Tenho minha memória permeada de imagens de cavaleiros, caçadores e heróis, todos aventureiros saídos das minhas leituras feitas nos tempos de adolescência e mocidade. Nenhum deles era vampiro. Todos buscavam tenazmente algo de extremo valor: um pote de ouro no fim do arco-íris, um cálice sagrado, uma rosa negra para desfazer uma bruxaria, a felicidade, a fonte da eterna juventude, ou até mesmo o próprio Deus. Essa busca é que lhes dava vida.
Talvez por influência dessas lembranças tenho meditado sobre o buscar a Deus.
“Buscai em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça (...).” (Mateus 6:33)
Não preciso me aventurar em uma viagem até um misterioso convento de monges mais misteriosos ainda, lá no Tibete. Muito menos tomar algum chá que me leve a um êxtase.
Deus se manifesta, se revela. Por exemplo: “Os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas.” (Romanos 1:20)
Se houver uma resposta positiva da parte da pessoa, essa pessoa já achou Deus.
“Buscarás ao SENHOR, teu Deus, e o acharás, quando o buscares de todo o teu coração e de toda a tua alma.” (Deuteronômio 4:29)
“Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração.” (Jeremias 29:13)
Você está procurando alguma coisa? Ou como está escrito no colete dos funcionários de algumas lojas: “POSSO AJUDAR?”
PARA REFLETIR:
“Se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra; porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus. Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis manifestados com ele, em glória.” (Colossenses 3:1-4)
Caríssimo,
ResponderExcluirÉ interessante que essa busca cheia de perigos e aventuras é uma metáfora da nossa busca interior por sentido na existência. Muitos autores, principalmente o mitólogo Joseph Campbell, chamam esse caminho mítico de "A Jornada do Herói". Todas as culturas tem histórias de heróis. Mas independentemente de todos os perigos e aventuras, durante essas sagas, o herói vai se transformando interiormente até "merecer" alcançar aquilo que busca... de nada vale o cálice sagrado (imortalidade) se não superarmos o medo da morte e demonstrarmos isso matando o dragão (o próprio medo), salvando a princesa (nossa outra metade que estava presa pelo próprio medo-dragão) e nos tornarmos inteiros, íntegros, plenos. Só assim seremos santos (significado da palavra herói). Todos nós, de uma forma ou de outra, fazemos a Jornada do Herói... por isso mesmo nos identificamos e gostamos tanto dessas histórias.
Foi isso mesmo que Jesus nos mostrou, não foi?
Devemos todos nos preparar pois, mais cedo ou mais tarde, teremos que enfrentar o dragão que nos ronda...
Paz,