sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

A VIDA É UM TESTE DE MÚLTIPLA ESCOLHA

Há muita distorção (na maior parte das vezes feita propositalmente) do conceito da liberdade. Por exemplo: confundir liberdade de imprensa com liberdade para publicar sujeira.
Liberdade de imprensa (estendida a todo tipo de mídia) não é liberdade para disseminar mentiras, calúnias, obscenidades, material nocivo, ofensas, perversões e coisas que causam males aos outros. O livre pensar e externar suas opiniões são direitos que devem ser defendidos a todo custo. Porém a liberdade sempre deve vir acompanhada da responsabilidade.
Pelo livre-arbítrio que lhe é inerente, o homem tem a faculdade de traçar seus próprios rumos. Note:
Eis que, hoje, eu ponho diante de vós a bênção e a maldição: a bênção, quando cumprirdes os mandamentos do SENHOR, vosso Deus, que hoje vos ordeno; a maldição, se não cumprirdes os mandamentos do SENHOR, vosso Deus, mas vos desviardes do caminho que hoje vos ordeno, para seguirdes outros deuses que não conhecestes.” (Deuteronômio 11:26-28)
A liberdade é essencialmente opção de escolha, e toda escolha redunda em perda. Agora, observe que ninguém quer perder, seja lá o que for.
Finalizando, note esse versículo: “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor.” (Gálatas 5:13)
Como você tem usado sua liberdade? Quais escolhas você tem feito?
PARA REFLETIR:
Se vos parece mal servir ao SENHOR, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao SENHOR.” (Josué 24:15)

5 comentários:

  1. esse texto me fez pensar...
    pensar na liberdade como opção de escolha, algo que exige responsabilidade e não o contrário é muito esclarecedor, libertador, até.
    me fez lembrar de um poema da cecília meireles que vem muito a propósito. Chama-se 'Ou isto ou aquilo', e pode ser acompanhado nesse vídeo que é muito bom: http://www.youtube.com/watch?v=b93ZBBJBz2U



    Gostaria de fazer uma pergunta, pastor xyko. Nossas atitudes vão sempre levar a consequencias, não é? e isso é fruto de escolha, logo , de exercício da liberdade.
    Se acaso me falta sabedoria e acabo tomando decisões erradas, mesmo que cotidianas, decisões que podem ser perigosas para mim, posso me arrepender sinceramente, orar e pedir que Deus me livre da consequencia? Deus pode me livrar? Não estou falando de irresponsabilidade diantes de Deus, nem de abuso para com o cuidado de Deus por nós. Estou falando de falta de cuidado, de sabedoria mesmo, como, por exemplo, convidar para a mesa da sua casa um estranho da rua, apenas porque ele estava faminto. nem sei quem é essa pessoa e ela, agora conehcendo minha casa, pode me fazer mal.

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  2. Primeiramente, obrigado por ter escrito.
    Depois, quero exortá-lo (ou exortá-la?) a colocar seu nome nos comentários. Basta fazê-lo no corpo da mensagem.
    Por último, a resposta à sua pergunto será em um texto que vou postar nos próximos dias. Se me enviar seu endereço eletrônico, você será avisado(a?) com antecedência.
    Cordialmente, Xyko Motta.

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  3. Caro Xyko,

    Realmente seu blog faz pensar, o que é muito bom.
    Acredito que seja importante fazer uma diferenciação de conceitos:
    LIBERDADE (lat. liber) faculdade de decidir segundo a própria determinação. Designa de maneira negativa, a ausência de submissão, coação ou servidão.
    AUTONOMIA (gr. auto – próprio + nomos – dirigir) capacidade de governar a si mesmo segundo critérios e valores próprios. Qualifica e constitui a condição dos comportamentos humanos voluntários.
    Apesar de ser condição fundamental, a liberdade não garante de forma alguma que façamos a coisa certa... só com muita reflexão e esforço vamos alcançando a plena autonomia nos nossos atos. É um processo longo e trabalhoso, mas certamente vale a pena (alguns, como já vimos, preferem até abrir mão dessa capacidade). O próprio Paulo reclamava que muitas vezes "fazia o que não queria e não fazia o que queria..." (cf. Rom 7, 15).
    Adão e Eva viviam tranquilos no Éden enquanto não tinham "ciência do bem e do mal". Quando se tornaram livres, com consciência da possibilidade do enorme mal que pode vir das suas escolhas, sentiram grande culpa e vergonha e nunca mais se sentiram num Jardim e em paz com Deus. Graças ao sentimento de culpa, sentiram-se inclusive rejeitados (expulsos) e castigados (dor do parto, suor do trabalho...).
    Esse é o preço da nossa liberdade, que por outro lado, também leva a um enorme Bem, quando usada com Amor e Sabedoria... é isso que Jesus veio nos ensinar e é isso que temos que buscar.
    Não tenho dúvidas que Deus que é só Amor, nunca nos abandonaria na nossa imperfeição. Por isso Ele é Misericordioso, Perdão Absoluto e Graça... ainda bem.
    Cabe a nós trilharmos o árduo caminho para a plena autonomia.


    Muita Paz,


    PS - Gostei muito do poema "Ou isto ou aquilo"
    Vai aí também uma frase da Cecília Meireles:

    "Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, não há ninguém que explique e ninguém que não entenda..."

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  4. Sim, seu blog faz pensar!

    Estou aqui pensando... o Venâncio usou a expressão "autonomia plena".

    Pensando nas pessoas que não crêem em Cristo como Salvador, seu destino eterno é o inferno (p. ex. Jo 3.18, Rm 10.9), onde elas continuarão a ser escravas do pecado.

    ("Prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos servos da corrupção. Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo." 2 Pedro 2.19)

    É mais claro para mim que, nesse caso, não é possível desfrutar de plena autonomia.

    Mas, e quanto às que crêem em Cristo como salvador, será que isso é possível?

    O Xyko citou esse verso no texto - “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor.” (Gálatas 5:13)

    Dar ocasião à carne seria fazer o que o corpo deseja. E, ao agir desse modo, colheremos várias consequências ruins, como o próprio apóstolo Paulo continua, na mesma carta:

    "Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, prostituição, impureza, lascívia, Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus." (Gálatas 5.19-21)

    É claro que não desejamos essas coisas pra nós, mas é o que colhemos quando fazemos o que de mais imediato queremos.

    Por outro lado, se deixarmos essas vontades carnais de lado e que o próprio Deus atue em nossas vidas, colheremos as boas consequências disso:

    "Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança." (Gálatas 5.22)

    Assim, a liberdade do cristão carrega uma contradição em si: é preciso abrir mão das vontades carnais, que geralmente são as mais imediatas, para dar lugar à atuação de Deus em nosso corpo.

    Trata-se da escolha que, em outros lugares, a Bíblia chama de "negar-se, tomar a cruz, perder a vida" (Marcos 8.34,35), "crucificar a carne" (Gálatas 5.24), "trazer a morte de Jesus no corpo" (2Co 4.10).

    É preciso escolher deixar Deus matar nossas vontades carnais. E para isso é preciso escolher crer em Cristo como salvador, (Rm 10.9, p. ex.), que é o caminho para a vida eterna (Jo 3.15).

    Ou seja, a verdadeira vida (a vida "zoe", a vida de Deus em nós, a vida eterna) é precedida de morte! Morte que só conseguimos morrer com a capacitação do próprio Deus, que não atua em nós senão mediante nossa permissão.

    Por um lado, parece-me que, enquanto estamos presos a um corpo carnal cuja tendência é rebelde a Deus, não desfrutaremos de plena autonomia. Essa só será possível no céu.

    Por outro lado, se permitimos em nós a atuação de Deus, que produz a morte dos nossos maus desejos e nos conduz à verdadeira vida, então, temos autonomia...

    É, estou pensando ainda... rsrs

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  5. Caro Xyko,

    Perfeita a ressalva da Pri Coghi: concordo que o termo "autonomia plena" traz em si mesmo uma contradição, um paradoxo.
    A busca da autonomia é um processo contínuo ao qual devemos nos dedicar de todo o coração. Por isso eu escrevi que "vamos alcançando a plena autonomia nos nossos atos". Sem dúvida esse processo não termina aqui neste mundo. Temos de usar de nossa liberdade para abraçar os valores de Jesus e através deles limitar, conduzir nossa vida (talvez isso seja autonomia). É de dentro para fora e não o contrário. Por isso Paulo disse que "a letra mata e o Espírito liberta..." Desse modo a palavra "catecismo" origina-se do termo grego "katecheo" que significa informar, instruir e ensinar, a viva voz, para distinguir do ensino realizado através da escrita, através dos livros. Enquanto este é silencioso e solitário, o ensino oral é sempre um processo dinâmico e compartilhado.
    Mas nunca podemos esquecer que a liberdade humana é um mistério... esse assunto nunca vai acabar.
    Por isso vou continuar pensando também...


    Paz,

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