

Um dos escritos do Henri Nouwen que mais gostei é um em que ele relata como o ter que cuidar de um rapaz com paralisia cerebral o levou a um entendimento do que é o amor verdadeiro. Aquele rapaz não poderia devolver, de forma alguma, o amor e o cuidado que Nouwen lhe dedicava.
Outro dia eu brinquei um tempão com o Nino (9 anos) e com o João Vitor (8 anos) lá no hospital. Ambos sào pacientes crônicos que não podem sair do seu leito hospitalar devido à dependência do respirador mecânico, e seus movimentos são limitadíssimos. Não esperava receber nada em troca do carinho e do amor que lhes dediquei, mas na hora de ir embora, os dois me mandaram um beijo. Dá para imaginar a alegria que tomou conta de mim? Mas e se eles não tivessem mandado os beijos?
Eu tenho um problema: quando sei que alguém pode “devolver” o meu amor, fico esperando que ele retribua o que dei!
Não consigo acertar o alvo: acredito que necessito mais ser amado do que amar! O querer ser amado é tão forte, às vezes, que me impede decidir amar. E olha que estou em um ponto da minha vida em que sinto imensa alegria e satisfação em amar. Aprecio muito amar. Mas, às vezes ...
Não vou desistir de buscar o verdadeiro amor.
O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” (1 Coríntios 13:4-7)

2 comentários:

  1. Caro Xyko,

    Este texto me fez lembrar que o caminho da felicidade demonstrado por Jesus nas Bem-aventuranças começa com a "pobreza", ou seja o desapego... somos desafiados a dar sem querer retorno. Sem dúvida não é fácil.


    Paz,

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  2. Post mais afim a situação que tenho passado não há. E o comentário ajudou muito, também.
    Tenho dificuldade de amar só por amar. Esse amor divino, que não espera nada em troca.
    Mas confesso que, desde a primeira vez em que fui ao hospital, ver o João Vítor sorrir de felicidade (mesmo no estado que vive) e ver o Nino, também, me deixaram com vontade voltar sempre e sempre e sempre...
    Abraços, pastor! Até!
    Raquel

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