Liberdade de imprensa (estendida a todo tipo de mídia) não é liberdade para disseminar mentiras, calúnias, obscenidades, material nocivo, ofensas, perversões e coisas que causam males aos outros. O livre pensar e externar suas opiniões são direitos que devem ser defendidos a todo custo. Porém a liberdade sempre deve vir acompanhada da responsabilidade.
Pelo livre-arbítrio que lhe é inerente, o homem tem a faculdade de traçar seus próprios rumos. Note:
“Eis que, hoje, eu ponho diante de vós a bênção e a maldição: a bênção, quando cumprirdes os mandamentos do SENHOR, vosso Deus, que hoje vos ordeno; a maldição, se não cumprirdes os mandamentos do SENHOR, vosso Deus, mas vos desviardes do caminho que hoje vos ordeno, para seguirdes outros deuses que não conhecestes.” (Deuteronômio 11:26-28)
A liberdade é essencialmente opção de escolha, e toda escolha redunda em perda. Agora, observe que ninguém quer perder, seja lá o que for.
Finalizando, note esse versículo: “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor.” (Gálatas 5:13)
Como você tem usado sua liberdade? Quais escolhas você tem feito?
PARA REFLETIR:
“Se vos parece mal servir ao SENHOR, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao SENHOR.” (Josué 24:15)
esse texto me fez pensar...
ResponderExcluirpensar na liberdade como opção de escolha, algo que exige responsabilidade e não o contrário é muito esclarecedor, libertador, até.
me fez lembrar de um poema da cecília meireles que vem muito a propósito. Chama-se 'Ou isto ou aquilo', e pode ser acompanhado nesse vídeo que é muito bom: http://www.youtube.com/watch?v=b93ZBBJBz2U
Gostaria de fazer uma pergunta, pastor xyko. Nossas atitudes vão sempre levar a consequencias, não é? e isso é fruto de escolha, logo , de exercício da liberdade.
Se acaso me falta sabedoria e acabo tomando decisões erradas, mesmo que cotidianas, decisões que podem ser perigosas para mim, posso me arrepender sinceramente, orar e pedir que Deus me livre da consequencia? Deus pode me livrar? Não estou falando de irresponsabilidade diantes de Deus, nem de abuso para com o cuidado de Deus por nós. Estou falando de falta de cuidado, de sabedoria mesmo, como, por exemplo, convidar para a mesa da sua casa um estranho da rua, apenas porque ele estava faminto. nem sei quem é essa pessoa e ela, agora conehcendo minha casa, pode me fazer mal.
Primeiramente, obrigado por ter escrito.
ResponderExcluirDepois, quero exortá-lo (ou exortá-la?) a colocar seu nome nos comentários. Basta fazê-lo no corpo da mensagem.
Por último, a resposta à sua pergunto será em um texto que vou postar nos próximos dias. Se me enviar seu endereço eletrônico, você será avisado(a?) com antecedência.
Cordialmente, Xyko Motta.
Caro Xyko,
ResponderExcluirRealmente seu blog faz pensar, o que é muito bom.
Acredito que seja importante fazer uma diferenciação de conceitos:
LIBERDADE (lat. liber) faculdade de decidir segundo a própria determinação. Designa de maneira negativa, a ausência de submissão, coação ou servidão.
AUTONOMIA (gr. auto – próprio + nomos – dirigir) capacidade de governar a si mesmo segundo critérios e valores próprios. Qualifica e constitui a condição dos comportamentos humanos voluntários.
Apesar de ser condição fundamental, a liberdade não garante de forma alguma que façamos a coisa certa... só com muita reflexão e esforço vamos alcançando a plena autonomia nos nossos atos. É um processo longo e trabalhoso, mas certamente vale a pena (alguns, como já vimos, preferem até abrir mão dessa capacidade). O próprio Paulo reclamava que muitas vezes "fazia o que não queria e não fazia o que queria..." (cf. Rom 7, 15).
Adão e Eva viviam tranquilos no Éden enquanto não tinham "ciência do bem e do mal". Quando se tornaram livres, com consciência da possibilidade do enorme mal que pode vir das suas escolhas, sentiram grande culpa e vergonha e nunca mais se sentiram num Jardim e em paz com Deus. Graças ao sentimento de culpa, sentiram-se inclusive rejeitados (expulsos) e castigados (dor do parto, suor do trabalho...).
Esse é o preço da nossa liberdade, que por outro lado, também leva a um enorme Bem, quando usada com Amor e Sabedoria... é isso que Jesus veio nos ensinar e é isso que temos que buscar.
Não tenho dúvidas que Deus que é só Amor, nunca nos abandonaria na nossa imperfeição. Por isso Ele é Misericordioso, Perdão Absoluto e Graça... ainda bem.
Cabe a nós trilharmos o árduo caminho para a plena autonomia.
Muita Paz,
PS - Gostei muito do poema "Ou isto ou aquilo"
Vai aí também uma frase da Cecília Meireles:
"Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, não há ninguém que explique e ninguém que não entenda..."
Sim, seu blog faz pensar!
ResponderExcluirEstou aqui pensando... o Venâncio usou a expressão "autonomia plena".
Pensando nas pessoas que não crêem em Cristo como Salvador, seu destino eterno é o inferno (p. ex. Jo 3.18, Rm 10.9), onde elas continuarão a ser escravas do pecado.
("Prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos servos da corrupção. Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo." 2 Pedro 2.19)
É mais claro para mim que, nesse caso, não é possível desfrutar de plena autonomia.
Mas, e quanto às que crêem em Cristo como salvador, será que isso é possível?
O Xyko citou esse verso no texto - “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor.” (Gálatas 5:13)
Dar ocasião à carne seria fazer o que o corpo deseja. E, ao agir desse modo, colheremos várias consequências ruins, como o próprio apóstolo Paulo continua, na mesma carta:
"Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, prostituição, impureza, lascívia, Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus." (Gálatas 5.19-21)
É claro que não desejamos essas coisas pra nós, mas é o que colhemos quando fazemos o que de mais imediato queremos.
Por outro lado, se deixarmos essas vontades carnais de lado e que o próprio Deus atue em nossas vidas, colheremos as boas consequências disso:
"Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança." (Gálatas 5.22)
Assim, a liberdade do cristão carrega uma contradição em si: é preciso abrir mão das vontades carnais, que geralmente são as mais imediatas, para dar lugar à atuação de Deus em nosso corpo.
Trata-se da escolha que, em outros lugares, a Bíblia chama de "negar-se, tomar a cruz, perder a vida" (Marcos 8.34,35), "crucificar a carne" (Gálatas 5.24), "trazer a morte de Jesus no corpo" (2Co 4.10).
É preciso escolher deixar Deus matar nossas vontades carnais. E para isso é preciso escolher crer em Cristo como salvador, (Rm 10.9, p. ex.), que é o caminho para a vida eterna (Jo 3.15).
Ou seja, a verdadeira vida (a vida "zoe", a vida de Deus em nós, a vida eterna) é precedida de morte! Morte que só conseguimos morrer com a capacitação do próprio Deus, que não atua em nós senão mediante nossa permissão.
Por um lado, parece-me que, enquanto estamos presos a um corpo carnal cuja tendência é rebelde a Deus, não desfrutaremos de plena autonomia. Essa só será possível no céu.
Por outro lado, se permitimos em nós a atuação de Deus, que produz a morte dos nossos maus desejos e nos conduz à verdadeira vida, então, temos autonomia...
É, estou pensando ainda... rsrs
Caro Xyko,
ResponderExcluirPerfeita a ressalva da Pri Coghi: concordo que o termo "autonomia plena" traz em si mesmo uma contradição, um paradoxo.
A busca da autonomia é um processo contínuo ao qual devemos nos dedicar de todo o coração. Por isso eu escrevi que "vamos alcançando a plena autonomia nos nossos atos". Sem dúvida esse processo não termina aqui neste mundo. Temos de usar de nossa liberdade para abraçar os valores de Jesus e através deles limitar, conduzir nossa vida (talvez isso seja autonomia). É de dentro para fora e não o contrário. Por isso Paulo disse que "a letra mata e o Espírito liberta..." Desse modo a palavra "catecismo" origina-se do termo grego "katecheo" que significa informar, instruir e ensinar, a viva voz, para distinguir do ensino realizado através da escrita, através dos livros. Enquanto este é silencioso e solitário, o ensino oral é sempre um processo dinâmico e compartilhado.
Mas nunca podemos esquecer que a liberdade humana é um mistério... esse assunto nunca vai acabar.
Por isso vou continuar pensando também...
Paz,