segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

TER PARA DAR

Ontem tive uma das agradáveis conversas com o meu grande amigo e irmão Cleutom, que é pastor evangélico lá em Passa Três. A Talitha, filha dele que tem 17 anos, foi para o seminário onde vai ficar interna por pelo menos 1 ano. Segundo ele, na despedida foi uma choradeira só. Ele, que é pai, a mãe e os 3 irmãos da Talitha choraram. Essa está sendo a primeira separação de alguém dessa família que nunca se separou por mais do que 5 dias. Nessa conversa que tivemos, o Cleutom lembrou que os pais teem mais é que criar os filhos para um dia eles partirem e terem a vida deles.
Não por coincidência, em meus devocionais pessoais e diários, tenho meditado no episódio em que Ana, a mãe do profeta Samuel, o leva para viver no Templo servindo ao Senhor. Ela era estéril, e orou a Deus e Ele lhe concedeu um filho, que era Samuel. Em vez de ficar com ele para si mesma, ela o dedicou ao Senhor:
Na manhã seguinte Elcana (o marido de Ana) e a sua família se levantaram cedo e adoraram a Deus, o SENHOR. Aí voltaram para casa, em Ramá. Elcana teve relações com a sua esposa Ana, e o SENHOR respondeu à oração dela. Ela ficou grávida e, no tempo certo, deu à luz um filho. Pôs nele o nome de Samuel e explicou: —Eu pedi esse filho a Deus, o SENHOR. Elcana e a sua família foram a Siló para oferecer ao SENHOR o sacrifício anual e o sacrifício especial que ele havia prometido. Ana, porém, não foi. Ela disse ao marido: —Assim que o menino for desmamado, eu o levarei ao santuário de Deus, o SENHOR, para que ele fique lá toda a sua vida. Elcana respondeu: —Faça o que achar melhor. Fique em casa até que ele seja desmamado. E o SENHOR faça com que, de fato, se cumpra a promessa que você fez. Então Ana ficou em casa e amamentou o filho. Depois que ele foi desmamado, ela o levou a Siló. Levou também um touro de três anos, dez quilos de farinha e um odre cheio de vinho. Samuel era muito novo quando a sua mãe o levou à casa do SENHOR, em Siló. Os pais de Samuel ofereceram o touro em sacrifício e levaram o menino para Eli. Ana disse: —Meu senhor, juro pela sua vida que sou aquela mulher que o senhor viu aqui de pé, orando. Eu pedi esta criança a Deus, o SENHOR, e ele me deu o que pedi. Por isso agora eu estou dedicando este menino ao SENHOR. Enquanto ele viver, pertencerá ao SENHOR. Então eles adoraram a Deus ali.” (1 Samuel 1:19-28 NTLH)
Ela quis ter um filho para dá-lo a Deus. Não ia ficar com a criança!
Aí eu fiquei pensando: por que queremos as coisas da vida? Bens, filhos, empregos, promoções, saúde, e até a própria vida, nós as queremos para dedicar a Deus?
E, quando pedem, não recebem porque os seus motivos são maus. Vocês pedem coisas a fim de usá-las para os seus próprios prazeres.” (Tiago 4:3 NTLH)
PARA REFLETIR:
Porque (eu, Jesus) tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me. Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar? O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.” (Mateus 25:35-40)

Um comentário:

  1. Caro Xyko,

    Realmente o assunto "filhos" mobiliza a totalidade de nossas energias...
    Vai aqui uma contribuição:

    TEUS FILHOS
    Gibran Kalil Gibran (1883 - 1930)

    "Teus filhos não são teus filhos,
    são filhos e filhas da vida desejosa de si mesma.
    Eles vêm através de ti, mas não de ti,
    e embora estejam contigo, a ti não pertencem.
    Podes dar-lhes o teu amor, mas não teus pensamentos,
    pois eles têm seus próprios pensamentos.
    Podes abrigar seus corpos, mas não suas almas,
    pois suas almas residem na casa do amanhã,
    que não podes visitar sequer em sonhos.
    Podes esforçar-te por parecer com eles,
    mas não procures fazê-los semelhantes a ti,
    pois a vida não recua e não se retarda no ontem.
    Tu és o arco do qual teus filhos, como flechas vivas, são disparados.
    O Arqueiro mira o alvo na senda do infinito
    e encurva o arco com toda a sua força,
    para que suas flechas se projetem rápido e para longe.
    Que teu encurvamento na mão do Arqueiro seja tua alegria.
    Pois assim como o Arqueiro ama a flecha que voa,
    Ama também o arco que permanece estável."


    Paz,

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